Milho: Mercado recua pelo 2º dia consecutivo e dez/14 é cotado a US$ 3,19/bu
Pelo segundo dia consecutivo, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham em queda. Por volta das 10h50 (horário de Brasília), os principais contratos da commodity exibiam perdas entre 1,75 e 2,00 pontos. O vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 3,19 por bushel.
Segundo informações reportadas pela agência internacional de noticias, mais cedo, o contrato tocou o patamar de US$ 3,18 por bushel, o menor desde setembro de 2009. As cotações do cereal recuaram pelo quinto mês consecutivo e 25% no último trimestre.
Nesse momento, o principal fator de pressão sobre os preços do milho é a expectativa de uma safra recorde nos EUA nesta temporada. A perspectiva, segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), é que sejam colhidos em torno de 365,65 milhões de toneladas de milho, no entanto, os investidores apostam que a safra pode superar as projeções iniciais.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Milho: Frente à alta do dólar, preço no Porto de Paranaguá sobe para R$ 23,00
De acordo com levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, a terça-feira foi de estabilidade na maioria das praças pesquisadas. Em Campo Novo do Parecis (MT), o valor registrou aumento de 4,17%, com a saca cotada a R$ 12,50. No Porto de Paranaguá, o dia também foi de alta, de 2,22%, com a saca do cereal negociada a R$ 23,00, aumento de R$ 0,50, em relação a segunda-feira.
Na contramão desse cenário, em São Gabriel do Oeste (MS), a queda foi de 1,32% e a saca do milho fechou a terça-feira cotada a R$ 15,00. Em Luís Eduardo Magalhães (BA), o recuo foi de 2,70%, com a saca de milho negociada a R$ 18,00.
O movimento positivo registrado no Porto de Paranaguá é reflexo da recente alta da moeda norte-americana. Apesar da queda registrada nesta terça-feira, o dólar fechou o dia cotado a R$ 2,44, a moeda acumula alta de 9,33% somente no mês de setembro.
"Ainda assim, o preço é insuficiente para estimular as vendas, pois temos a queda nos valores praticados na Bolsa de Chicago. Como consequência teremos mais produto no mercado, o que tende a impactar na formação dos preços", explica o consultor de mercado, Étore Baroni.
Diante desse cenário, é preciso que haja uma aceleração nas exportações brasileiras de milho. A perspectiva é que até o final de setembro, os embarques do cereal fiquem próximos de 2,7 milhões de toneladas. Já a Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) aposta que nos próximos meses, até o final do ano, as exportações deverão oscilar entre 2 milhões até 2,7 milhões de toneladas.
Porém, alguns analistas sinalizam que o volume pode não ser suficiente para que a projeção feita pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), de 21 milhões de toneladas, seja alcançada. Até o momento, em torno de 5,7 milhões de toneladas do cereal já foram asseguradas por meio dos leilões de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor).
Esse quadro tem impactado diretamente na decisão de plantio dos produtores rurais. Nesta safra, nas principais regiões produtoras, os números dão conta da redução da área de milho, uma vez que os agricultores deverão investir na soja. Os analistas também ressaltam que a situação pode influenciar o planejamento da próxima safrinha.
Bolsa de Chicago
As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam a sessão desta terça-feira (30) em campo negativo. As principais posições da commodity exibiram perdas entre 4,50 e 5,00 pontos e, o vencimento dezembro/14 terminou o dia cotado a US$ 3,20 por bushel. Em relação ao fechamento do pregão anterior, o número representa uma queda de 1,53%.
Os analistas relatam que, apesar das perdas registradas na sessão desta terça-feira não houve nenhum fato novo que tenha motivado esse movimento. O consultor de mercado da FCStone, Étore Baroni, explica que o mercado trabalhou de lado no pregão de hoje e os números dos estoques trimestrais ficaram do esperado pelos participantes do mercado.
Nesta terça-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) apontou os estoques trimestrais de milho em 31,4 milhões de toneladas até o dia 1º de setembro. O volume ficou dentro do aguardado pelo mercado, entre 25,91 milhões a 34,29 milhões de toneladas.
Já no mesmo período do ano anterior, o volume era de 20,85 milhões de toneladas. Em junho deste ano, o departamento projetou os estoques trimestrais norte-americanos em 97,9 milhões de toneladas.
Ainda assim, Baroni destaca que o mercado está totalmente focado na safra 2014/15 nesse momento. Com a colheita do cereal avançando, em torno de 12% da área cultivada nesta safra já foi colhida, conforme dados do departamento, a perspectiva é que a safra fique acima da última projeção do USDA, de 365,65 milhões de toneladas.
"Os relatos vindos dos campos apontam para bons rendimentos, o que aumenta a perspectiva de que o volume colhido possa ficar acima das estimativas iniciais. Com isso, teremos uma recomposição nos estoques, não só nos EUA, mas no mundo. Consequentemente, o espaço para que haja uma reação nos preços é menor", destaca Baroni.
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