É Maluf quem ajuda a “higienizar” o PT, não o contrário

Publicado em 21/06/2012 07:19 e atualizado em 23/08/2013 12:09
no Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

É Maluf quem ajuda a “higienizar” o PT, não o contrário. Ou: Aliança com deputado do PP é parte da saga petista para se constituir como Partido Único

Ontem, eu lhes fiz um desafio: explicar por que Erundina está errada ao dizer que o PT ajuda a “higienizar” a imagem de Maluf. Abaixo, num daqueles textões (!), explico por que a aliança é absolutamente coerente e por que é Maluf quem contribui para lavar a imagem do partido, que o utiliza como instrumento na consolidação de seu projeto autoritário. Acho que ficou bacana. Se gostarem, debatam e passem adiante.
*

Vocês perceberam, caros leitores, dada a aliança do PT com Maluf, o tom choroso, lacrimejante, funéreo, de muitos colunistas “isentos”, como se estivessem assistindo à queda de um puro ou à morte de uma utopia? Alguns chegaram mesmo a encomendar as exéquias do antigo “partido ético”, “diferente de tudo o que está aí”. Houve os que fizeram como José Saramago quando Fidel Castro mandou fuzilar, em 2003, sem julgamento, três dissidentes que haviam tentado fugir de Cuba: “Até aqui fui com Fidel, agora não mais”. Pô!!! O barbudo assassino já era responsável por 100 mil mortes, e Saramago tinha ido com ele “até ali”??? Aquelas três a mais, no entanto, mexeram com seu coração humanista… Assim fizeram certos analistas “isentos”: “Até aqui fui com o PT; agora não mais!” Faço a eles pergunta semelhante à que fiz à época a Saramago: “Por quê? Tudo o que PT havia feito até então parecia pouco?

Luíza Erundina, que foi vice por dois dias na chapa de Fernando Haddad, recorreu a uma imagem que vira emblema dessa leitura torta sobre o PT: “Maluf quer aparecer em outra imagem, que não aquela de estar sendo procurado pela Interpol. Ele se higieniza ao lado de forças que não têm nada a ver com o malufismo. Somos do outro lado. Só quem ganha nisso é ele, aparecendo, falando comemorando junto. É todo o significado que tem”. Erundina está absurdamente errada porque, e vou demonstrar isto aqui, o que se tem é justamente o contrário — e alguns leitores acertaram na mosca: É O PT QUE USA MALUF PARA SE HIGIENIZAR, DEPUTADA, NÃO O CONTRÁRIO! No projeto de poder petista, quem, para ficar no paradigma vocabular escolhido, “suja” o PT é Erundina; Maluf, ao contrário, ainda que a muitos pareça incrível, ajuda a “lavar” o projeto hegemônico. Vou explicar tudo direitinho. Antes, uma questão de natureza conceitual.

A questão conceitual
Um partido — e isto é teoria política, não paranoia, como acusaria aquele economista que tem de se conter para não cair de boca no Sonho de Valsa — está a caminho de construir a hegemonia quando determina até os critérios segundo os quais será criticado. Ou por outra: quando aqueles que se opõem a suas orientações o fazem segundo marcos que ele próprio estabeleceu. Eis o partido tornado, como queria o teórico comunista Antonio Gramsci, “um novo imperativo categórico”, um “laicismo moderno”, de sorte que tudo o que se pensa só faz sentido segundo o que é e o que não é útil a esse partido.

Ora, quando Maluf é contrastado com o petismo, tomando-se o deputado do PP como símbolo de tudo o há de ruim na política brasileira — e isso, em si, é verdade —, está-se partindo de um pressuposto, PETISTA EM ESSÊNCIA, segundo o qual o PT é, então, a antítese de Maluf. O erro é brutal e se dá em duas dimensões, uma mais rasa, revelada pelo noticiário cotidiano, e outra mais profunda, que requer algumas especulações além da notícia. Fixemo-nos primeiro na dimensão mais superficial do engano, e demonstrá-la é tarefa simples. Pode alguém advogar a pureza ética, ora supostamente conspurcada, do partido que fez o mensalão? Pode alguém advogar a pureza ética, ora supostamente maculada, do partido que patrocinou o escândalo dos aloprados? Pode alguém advogar a pureza ética, ora supostamente violada, do partido capaz de criar uma CPI para perseguir adversários, tentando impedir que uma central de escândalos como a Delta seja investigada?

Que pureza de lupanar é essa?

