Enquete: Cafeicultores continuam relatando baixa produtividade do café, mesmo com avanço da colheita

Publicado em 04/06/2014 16:15 e atualizado em 24/06/2014 16:28

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O novo balanço da enquete do site Notícias Agrícolas confirma baixo rendimento do café em diversas regiões produtoras. As consequências do verão mais quente e seco dos últimos 71 anos no Brasil seguem prejudicando a safra nacional. A pesquisa foi respondida até o momento por mais de 200 produtores que registraram forte quebra nas estimativas da produção desta temporada. 

João Onofre, produtor de café arábica no município de São Pedro da União, Minas Gerais, foi um dos participantes da enquete e garante que a produção está bastante prejudicada este ano. “Sou produtor de café há 38 anos e posso dizer que 2014 foi bem complicado. Estávamos estimando uma produção de cerca de 1.800 a 2.000 sacas (de 60 quilos), mas se garantirmos 1.200, já ficarei satisfeito”.

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Amostra de café colhido pelo cafeicultor João Onofre tem grande quantidade de grãos mal formados
 

Os cafés estão chochos, mal formados e miúdos. Por conta disso, 45% dos produtores que responderam à enquete relataram precisar de 600 a 699 litros de café para encher a saca – o normal varia de 420 a 500 litros. Há ainda 18% que necessitam de mais de 700 litros para preencher a saca, 29% conseguem completar com 500 a 599 litros e apenas 8% estão dentro da normalidade com 400 a 499. 

Segundo Onofre, as lavouras mais novas têm sofrido mais. Enquanto ele precisa de 700 a 750 litros de café das plantações antigas para encher a saca de 60 quilos, na colheita das lavouras novas, ele necessita de até 1.000 litros para encher a saca. 

Por ser uma cultura perene, a estiagem deste ano não prejudicou apenas esta safra, mas também deve afetar a colheita da próxima temporada, já que com a seca, o cafeeiro não teve ramos novos, ou seja, vai diminuir a capacidade da produção de cafés cerejas. 

Os municípios mais afetados pelos fatores climáticos deste ano estão em Minas Gerais, principalmente na região Sul. Cidades como Varginha, Nepomuceno, Três Pontas, Guaxupé, Munzambinho, Itamogi, Andradas e Pihumi. Alguns produtores do estado de São Paulo também registraram baixas. As áreas que mais sofreram segundo a pesquisa foram Mococa, São José do Rio Pardo, São Manuel, Garça e Braúna. 

Isso aconteceu principalmente nas lavouras de café arábica. Segundo a pesquisa, os produtores de café conilon (robusta) indicam que as safras seguem em bom andamento. Entre os produtores de conilon, 80% precisam de 400 a 499 litros para encher a saca. 

Veja abaixo os últimos resultados da enquete:

rendimento_cafe_enquete_24.06

condiçoes_lavoura_cafe_enquete_24.06

variedade_cafe_enquete_24.06

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O site Notícias Agrícolas quer saber de você, cafeicultor brasileiro, qual é a verdadeira situação da safra de café 2013/14.

Nos três primeiros meses deste ano, o Brasil enfrentou a pior seca das últimas décadas para o período. Diversas culturas agrícolas tiveram sua produção profundamente prejudicada, entre elas o café. Cafeicultores de todo o país relatam perdas severas de rendimento e qualidade em suas lavouras.

Agências governamentais e grupos internacionais divulgam periodicamente suas estimativas para a safra brasileira de café, porém, diante das incertezas, os números publicados são díspares e provocam forte volatilidade no mercado. 

Qual é o rendimento do seu café? Participando de nossa enquete, você contribui para mostrar o real cenário da cafeicultura brasileira.

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Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • amarildo josé sartóri vargem alta - ES

    Em relação a enquete sobre a produção de café nas regiões produtoras do Brasil, gostaria apenas de levantar aqui uma questão. As características dos grãos de café arábica são totalmente diferentes das características dos grãos do robusta (conilon). Em lavouras com tratos normais e sem interferências climáticas (o que não ocorreu este ano), um saco de café arábica seco, sem beneficiamento, possui a medida de 80 litros e deveria ser apurado em média 16 a 20 quilos depois de beneficiado, considerando várias regiões. Da mesma forma, o saco de café seco e sem beneficiamento do conilon. No entanto, o tamanho do grão maduro (cereja) do café arábica é o dobro do tamanho do grão maduro (cereja)do café conilon. Logo, se é normal um produtor de café arábica utilizar de 420 a 500 litros de café cereja para encher uma saca beneficiada, e se um produtor de café conilon utilizar a mesma quantidade de café cereja para encher uma saca pilada, também estão tendo quebra de safra e pior, maiores do que os produtores de arábica. Gostaria também, se possível, que fosse informado o volume produzido nas regiões de abrangência da cooperativa cujo representante concedeu entrevista hoje (27/06/2014), ao João Batista, na edição do Mercado& Cia das 12:30, onde declarou uma quebra de 9 a 10%, mesmo com os benefícios da irrigação.

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