Soja: mercado opera com volatilidade e recua na CBOT
Ainda sem novidades muito expressivas, o mercado internacional da soja continua a oscilar entre sessões de altas e baixas na Bolsa de Chicago. Nesta quarta-feira (20), após o recuo registrado ontem, os principais vencimentos subiam pouco mais de 2 pontos, em seguida, porém, passaram para o lado negativo da tabela. Milho e trigo também recuavam, por volta das 10h (horário de Brasília).
Segundo analistas, o que segue como principal fator de sustentação para as cotações da oleaginosa é a demanda muito aquecida pela soja norte-americana, a única disponível nesse momento.
Ao mesmo tempo, porém, o bom desenvolvimento da nova safra da América do Sul já começa a ser observado pelo mercado. O plantio se desenvolve bem no Brasil e, no Mato Grosso, maior estado produtor do país, as lavouras já semeadas estão em boas ou excelentes condições. Na Argentina, chuvas importantes chegaram no último final de semana e agora o solo conta com boa umidade para que os produtores possam dar continuidade ao plantio.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Soja fecha em queda com boas perspectivas para América do Sul
A soja fechou a sessão regular desta terça-feira (20) em queda na Bolsa de Chicago, pressionada, segundo alguns analistas, pelo bom desenvolvimento da safra da América do Sul. Assim, os principais vencimentos mais negociados perderam entre 5,75 e 11,25 pontos, com um recuo mais acentuado registrado nas posições mais próximas.
Com a colheita praticamente concluída nos Estados Unidos - 95% para a soja e 93% para o milho -, os olhos do mercado se voltam cada vez mais para a produção sulamericana, principalmente Brasil e Argentina, os principais produtores ao lado dos EUA.
"A maior parte do Brasil já está com o plantio bastante avançado, as lavouras onde foram plantadas estão em boas condições, no MT estão entre boas excelentes, o impacto de pragas e doenças ainda é pouco significativo, então isso o mercado vê com tranquilidade. As lavouras começam a entrar em fase de floração e não têm problemas sanitários, o que indica que vem uma safra grande do Brasil", relatou Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, direto de Tangará da Serra/MT.
Já na Argentina, as chuvas do último final de semana e o tempo um pouco mais seco nos próximos 10 dias deverão acelerar o plantio da soja no país. Segundo um meteorologista local, o solo agora possui umidade suficiente para que os trabalhos de campo avancem significativamente. Até o momento, cerca de 21,8% da área esperada para ser ocupada pela oleaginosa já foi semeada, área essa que deverá ser recorde e atingir os 20,645 milhões de hectares. Dessa forma, a produção argentina está estimada em 55 milhões de toneladas.
O consultor da Safras & Mercado Flávio França afirma que, permanecendo o bom andamento da colheita nos EUA e do plantio na América do Sul, é possível que nos próximos dias o mercado teste o patamar dos US$ 12,60 por bushel e, caso rompa esse valor, os preços poderão cair um pouco mais no curto prazo. Porém, isso não é um motivo para o produtor se preocupar, já que o mercado tem suporte acima dos US$ 12,00/bushel na temporada e, a partir de dezembro, a atenção se voltará para o andamento da nova safra sul-americana.
Esse suporte, de acordo com analistas, é reflexo da demanda mundial muito aquecida por soja, e que, nesse momento, está focada nos Estados Unidos, único local onde há soja disponível e onde as exportações acontecem em ritmo muito acelerado. Nesta terça, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), anunciou a venda de 240 mil toneladas de soja para a China com entrega para este ano comercial.
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