Calma aí, senhoras carpideiras, a derramar cachoeiras de lamentos por causa dos descaminhos do partido puro! Em que a moralidade de Paulo Maluf é essencialmente diferente da moralidade dos petistas? Maluf é pior do que José Dirceu? Por quê? Lambanças acabam de derrubar o presidente do Banco do Nordeste — sim, em razão de reportagens da imprensa que os vigaristas chamam “golpista”. Ele era homem do deputado federal José Nobre (PT-CE), chefe daquele pobre-coitado que foi flagrado, em 2005, com a cueca cheia de dólares, notoriamente mero pau-mandado. Nobre, calculem, é considerado figura em ascensão no partido. É irmão de José Genoino, presidente do PT quando estourou o escândalo do mensalão e um dos réus no processo que tramita no STF. Ora, por que, afinal de contas, Maluf não pode se juntar com o PT? Dólares ilegais na cueca, nas Ilhas Jersey ou num banco em Miami para pagar Duda Mendonça pela campanha eleitoral de Lula, qual é a diferença? Eu lhes conto qual é a diferença: Maluf há tempos é tratado, e com razão, como uma figura detestável da política, e Lula, o chefe da organização petista, é considerado um herói. Inclusive por esses que ficam derramando lágrimas. Será que Maluf não pode se juntar com o governo que levou a Caixa Econômica Federal a comprar o Panamericano, um banco quebrado?

Por que não?

Eis a dimensão que chamo mais rasa, que pode ser percebida com uma simples pesquisa no Google. O elenco de malfeitos e de operações suspeitas do petismo no governo federal — e, se quiserem, de administrações estaduais e municipais — referenda uma observação que já fez aqui: a diferença entre Maluf e o PT é aquela que existe em “Era Uma Vez no Oeste” entre a pistolagem que chegava a cavalo — bruta, mas algo romântica — e aquela que vinha de trem: não menos bruta, mas já profissional.

A dimensão profunda
Agora vamos à dimensão mais profunda, esta mais difícil de detectar porque requer algum aporte teórico para entender o projeto de poder petista. De saída, cumpre notar: os petistas não são socialistas à moda antiga, do tipo que ainda mandam flores… vermelhas para a camarada. Isso é uma bobagem — a rigor, nunca chegou a ser assim. O próprio Babalorixá de Banânia, como o jornalista José Nêumanne demonstra em detalhes no livro “O que sei de Lula”, jamais foi de esquerda. Ao contrário até: tem uma visão de mundo que as esquerdistas de antigamente chamariam “conservadora”. E sempre soube se orientar muito bem nos bastidores do poder. Tudo bem analisado, a sua ascensão no sindicalismo, leiam lá, se deveu a uma espécie de golpe desferido contra antigos “companheiros”. Muito bem, dito isso, vamos adiante.

Lula não é de esquerda, mas é autoritário. Suas decisões recentes no partido o comprovam à larga. Esse autoritarismo se estende também à sua concepção de poder. Influenciado pelas esquerdas — sim, elas existiam — que ajudaram a criar o PT, o Apedeuta passou um bom tempo fazendo um discurso com forte conteúdo classista, com sotaque socializante, avesso a alianças com “partidos da burguesia” ou com “forças conservadoras”. Na face indigna de sua história, o homem que agora vai à casa de Paulo Maluf recusou o apoio de Ulysses Guimarães no segundo turno das eleições de 1989, contra Fernando Collor. Escrevo de novo: o homem que repudiou o apoio de Ulysses e que proibiu seu partido de participar do colégio eleitoral que elegeu Tancredo Neves foi prestar homenagens a Maluf — nada menos do que o adversário de Tancredo no Colégio Eleitoral!

Política de alianças
Num dado momento,  o PT percebeu fragilidades e fissuras na política brasileira. ATENÇÃO PARA ISTO: em vez de corrigidas, pensaram  os chefões, elas deveriam ser revertidas em ações benéficas à construção, consolidação e fortalecimento do partido. E decidiram, então, aderir às alianças políticas. Socialista à moda antiga o partido não era. Mas autoritário sempre foi e é. Desde que mudou a sua prática — E AQUI ESTÁ O BUSÍLIS PRINCIPAL DESTA ANÁLISE — e passou a fazer composições, os petistas buscam de modo obcecado forças antes ditas “conservadoras”. O objetivo é “lavar”, disfarçar, travestir o projeto político do partido, que continua o mesmo: constituir-se como Partido Único. “Ah, como Reinaldo é paranoico!”, diriam os comedores de bombons. “Isso é impossível no Brasil!” Não se trata, bobinhos, de partido único à moda cubana ou chinesa (bem que eles gostariam, mas sabem ser impossível). Trata-se de deter a hegemonia do processo político de tal sorte que as demais forças organizadas da sociedade se tornem irrelevantes. E não só as da política. Gilberto Carvalho, sempre ele!, alertou os petistas para a necessidade de comçear a enfrentar os evangélicos, como vocês bem se lembram.

