Brasil precisa controlar custos para avançar no mercado mundial do arroz
Até agora, a produção global de arroz sempre foi capaz de satisfazer a demanda global, tanto nacional quanto internacional, mas as tendências atuais mostram que a produtividade não está crescendo tão rápido como no passado. Esta é a avaliação do pesquisador do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad), Patricio Mendez del Villar, que será uma dos participantes da 25ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, que ocorre de 5 a 7 de fevereiro no município de Tapes (RS).
Conforme o analista, que vai falar sobre o mercado internacional e as qualidades do arroz brasileiro na sexta-feira, 6 de fevereiro, a partir das 14h, as melhores terras já estão sob cultivo e para aumentar a produção em novas terras, é preciso mais tecnologia e insumos para manter e melhorar os rendimentos, mas devem adaptar-se, ao mesmo tempo, aos requisitos de sustentabilidade. "Os desafios são grandes. O produtor deve produzir mais, melhor - em função às demandas dos mercados, e mais barato. Para isso, ele deve ter conhecimento técnico, conhecer as oportunidades de negócio, e se adaptar aos mercados", observa.
Del Villar salienta que para esta conjuntura ocorrer, a pesquisa, os fornecedores de insumos, as políticas públicas, as associações de produtores, os sistemas de informação, entre outros, devem trabalhar de forma consertada. O pesquisador do Cirad afirma que o produtor de arroz no Brasil tem boa tecnicidade e que a produtividade no Brasil fez progressos significativos nos últimos dez a 15 anos, mas precisa controlar mais seus custos para ser mais competitivo internacionalmente. "O Brasil é hoje globalmente autossuficiente em arroz, e aspira a tornar-se um jogador importante no comércio mundial. Mas a concorrência é feroz entre os exportadores mundiais", analisa.
A historia de del Villar na pesquisa sobre arroz iniciou em 1983 com um trabalho de mestrado sobre a economia arrozeira na região de Camarga, no Sul da França, e de doutorado sobre os sistemas de produção do arroz na França. A partir de 1988, já no Cirad, trabalhou em um programa de pesquisa sobre a economia arrozeira no mundo e mercados internacionais de arroz. No início dos anos 1990 participou de trabalhos de consultoria sobre a competitividade das cadeias produtivas do arroz na África do Oeste
Já nos anos 2000 foi consultor na Embrapa Arroz e Feijão em Goiânia (GO) realizando trabalhos sobre as dinâmicas agrícolas, as cadeias produtivas do arroz no Centro-Oeste e Nordeste e impactos das biotecnologias no Mato Grosso e Paraná. Em 2004 retornou para o Cirad, em Montpellier, sul da França, e participa como consultor sobre mercados do arroz e políticas publicas direcionadas à segurança alimentar na África do Oeste e do Centro, em colaboração com centros nacionais de pesquisa agronômica, e instituições internacionais como as Organizações das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).
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