Milho: Em Chicago, preços testam recuperação e operam com leve alta na sessão desta 6ª feira
Após três dias consecutivos em queda, as cotações do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) tentam uma recuperação na manhã desta sexta-feira (16). Por volta das 8h59 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam ganhos entre 2,75 e 3,25 pontos. O contrato março/15 era cotado a US$ 3,83 por bushel.
Segundo informações do noticiário internacional, o mercado de cereal ainda sente os reflexos do etanol. Nesta quinta-feira, os futuros do etanol caíram novamente mantendo a pressão sobre o milho. Frente à grande produção e a queda nas cotações do petróleo, os preços do etanol são os mais baixos desde 2005, conforme dados do site Farm Futures.
E nem mesmo o anúncio da venda de 127 mil toneladas ao Japão, reportada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e os números das vendas para exportação que, ficaram em 818.800 mil toneladas até a semana encerrada no dia 8 de janeiro, conseguiram dar suporte aos preços.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Milho: Na BM&F, preços sobem com suporte no câmbio e março/15 chega a R$ 29,60
A sessão desta quinta-feira (15) foi de recuperação aos preços do milho na Bolsa brasileira. Após dois dias de quedas, as principais posições do cereal exibiram valorizações entre 0,11% e 1,75%. A posição março/15 era negociada a R$ 29,60, com alta de 1,72%.
O mercado do cereal encontrou suporte na alta do câmbio observada nesta quinta-feira. A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 2,6422 na venda, com ganho de 0,80, depois de chegar a R$ 2,5955 na mínima da sessão. Segundo dados da agência Reuters, os investidores acabaram retornando ao mercado para aproveitar a cotação mais baixa.
Os analistas destacam que, nesse momento, o dólar tem sido de extrema importância na composição dos preços do milho, uma vez que tem contribuído para sustentar os valores. Por outro lado, há as especulações em relação à safra brasileira. A primeira safra é estimada em torno de 29,640,8 milhões de toneladas, no entanto, alguns analistas destacam que o número pode ficar abaixo dos 27 milhões de toneladas.
Cenário que é reflexo da redução na área cultivada na safra de verão e também os problemas em relação ao clima. As chuvas estão irregulares em muitas regiões produtoras, especialmente em Goiás e Minas Gerais. Já no Rio Grande do Sul, a colheita do cereal já começou e a produtividade média gira em torno de 120 sacas por hectare em lavouras não irrigadas.
Para a safrinha, ainda há muitas incertezas, já que em função do atraso no plantio da soja, a janela ideal de cultivo do cereal está bem estreita. Em muitas localidades, os produtores já sinalizam a redução na área, mas também nos investimentos para tentar equilibrar as contas.
Mercado interno
A alta do dólar, também influenciou positivamente os preços praticados nos portos brasileiros. Em Paranaguá, o valor subiu 2,96% nesta quinta-feira, com a saca negociada a R$ 27,80, para entrega em setembro de 2015. Em Jataí (GO), o dia também foi de valorização de 0,84% e saca era cotada a R$ 20,50.
Na região de Tangará da Serra (MT), o valor subiu 2,78%, com a saca a R$ 18,50. Na contramão desse cenário, em Londrina (PR) e São Gabriel do Oeste (MS), os valores também recuaram e finalizaram o dia a R$ 19,50 e R$ 20,50, respectivamente, nas demais praças o dia foi de estabilidade, conforme levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas.
Bolsa de Chicago
Pelo terceiro dia consecutivo, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram a sessão em campo negativo. As principais posições da commodity finalizaram o pregão com desvalorizações entre 1,00 e 1,50 pontos. A posição março/15 era cotada a US$ 3,80 por bushel, depois de ter encerrado dia anterior a US$ 3,81 por bushel.
Ao longo desta quinta-feira (15), as cotações do cereal até esboçaram uma recuperação, porém, o movimento não foi sustentado e as cotações voltaram a cair. Na visão do consultor de mercado da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, Carlos Cogo, destaca que o mercado está sentindo as informações vindas do lado etanol.
"Os estoques elevados de etanol a partir de milho nos EUA, com produção recorde. E agora temos a preocupação com competitividade do etanol com o petróleo. As estimativas para a próxima safra no país também acabaram pesando, apesar o recuo, a leitura do mercado é que a diminuição será menor do que o esperado", afirma Cogo.
De acordo com dados da Informa Economics, a área de milho na safra 2015/16 será de 35,73 milhões de hectares nos EUA. Em comparação com a estimativa anterior, o número representa um leve aumento, porém, o percentual é menor do que o cultivado na temporada anterior, de 36,67 milhões de hectares, conforme dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Já as vendas para exportação ficaram em 818.800 mil toneladas até a semana encerrada no dia 8 de janeiro, segundo informações do órgão.O volume representa um crescimento expressivo em relação à semana anterior, na qual, as vendas ficaram em 387,6 mil toneladas. Porém, o número ainda está 10% abaixo da média das últimas quatro semanas.
O principal comprador do produto norte-americano nesse período foi o México, que adquiriu 190.300 mil toneladas. E no acumulado no ano safra, as vendas somam 28.160,9 milhões de toneladas. A estimativa do USDA para essa temporada é de 44.450,0 milhões de toneladas.
"Sempre que temos uma queda e os preços tocam nos níveis US$ 3,60 a US$ 3,80, temos a volta dos compradores no mercado e as exportações crescentes", explica o consultor de mercado da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, Carlos Cogo.
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