Lava Jato: Petrobras culpa Paulo Roberto Costa por alta de custos de refinaria
A Petrobras responsabilizou o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa por alterar "estratégias de contratação" que geraram "grande número de aditamentos contratuais" na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco. O ex-diretor da estatal, preso em março passado na Operação Lava Jato, delatou um esquema de corrupção e desvios de recursos da companhia. Em comunicado, a estatal apontou Costa como autor da proposta de antecipação de compras e de mudanças no projeto que acarretariam a escalada do orçamento da refinaria de 2,4 bilhões de dólares, em 2005, para os atuais 18,8 bilhões de dólares.
No domingo, reportagem do jornal Folha de S. Paulo indicou que auditoria interna identificou que já em 2012 a diretoria e o Conselho de Administração da Petrobras estimavam prejuízos de 3,2 bilhões de dólares com a implantação da Rnest. Segundo o jornal, os conselheiros sugeriram à estatal registrar uma baixa contábil por conta dos prejuízos estimados - o que foi descartado pela área financeira.
O comunicado divulgado pela Petrobras não negou a informação que a diretoria e o conselho executivo sabiam de estimativas de prejuízo de 3,2 bilhões de dólares com a refinaria já em 2012. Pela legislação, a estatal é obrigada a comunicar a investidores qualquer baixa contábil identificada pela diretoria. A estatal informou ainda que a aprovação da continuidade de obras da Rnest em 2012, após a estimativa de prejuízos, foi precedida de medidas como "incorporação de ajustes nas projeções financeiras, e aprimoramento do controle da execução dos projetos".
Leia a notícia na íntegra no site da Veja.
Justiça nega liberdade a Nestor Cerveró
O desembargador federal João Pedro Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), negou pedido de liberdade ao ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, e disse que a prisão do ex-dirigente deve ser mantida para se evitar “graves riscos à ordem pública”. A Justiça decretou a prisão de Cerveró no dia 1º de janeiro, mas ele só foi detido duas semanas depois, no dia 14, ao desembarcar no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.
Na justificativa para determinar a prisão do ex-diretor, o juiz Marcos Josegrei acolheu pedido do Ministério Público, que havia detectado que o ex-diretor continuava a praticar crimes e tentava se desfazer do patrimônio em seu nome. Cerveró chegou a transferir três imóveis para os filhos em uma operação interpretada como uma tentativa de evitar que os bens fossem penhorados no futuro para o ressarcimento dos prejuízos causados pelo esquema de fraudes na Petrobras.
Ao apelar para a Justiça, a defesa de Cerveró alegou que a prisão havia sido decretada sem fundamentação legal e ponderou que o ex-diretor é réu primário e tem bons antecedentes. De acordo com a acusação, ele recebeu 30 milhões de dólares a partir da mediação de Fernando Baiano para a consolidação de contratos de navios-sonda com a Samsung Heavy Industries. Em acordo de delação premiada, o executivo Julio Camargo, da empresa Toyo Setal, confirmou os pagamentos ilegais.
Leia a notícia na íntegra no site da Veja.
A “petistite” é uma doença grave e, se nada for feito, letal. O agente patogênico, o “Petralha”, da estirpe “VS”, continua empestando o ar, por Reinaldo Azevedo
A refinaria Abreu e Lima é o sintoma mais agudo de uma infecção: a “petistite”. Antes dela, claro!, o país passou por outros perrengues, mas, como já resta evidente com o pouco que se sabe até aqui, nunca houve nada tão grave — e dificilmente haverá. A doença é perversa pelo estrago que provoca no organismo Brasil, mas não só por isso. O agente patogênico, o Petralha, pertence à cepa dos micro-organismos que enganam o sistema imunológico da sociedade: é a estirpe VS — Vigarice Socialista. A VS, de que o Petralha é uma derivação mais agressiva, se insinua no organismo saudável com o discurso da igualdade, da reparação social, da generosidade e da distribuição de renda. Aos poucos, vai debilitando o organismo saudável, que vai tendo o tecido necrosado por suas toxinas. Já hoje, há males provocados pela petistite que são permanentes. Sim, meus caros: há tecidos que estão necrosados, que já não têm recuperação. Nota à margem: o vírus “Petralha” é formado por duas proteínas — o petismo e o quadrilhismo Metralha.
Neste fim de semana, ficamos sabendo de uma coisa estarrecedora. Estudos técnicos da Petrobras, revelados por reportagem da Folha, informam que a refinaria Abreu e Lima não tem mais cura. Seu prejuízo será de, no mínimo, US$ 3,2 bilhões. Orçada em 2005 em US$ 2,4 bilhões, já está em US$ 18,5 bilhões. Trazendo a valores presentes, o que a refinaria poderá gerar de benefícios ao longo de sua vida útil, chega-se àquele prejuízo de US$ 3,2 bilhões.
Diante da evidência, o que fez a Petrobras neste domingo? Responsabilizou pelo descalabro Paulo Roberto Costa, o ex-diretor de Abastecimento que fez acordo de delação premiada. Sim, ele já admitiu superfaturamento em obras. Mas será que um homem, sozinho, é capaz de tal estrago? Segundo a nota da estatal, “testes realizados pela companhia até 2013 não indicaram a necessidade de reconhecimento de perdas de investimentos realizados na refinaria de Abreu e Lima”. Ocorre que a direção admite que os tais testes não tinham como objeto apenas a refinaria, mas o conjunto das obras da estatal.
Segundo informa a Folha, “estudos técnicos da empresa já apontavam as perdas quando membros de seu Conselho de Administração aprovaram a continuidade das obras da refinaria, em junho de 2012. Entre eles, estavam a atual presidente da estatal, Graça Foster, o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, e os empresários Jorge Gerdau e Josué Gomes da Silva”.
Atenção! A Petrobras só criou uma comissão interna para avaliar o desastre de Abreu e Lima em abril de 2014, depois da Operação Lava Jato. Todas as vezes em que se tentava saber que diabo se passava na Petrobras, as toxinas produzidas pelo vírus Petralha acusavam uma conspiração contra a empresa. Não custa lembrar que, nas campanhas eleitorais de 2006 e 2010, o PT inventou uma suposta intenção do PSDB de privatizar a estatal. Ainda em 2014, a candidata Dilma Rousseff tangenciou esse discurso.
Eis aí. Abreu e Lima já é um mal permanente. Mas há outros estragos provocados pela petistite, como revela reportagem da VEJA, de que trato em outro post.
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