Fluxos de saída de recursos compensam expectativas com BCE e dólar sobe 0,06% ante real
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou com leve alta sobre o real nesta quarta-feira, com fluxos pontuais de saída de divisas compensando as expectativas de que o Banco Central Europeu (BCE) adote mais estímulos, que haviam levado a moeda norte-americana a cair mais de 1 por cento pela manhã.
Os investidores também aguardaram a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, divulgada logo após o fechamento. Internamente, o mercado continuou esperando mais detalhes sobre quais medidas o governo adotará como parte do aperto fiscal.
A moeda norte-americana teve variação positiva de 0,06 por cento, a 2,7035 reais na venda, após chegar a 2,6740 reais na mínima do dia (-1,03 por cento). Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 2 bilhões de dólares.
"O mercado hoje foi muito sensível. À tarde, várias operações pequenas acabaram fazendo preço", disse o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca.
As operações de compra de dólares se concentraram no início da tarde e na reta final do pregão. Durante o resto da sessão, a moeda norte-americana operou em queda ante o real, após a zona do euro registrar em dezembro deflação pela primeira vez desde outubro de 2009.
O dado deve levar o BCE a adotar novo programa de compras de títulos públicos, sendo que parte dos recursos injetados nos mercados tende a migrar para ativos que oferecem rendimentos elevados, como papéis brasileiros.
"O mercado está vendo que o BCE pode adotar um programa de estímulos em breve, o que melhoraria a perspectiva de fluxo (financeiro) para o Brasil", explicou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.
Com isso, o dólar recuava em relação a moedas como os pesos chileno e mexicano.
Mas investidores adotaram cautela antes da divulgação da ata da última reunião do Fed. No documento, divulgado após o fechamento dos negócios, o banco central norte-americano mostrou que se ateve em sua última reunião aos planos de começar a elevar o juros ainda neste ano apesar do debate aparentemente vigoroso sobre como comunicar suas intenções.
Agentes financeiros também continuaram atentos aos preços do petróleo, cuja persistente queda vem alimentando a aversão ao risco nos mercados globais. Nesta sessão, tanto o Brent quanto o petróleo dos EUA operavam voláteis, trocando de sinal diversas vezes.
No Brasil, o mercado buscava novas pistas sobre os planos da nova equipe econômica para o ajuste fiscal. Segundo afirmou uma fonte do governo à Reuters, o governo deve anunciar corte nas despesas, incluindo investimentos, até que o Orçamento de 2015 seja aprovado no Congresso Nacional.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 700 contratos para 1º de setembro e 1,3 mil para 1º de dezembro, com volume correspondente a 98 milhões de dólares.
O BC também vendeu a oferta integral de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de fevereiro, equivalentes a 10,405 bilhões de dólares. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 19 por cento do lote total.
(Por Bruno Federowski)
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