Na Reuters: Café atinge maior alta em dois anos diante de déficit global de oferta
As cotações do café arábica atingiram a maior alta em dois anos nesta segunda-feira (10). A pressão do clima seco no Brasil aumentou as previsões de um déficit global na safra 2014/15, além de intensificar os prejuízos que deverão ser observados na safra seguinte.
A agência de notícias Reuters publicou na sexta-feira (7) uma estimativa que aponta para perdas acima de 10% para a safra brasileira, além de um volume total de 48,9 milhões de sacas de 60kg.
“O Brasil precisa produzir no mínimo 50 milhões de sacas para que o mercado mundial de arábica se mantenha equilibrado”, afirmou Andrea Thompson, analista da CoffeeNetwork, que faz parte do grupo FCStone.
Analistas também afirmam que o clima seco irá reduzir o tamanho da safra 2015/16, que já seria uma safra menor, devido ao ciclo das safras brasileiras.
“O déficit de café arábica na safra 2014/15, agravado pelo impacto esperado para a safra 2015/16, aumentam as chances do café chegar aos US$ 3,00 por libra-peso”, afirmou Thompson.
O café arábica ultrapassou a marca US$ 3,00 por libra-peso em 2011, quando o mercado registrou o último grande rally.
Apesar das perspectivas de grandes perdas e preços em alta, alguns negociadores afirmam que ainda há muita incerteza a respeito do tamanho da safra brasileira deste ano, já que o padrão climático observado não tem precedentes na história recente.
Michaela Kuhl, analista da Commerzbank, confirma que o mercado carece de informações. “Temos uma gama muito ampla de previsões de safra no momento e ninguém sabe realmente qual será o resultado”. A analista afirma ainda o humor no mercado está “bastante próximo do pânico”.
“É muito difícil prever quando este rally irá acabar, mas acreditamos que preços de US$ 2,00 por libra-peso estão exagerados na situação atual”, complementa Michaela.
Robusta em alta
Os preços do robusta, que é usado prioritariamente na produção de café robusta, não está acompanhando as fortes altas do arábica, mas também registram alguns aumentos de preços.
O Brasil é o maior produtor mundial de arábica e o Vietnã é o mais importante produtor de robusta.
Informações: Reuters
Tradução: Fernanda Bellei
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