Soja fecha em queda com boas perspectivas para América do Sul
A soja fechou a sessão regular desta terça-feira (20) em queda na Bolsa de Chicago, pressionada, segundo alguns analistas, pelo bom desenvolvimento da safra da América do Sul. Assim, os principais vencimentos mais negociados perderam entre 5,75 e 11,25 pontos, com um recuo mais acentuado registrado nas posições mais próximas.
Com a colheita praticamente concluída nos Estados Unidos - 95% para a soja e 93% para o milho -, os olhos do mercado se voltam cada vez mais para a produção sulamericana, principalmente Brasil e Argentina, os principais produtores ao lado dos EUA.
"A maior parte do Brasil já está com o plantio bastante avançado, as lavouras onde foram plantadas estão em boas condições, no MT estão entre boas excelentes, o impacto de pragas e doenças ainda é pouco significativo, então isso o mercado vê com tranquilidade. As lavouras começam a entrar em fase de floração e não têm problemas sanitários, o que indica que vem uma safra grande do Brasil", relatou Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, direto de Tangará da Serra/MT.
Já na Argentina, as chuvas do último final de semana e o tempo um pouco mais seco nos próximos 10 dias deverão acelerar o plantio da soja no país. Segundo um meteorologista local, o solo agora possui umidade suficiente para que os trabalhos de campo avancem significativamente. Até o momento, cerca de 21,8% da área esperada para ser ocupada pela oleaginosa já foi semeada, área essa que deverá ser recorde e atingir os 20,645 milhões de hectares. Dessa forma, a produção argentina está estimada em 55 milhões de toneladas.
O consultor da Safras & Mercado Flávio França afirma que, permanecendo o bom andamento da colheita nos EUA e do plantio na América do Sul, é possível que nos próximos dias o mercado teste o patamar dos US$ 12,60 por bushel e, caso rompa esse valor, os preços poderão cair um pouco mais no curto prazo. Porém, isso não é um motivo para o produtor se preocupar, já que o mercado tem suporte acima dos US$ 12,00/bushel na temporada e, a partir de dezembro, a atenção se voltará para o andamento da nova safra sul-americana.
Esse suporte, de acordo com analistas, é reflexo da demanda mundial muito aquecida por soja, e que, nesse momento, está focada nos Estados Unidos, único local onde há soja disponível e onde as exportações acontecem em ritmo muito acelerado. Nesta terça, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), anunciou a venda de 240 mil toneladas de soja para a China com entrega para este ano comercial.
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