Milho: Frente à especulação de clima no Brasil, preços avançam na BM&F e março/15 chega a R$ 32,18

Publicado em 12/11/2014 12:25 e atualizado em 12/11/2014 17:57

As principais posições do milho registram mais um dia de alta na BM&F Bovespa. Por volta das 12h30 (horário de Brasília), os vencimentos da commodity exibiam valorizações entre 0,58% a 2,36%. O vencimento março/15 era cotado a R$ 32,18 a saca, após ter fechado o pregão anterior a R$ 31,50 a saca.

O analista de mercado da Cerrado Corretora, Mársio Antônio Ribeiro, os preços são impulsionados pela irregularidade climática no Brasil e também os números elevados das exportações de milho registradas em outubro. No mês anterior, os produtores brasileiros conseguiram embarcar em torno de 3,18 milhões de toneladas do cereal, um crescimento de 18,4% em relação a setembro.

Na primeira semana de novembro, as exportações totalizaram 139,3 mil toneladas, um aumento de 0,8% em comparação com o mesmo período de outubro. "Isso tem dado sustentação ao mercado do cereal. E, por enquanto, a perspectiva é que esse movimento continue, pelo menos, no curto prazo", explica Ribeiro.

Porém, o analista destaca que, se realmente tivermos a confirmação de uma redução na área destinada ao milho na segunda safra, os preços deverão permanecer em patamares mais elevados. Em seu último boletim, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) indicou a produção de milho entre 77 milhões a 78 milhões de toneladas, entre primeira e segunda safra para essa temporada.

Entretanto, alguns analistas sinalizam que as projeções da entidade não refletem as condições vistas nos campos brasileiros. Especialmente, em relação ao atraso na semeadura da soja que já compromete a janela ideal de plantio do milho safrinha. No MT, por exemplo, a redução na área cultivada com o cereal na segunda safra pode chegar a 40% no Leste do estado, conforme dados da Aprosoja - MT.

Com o atraso nas chuvas, a associação já prevê uma diminuição no plantio da safrinha de 15% nas regiões Oeste e Sul de MT. E no Norte, região com maior produção do grão, a queda estimada pode superar os 30%. A situação também têm se repetido em outras localidades pelo país, como é o caso de Balsas (MA), onde a previsão de recuo na área destinada ao cereal é de 30%. 

"Agora, caso não se confirme o comprometimento da 2ª safra, as cotações podem recuar. Já que, excluindo o fator clima, os fundamentos ainda são baixistas para o mercado. Mesmo com uma exportação ao redor de 21 milhões de toneladas nesta temporada, os estoques previstos são elevados", ressalta o analista.

Bolsa de Chicago

Ao longo dos negócios desta quarta-feira, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) ampliaram os ganhos. Por volta das 13h10 (horário de Brasília), nas principais posições do cereal registravam altas entre 9,50 a 10,00. O contrato dezembro/14 era negociado a US$ 3,83 por bushel.

De acordo com informações do site internacional Farm Futures, o mercado do cereal acompanha os fortes ganhos registrados nas commodities da soja e do trigo hoje. Na sessão anterior, os preços do cereal também encontraram suporte nas valorizações observadas nos futuros da oleaginosa. 

Além disso, os investidores ainda observam os números reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no último relatório de oferta e demanda. O órgão reduziu a estimativa para a produção de milho norte-americana, para 365,97 milhões de toneladas e a produtividade para 183,52 sacas por hectare.

Em contrapartida, o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, os preços do cereal ainda estão baratos no mercado internacional. Já no quadro geral de oferta e demanda, a safra dessa temporada irá ficar próxima do ano anterior. "Porém, a demanda será maior e vamos superar a produção, o que, consequentemente irá impactar os estoques e também no mercado brasileiro", destaca o consultor.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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