Café: movimento de realização de lucros continua após perda dos US$2,00 em NY
As cotações do café arábica negociadas na bolsa de Nova Iorque registram queda na sessão desta segunda-feira (17). Os
contratos com vencimento em maio/2014 por volta das 10h operavam a 193,00 centavos de dólar por libra-peso, com queda de 540 pontos em relação ao fechamento anterior. Julho/2014 operava a 194,55 centavos de dólar por libra-peso, desvalorização de 565 pontos.
O movimento de queda segue desde a última sexta-feira(14) quando as cotações cairam abaixo da linha técnica e psicológica de 200 centavos de dólar, com forte realização de lucros.
Um dos fatores que teria motivado a queda foi a divulgação de uma estimativa de perda de safra de apenas 1,4% para o café arábica no Brasil, feita pelo IBGE. De acordo com Fernando Barbosa, presidente do Conselho Regional de Café da região de Guaxupé-MG, o número não condiz com o que se vê nas lavouras. "Esta perda de 1,4% estimada pelo IBGE não se baseia em fundamentos conhecidos... Os produtores já falam em perdas que podem passar dos 20%". Ele afirma que este tipo de divulgação tem potencial para mexer com o mercado internacional.
Além dos efeitos da seca prolongada, o aparecimento de doenças como a ferrugem, a broca e a cercósporea também afetam a produtividade nos cafezais brasileiros. "Temos problemas com a cercósporea e agora com a broca... O produtor não está fazendo o uso de arruação e fica grãos debaixo da saia do café... O pior é na colheita mecanizada que deixa um percentual de grãos para trás sem colher, e aí se instala a broca do cafeeiro".
Na semana passada, o Ministério da Agricultura decretou estado de emergência nas lavouras de café de Minas Gerais, estado que concentra a maior área plantada do grão no país. Segundo portaria publicada no Diário Oficial da União, o motivo é o ressurgimento da praga hypothenemus hampei, popularmente conhecida como broca-do-café. A praga causa o apodrecimento dos grãos e compromete a qualidade do produto. O ministério fará uma ação de contingência para evitar que o problema atinja outras regiões.
De acordo com a portaria, as justificativas para decretar situação de emergência são “a gravidade, pelo ciclo curto e grande capacidade de proliferação [da praga]; a baixa capacidade de resposta, pela ausência de alternativas eficientes para seu manejo; e os efeitos sobre a economia agropecuária”. O estado emergencial terá duração de um ano e envolverá medidas em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).
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