Milho testa recuperação e opera com leve alta em Chicago nesta 4ª feira
O mercado internacional do milho, nesta quarta-feira (16), trabalha em campo positivo na Bolsa de Chicago, após o fechamento negativo na sessão anterior. Por volta das 7h50 (horário de Brasília), os contratos mais negociados subiam pouco mais de 4 pontos e o vencimento setembro/14, referência para o produtor americano, era negociado a US$ 3,78 por bushel.
As altas são uma tentativa de recuperação depois das últimas quedas, porém, o foco ainda é a nova safra norte-americana. São 76% das plantações em boas ou excelentes condições e a colheita está estimada em mais de 350 milhões de toneladas na temporada 2014/15. Além disso, o clima segue favorável e contribuindo para o bom desenvolvimento das plantas.
Os últimos números do USDA (departamento de Agricultura dos Estados Unidos) mostram que em torno de 34% das lavouras estão em fase de espigamento, contra 15% em um ano atrás e à frente da média de 33% de cinco anos.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Milho: Com clima favorável nos EUA, mercado fecha a sessão próximo do menor patamar dos últimos 4 anos
Por Fernanda Custódio
Com o foco na safra norte-americana, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão desta terça-feira (15) próximos dos menores patamares dos últimos quatro anos. As principais posições da commodity terminaram a sessão com perdas entre 5,75 e 7,50 pontos. O vencimento setembro/14 recuou 2% e fechou o dia cotado a US$ 3,74 por bushel.
Até o último domingo (13), cerca de 76% das lavouras de milho apresentavam boas ou excelentes condições, conforme dados reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O índice é maior do divulgado na semana anterior, de 75%. Além disso, em torno de 19% das plantações estão em condições regulares e 5% estão situação ruim ou muito ruim.
De acordo com informações divulgadas pela agência internacional de notícias Bloomberg, as temperaturas amenas e as chuvas impulsionaram o desenvolvimento da cultura do milho para a melhor condição registrada nesta época do ano desde 1994. E, por enquanto, em torno de 34% das lavouras estão em fase de espigamento, contra 15% em um ano atrás e à frente da média de 33% de cinco anos.
Ainda assim, a agência alerta que, o excesso de calor ou seca também podem murchar as plantas e comprometer os rendimentos das lavouras durante a fase de polinização, especialmente durante o mês de julho. A produtividade das lavouras norte-americanas para a safra 2014/15 é estimada em 174,95 sacas por hectare, segundo projeções do USDA.
Entretanto, em junho de 2012, o departamento norte-americano também previa uma safra cheia nos EUA. Em vez disso, os campos no Meio-Oeste do país sofreram com a seca, a pior desde 1930 e, os preços futuros do cereal alcançaram uma alta de todos os tempos, de US$ 8,49 por bushel em 10 de agosto de 2012, segundo dados da Bloomberg.
Mas, por enquanto, a perspectiva é de boa safra nos EUA, o que mantém a tendência negativa para os preços da commodity. Com isso, muitas consultorias internacionais e analistas já sinalizam que as cotações podem recuar próximas do patamar de US$ 3,50 por bushel. E para que haja uma modificação na trajetória dos preços, serão necessários novos acontecimentos no mercado, conforme acreditam os especialistas.
“Agora, temos um patamar de preços antigos no fim de um ciclo de baixos estoques, que começou em 2008. Esse fator sustentou os preços do cereal, que alcançaram até US$ 8,50 por bushel, porém, esse ciclo está terminando com o segundo recorde de produção. Precisamos de um grande fato, algum problema na safra americana, no momento da polinização, ou até mesmo chuvas no momento da colheita. A demanda também pode ajudar a fazer com os preços parem de cair em algum patamar. Entretanto, a safra ainda será colhida e teremos um segundo semestre difícil pela frente”, explica o analista de mercado da Safras & Mercado, Paulo Molinari.
Mercado interno
No mercado brasileiro, os preços do cereal permanecem em queda frente à evolução da colheita da segunda safra. E a tendência é que as cotações fiquem mais pressionadas nas próximas duas semanas, com o pico da colheita, conforme destaca o analista de mercado. Na BMF&Bovespa, a perspectiva é que o vencimento setembro/14 negociado a R$ 23,27, nesta terça-feira, com desvalorização de 1,02%, possa alcançar o menor patamar do ano passado, de R$ 22,10, acredita Molinari.
“Estamos chegando perto de 20% a 25% da safrinha colhida até o momento na região Centro-Sul. O volume ainda é pequeno para causar maior efeito nos preços praticados no mercado interno. Já nos Portos, as cotações giram em torno de R$ 23,50 a R$ 24,00, com os prêmios altos”, diz o analista.
Segundo projeções de consultorias brasileiras, até o momento, em torno de 35% da safrinha de milho já foi negociada até a primeira quinzena do mês de julho. O índice está abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior, de 60%. E, no momento, parte da estratégia dos produtores rurais é segurar o produto à espera de melhores oportunidades.
Em algumas regiões produtoras do país, as cotações do cereal já são menores do que os preços mínimos fixados pelo Governo. Consequentemente, os representantes do setor solicitam junto às autoridades leilões para ajudar o escoamento da produção brasileira. A preocupação, nesse momento, é que, os produtores que participaram dos leilões em 2013 ainda receberam os prêmios, conforme relatam os representantes das entidades no Mato Grosso.
Enquanto isso, as exportações brasileiras de milho ainda estão lentas. Até a segunda semana de julho, os embarques do cereal totalizaram 102,3 mil toneladas, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. A estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) é que o país exporte número próximo de 21 milhões de toneladas.
Entretanto, o dólar em patamar um pouco mais baixo, a moeda norte-americana terminou a terça-feira cotada a R$ 2,22 , mas já alcançou o nível de R$ 2,40 no fim de janeiro, ainda dificulta as exportações, conforme destacam os analistas.
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