USDA deve reportar estoques muito baixos e soja fecha em alta
O mercado internacional da soja fechou a sessão desta terça-feira (25) com leves altas na Bolsa de Chicago, e os vencimentos mais negociados subiram de 2,50 a 4,75 pontos. O contrato julho/14 fechou valendo US$ 14,01 por bushel, e o maio/14 subiu 0,17%, encerrando o dia a US$ 14,28.
A perspectivas de que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trará os estoques trimestrais de soja norte-americanos bastante ajustados permitiu que o mercado registrasse esse fechamento positivo para os preços. No entanto, a espera pelas informações do departamento tem trazido uma considerável volatilidade aos negócios.
Uma pesquisa feita pela agência internacional Bloomberg com alguns analistas de mercado indicou uma expectativa para os estoques de soja dos EUA 1º de março em 26,86 milhões de toneladas (987 milhões de bushels), o mais baixo em 10 anos para o período. No boletim do dia 10 de janeiro deste ano, o USDA estimou os estoques trimestrais norte-americanos em 58,51 milhões de toneladas em 1º de dezembro de 2013.
O elevado consumo de soja nos Estados Unidos e mais as exportações acontecendo em um ritmo forte no país tem mantido o cenário de oferta e demanda bastante ajustado e isso tem sido refletido com muito intensidade pelo mercado, segundo analistas.
Até o dia 1º de março foram processadas 24,211 milhões de toneladas da oleaginosa e exportadas 37,182 milhões de toneladas, somado ao residual de 2,7 milhões de toneladas. Assim, como explicou Mauricio Correa, analista de mercado do SIM Consult, dois terços da oferta total americana já foram utilizados no primeiro semestre da temporada, comprovando a forte demanda pelo produto dos EUA e exibindo a necessidade e o papel que o mercado ainda tem de racionar a demanda pelo preço.
"Em seis meses foram utilizados dois terços da safra, agora os americanos só têm 1/3 para mais seis meses", diz Correa. "Eu creio em um cenário apertado, mas abril é um mês em que os preços estão sujeitos à uma liquidação de posições. No entanto, esses rumores de um possível atraso no plantio americano poderiam oferecer ainda mais sustentação ao mercado", completa.
Milho: Em Chicago, preços terminam o pregão em baixa, porém fundamentos continuam positivos
Por Fernanda Custódio
As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam esta terça-feira (25) em baixa, após os ganhos expressivos registrados na última sessão. As principais posições da commodity apresentaram perdas entre 2,25 e 3,50 pontos. O vencimento maio/14 era negociado a US$ 4,86 por bushel.
O analista de mercado da Agrogt Corretora de Cereais, Gilberto Toniolo, explica que o mercado realizou lucros depois das fortes altas exibidas no pregão anterior. E a tendência é que essa volatilidade permaneça no mercado, já que, os players devem se posicionar frente ao relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que será divulgado na próxima segunda-feira (31).
Além disso, as especulações sobre as previsões climáticas indicando um tempo mais quente em algumas partes do cinturão produtor norte-americano a partir da próxima semana contribuíram para exercer pressão negativa sobre os preços futuros. Ainda assim, o analista destaca que o clima ainda é frio e as temperaturas no solo também são frias.
Nos últimos dias, as notícias de baixas temperaturas nos EUA impulsionaram os preços em Chicago, uma vez que a situação poderia atrasar o plantio da safra 2014/15. "Ainda é cedo para especular sobre o clima norte-americano, temos que esperar os números do relatório do departamento, pois a partir dos dados os preços irão tomar um direcionamento, mas, no curto prazo, os fundamentos ainda são positivos", afirma Toniolo.
Paralelo a esse cenário, a demanda pelo produto norte-americano continua aquecida. As vendas semanais dos EUA totalizaram 1.142.722 toneladas, na semana encerrada em 20 de março, conforme reportou o USDA. No total acumulado no ano safra, iniciado em 1º de setembro, as vendas totalizam 21.068.669 toneladas. Volume superior ao registrado no ano anterior de 10.482.102 milhões de toneladas.
BMF&Bovespa
Na contramão desse cenário, os futuros do milho negociados na BMF&Bovespa trabalham do lado positivo da tabela nesta terça-feira. Os preços permanecem sustentados pelas perdas na safra de verão e indefinições sobre a segunda safra.
Ainda de acordo com o analista, no Mato Grosso, cerca de 500 mil hectares estão em regiões que sofrem com o excesso de chuvas. Quadro que tem contribuído para a má germinação do grão. E os custos de produção estão mais altos e para a produção de alta tecnologia o agricultor gastou cerca de R$ 1.737,83/ hectare. Baseada em uma produtividade de 100 sacas/ha, o custo para produzir a saca é de R$ 17,38.
Em Goiás, ainda não é possível quantificar o percentual da safra que foi semeada fora da janela ideal. Os custos de produção também estão mais altos nesta safra em torno de 12%. Na safrinha, o estado deverá colher cerca de 4,8 milhões de toneladas. Já no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, as lavouras têm se desenvolvido, mas não estão descartados possíveis problemas com o clima.
“Esse ano, a tendência é que haja mais frentes frias no país. E diante dessa situação, os produtores estão mais cautelosos na comercialização antecipada da safrinha, uma vez que, especialmente no Centro-Oeste ainda há dúvidas em relação à segunda safra”, finaliza o analista.
1 comentário
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romeu hofff Marechal Cândido Rondon - PR
e novamente la fora a soja fecha em alta e aqui o inverso... sera que isso é pra assusta quem tem soja guardada a forçar a vender????