Café: NY cai pela segunda sessão consecutiva nesta 6ª feira com operadores confiantes em chuva para próxima semana
As cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) registraram mais um dia de queda nesta sexta-feira (16) e os preços estão próximos dos 170,00 cents/lb, após tentativa frustrada de romper o patamar de US$1,85. Os investidores acreditam que chuvas devem cair na próxima semana no cinturão produtivo do Brasil.
O contrato março/15 registrou 170,00 cents/lb e o maio/15 anotou 173,65 cents/lb, ambos com recuo de 565 pontos. O vencimento julho/15 fechou a sessão com 176,10 cents/lb e baixa de 560 pontos e o setembro/15 registrou 178,10 cents/lb e 565 pontos negativos. É o segundo pregão consecutivo de queda.
As principais regiões produtoras de café enfrentam seca parecida com a do início do ano passado. No início desta semana, os preços subiram com as altas temperaturas e falta de chuva nas cidades produtoras.
Segundo informações reportadas pela Reuters nesta sexta-feira com base em entrevista com responsáveis do Conselho Nacional do Café, a safra do Brasil em 2015 de café será menor do que o estimado esta semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), uma vez que as projeções do governo foram feitas em dezembro, antes do período seco de janeiro.
» CNC diz que safra de café do Brasil em 2015 será menor que projetado pela Conab
No entanto, os investidores da bolsa norte-americana parecem não estar mais preocupados com o cenário climático e ajustaram os preços com informação de chuva no cinturão produtivo na próxima semana.
“Presenciar uma baixa nas cotações em Nova York de 500 pontos dentro de um cenário climático adverso no cinturão produtivo do Brasil onde a seca e as temperaturas são épicas ao momento vivido aliado a queda consecutiva nos estoques americanos de café, estoques baixos no Brasil e por fim demandas crescentes e constantes, realmente, é de tirar o fôlego de qualquer operador que tem mínimas noções de mercado”, diz o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta sexta-feira, o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, afirmou que 2015 começa pior que ano anterior e a situação pode ser mais crítica para produção de café neste ano e há ainda, possibilidade de prejuízo na safra de 2016. As lavouras de arábica estão em fase de granação e necessitam de um bom volume pluviométrico para o desenvolvimento uniforme dos grãos.
» 2015 começa pior que ano anterior e situação pode ser mais crítica para produção de café
Mercado interno
Os negócios no mercado interno já estavam baixos há alguns dias. No entanto, a queda na Bolsa de Nova York ontem e hoje ajudou a intensificar esse cenário. As praças registraram preços estáveis ou negativos na maior parte das localidades nesta sexta-feira.
O tipo cereja descascado tem maior valor de negociação na cidade de Varginha-MG com saca cotada a R$ 550,00 — estável . A variação mais expressiva no dia foi em Guaxupé-MG com queda de 2,32% e saca cotada a R$ 548,00.
Para o tipo 4/5, a cidade com maior valor de negociação foi Guaxupé-MG que tem saca cotada a R$ 536,00 e registrou queda de 2,72%, A praça com maior oscilação no dia foi Franca-SP com alta de 2,94% e R$ 525,00.
O tipo 6 duro teve maior valor em Varginha-MG com variação estável e saca cotada a R$ 520,00. A cidade com oscilação mais expressiva no dia foi Araguarí-MG que tem saca cotada a R$ 490,00 e registrou queda de 7,55%.
Na quinta-feira (14), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou queda de 0,87% e está cotado a R$ 490,22 a saca de 60 kg.
» Clique e veja as cotações do mercado interno nesta sexta-feira (16)
Tipo 4/5 segue NY e fecha em queda
As cotações do café arábica tipo 4/5 encerraram esta sexta-feira com queda na BM&F Bovespa. O vencimento março/15 registrou US$ 207,25 com desvalorização de 3,63% e o setembro/15 fechou o dia com recuo de 3,31% cotado a US$ 216,10.
Robusta registra queda em Londres
As cotações do café robusta na Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres (Liffe) fecharam com preços mais baixos nesta sexta. O contrato janeiro/15 está cotado a US$ 1938,00 por tonelada com desvalorização de US$ 35, o março/15 teve US$ 1971,00 por tonelada e recuo de US$ 27 e o maio/15 anotou US$ 1999,00 por tonelada e queda de US$ 28.
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