Milho: Frente à queda do dólar, preço no Porto de Paranaguá recua 6,87% na semana
A semana foi negativa aos preços do milho no mercado interno brasileiro. Somente no Porto de Paranaguá, a queda no valor foi de 6,87%, com a saca cotada a R$ 27,94. Na região de Jataí (GO), local que registrou a maior desvalorização, a perda foi de 10,87% e saca do cereal encerrou a semana a R$ 20,50.
Em Ubiratã (PR), o preço da saca recuou de R$ 21,00 para R$ 19,50, uma perda equivalente a 7,14%. Nas regiões de Londrina e Cascavel, ambas no PR, as quedas foram menores de 4,88% e 4,76% e a saca cotada a R$ 19,50 e R$ 20,00, respectivamente. A saca também recuou na região de Tangará da Serra (MT), para R$ 18,00, perda de 2,70%. Nas demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, a semana foi de estabilidade.
Os analistas destacam que, ao longo dos últimos dias a atenção do mercado se voltou para o relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e o clima no Brasil. Contudo, o que mais exerceu influência sobre os preços foi a oscilação no câmbio e também o início da colheita em algumas localidades, especialmente na região Sul do país.
Para o analista de mercado da Safras & Mercado, Paulo Molinari, a ausência de demanda na exportação também tem contribuído para pressionar os preços. É um consenso entre os especialistas de mercado de que as cotações ainda estavam sustentadas devido à recente valorização na moeda norte-americana.
Inclusive, na visão do analista de mercado da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, 2015 deverá ser um ano de neutralidade aos preços do cereal, que se registrarem alguma valorização será veiculada ao dólar. Nesta sexta-feira, a moeda norte-americana encerrou a sessão a US$ 2,6212 na venda, com perda de 0,79%, na mínima do dia, o cmâbio tocou o patamar dos US$ 2,6150, conforme dados da Reuters. Na última segunda-feira, o valor de fechamento ficou em R$ 2,66.
Além disso, o clima mais seco nas principais regiões produtoras do cereal na primeira safra já começam a ser observadas pelo mercado. A primeira safra é estimada em mais de 29 milhões de toneladas pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), porém, a produção pode ficar abaixo dos 27 milhões de toneladas, segundo os analistas.
A situação é decorrente da redução da área destinada ao milho na primeira safra e também o clima irregular. As precipitações permanecem irregulares em muitas localidades pelo país, principalmente nos estados de Goiás e Minas Gerais. Por outro lado, no Rio Grande do Sul, a colheita já teve início e o rendimento médio das plantações alcança 120 sacas por hectare nas áreas não irrigadas.
Já a safrinha, ainda existe muitas incertezas e especulações no mercado. Frente ao atraso no cultivo da soja, por conta das condições climáticas adversas, a janela de plantio da safrinha está bem estreita. Em muitas localidades, os produtores já sinalizam a redução na área, mas também nos investimentos para tentar equilibrar as contas.
BM&F Bovespa
Após uma semana de extrema volatilidade, as cotações do milho na Bolsa brasileira fecharam o pregão desta sexta-feira (16) com ligeiras altas. As principais posições do cereal exibiram valorizações entre 0,17% e 0,68%. A posição março/15 era cotada a R$ 29,80 a saca, depois de ter fechado a sessão de segunda-feira a R$ 30,78 a saca.
Durante os últimos dias, o mercado acompanhou a movimentação do mercado internacional, mas também o dólar e registrou perdas expressivas.
Bolsa de Chicago
As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam a semana com altas expressivas. Os vencimentos exibiram ganhos de mais de 7 pontos na sessão desta sexta-feira (16) e o contrato março/15 era negociado a US$ 3,87 por bushel. O mercado exibiu um movimento de recuperação diante do feriado da próxima segunda-feira (19) nos Estados Unidos, em comemoração à Martin Luther King, Jr.
Ainda assim, os dois primeiros vencimentos não conseguiram retornar ao patamar dos US$ 4,00 por bushel. Os preços registraram fortes quedas nos últimos dias influenciados pelas notícias vindas do etanol. Nesta quinta-feira, os futuros do etanol caíram novamente mantendo a pressão sobre o mercado de milho. Frente à grande produção e a queda nas cotações do petróleo, os preços do etanol são os mais baixos desde 2005, conforme dados do site Farm Futures.
Entretanto, as baixas atraíram os investidores à ponta compradora do mercado. Nesta sexta-feira, o USDA eportou a venda de 101.600 mil toneladas de milho para destinos desconhecidos. Essa é a terceira operação anunciada somente essa semana, na quarta-feira, 125 mil toneladas do grão foram vendidas para Taiwan e, na quinta-feira, 127 milt toneladas foram negociadas para o Japão.
O analista de mercado da Safras & Mercado sinaliza que, a tendência é que os preços operem próximos de US$ 3,20 a US$ 4,00. Paralelamente, o mercado precisa de novos fatores e informações para dar suporte às cotações do milho.
Veja como fecharam os preços nesta sexta-feira:
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A tendencia do milho é ter seu preço andando de lado e para baixo...a última faceta a participar disto é o preço do petróleo,pois com petróleo mais baixo menos vai se produzir etanol de milho...logo até plantando menos coisa que deve acontecer no Brasil e no USA...a demanda se estabiliza ou cai...e os preços (salvo fato novo) vão de lado a para baixo.