Em 2002, o PT escreveu a sua  carta de conversão ao capitalismo porque pesava ainda uma, em muitos aspectos, injusta desconfiança sobre a adesão do partido à economia de mercado. Muito modestamente, então no site e revista Primeira Leitura, escrevi algo assim: “Vamos parar de besteira! O PT não é candidato a implementar o socialismo no Brasil; ele é candidato a pôr a sua canga no capitalismo que temos”. Acho que acertei. Cercado de desconfiança, o partido deu a potentados do capital financeiro e industrial o que eles não teriam ousado pedir a um “partido de direita”.

Entenda o partido que a senhora ajudou a criar e do qual teve de sair, deputada Erundina! O PT precisa de forças que ele próprio chama “de direita” para tentar aniquilar qualquer um que lhe faça oposição. Em 2002, quando buscava um vice, a única exigência era esta: tinha de ser do campo conservador. E encontraram o então senador José Alencar. Ora, é evidente que o PSDB ou José Serra estão à esquerda, respectivamente, de PP e Paulo Maluf! Ocorre que esses dois não representam empecilho ao tal projeto hegemônico — logo, são aliados. ASSIM, NÃO É MALUF QUE BUSCA O PT PARA SE HIGIENIZAR. É O PT QUE BUSCA MALUF PARA, A UM SÓ TEMPO, EXIBIR A SUA FACE SUPOSTAMENTE PLURAL, TOLERANTE E INCLUSIVA E PARA DAR PROSSEGUIMENTO AO PROJETO DO PARTIDO ÚNICO.

Gilberto Carvalho confessou isso anteontem com clareza inequívoca. Defendeu a aliança com Maluf deixando claro que o PT está no comando. José Dirceu fez a mesma coisa. Quem não cabe nesse processo é justamente Luíza Erundina —  não por acaso, pertencia ao partido e teve deixá-lo. Ela já não cabe porque fala aquela linguagem do socialismo à moda antiga — chegou até a evocar “a luta de classes”. Ela já não cabe porque relembra aquele partido que queria se dirigir aos “oprimidos” (e o PT é hoje uma força da ordem, que tem muita intimidade com os que a ex-prefeita considera “opressores”). Ela já não cabe porque cria obstáculos à aliança com o capeta se o capeta ajudar a vencer o único núcleo mais ou menos organizado que ainda pode liderar uma resistência ao PT: os tucanos! A propósito: não foi Lula quem disse que Jesus Cristo, se voltasse à terra, acabaria tendo de se aliar ao demônio? O “cristo” de Lula, por óbvio, é uma criação à sua imagem e semelhança.

Não sei se o PT será bem ou malsucedido ao se aliar a Maluf. O que sei é que a aliança é absolutamente coerente porque não há entre eles diferença nenhuma de moralidade — a do deputado do PP leva alguma vantagem porque ligeiramente menos cínica — e porque Maluf é mais um, vá lá, “conservador” cooptado na saga para aniquilar o que resta de oposição no país. Assim, ele é, a um só tempo, uma conquista e uma presa. E olhem, para citar Lula, que o ex-prefeito, muito provavelmente, ainda não é o diabo. Imaginem quando chegar a hora…

Por Reinaldo Azevedo

 

21/06/2012 às 5:49

Brincadeira cínica - Lula tira foto ao lado de Dilma para tentar superar o evento no jardim das delícias de Maluf

Já houve um tempo, ora vejam, que era Dilma Rousseff quem ganhava pontos se saísse ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva numa foto. O Apedeuta anda metendo os pés pelas mãos ultimamente. Agora é ele que tem de procurar a sucessora para tentar limpar um pouco a barra. Leiam o que informa O Globo. Volto em seguida:

Por Maria Lima:
Há dois dias apanhando por causa da desastrosa foto ao lado do deputado Paulo Maluf (PP-SP) e o pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva procurou neutralizar o estrago aparecendo ao lado da presidente Dilma Rousseff, estrela da conferência do Rio+20. Os dois resolveram chegar juntos à abertura protocolar da conferência, no Riocentro, no Rio de Janeiro. Mas antes Lula foi ao encontro de Dilma no hotel onde ela está hospedada, na Barra da Tijuca, onde ficaram reunidos por mais de 40 minutos.

Dilma deixaria o hotel as 14h45min, para chegar um pouco antes da foto oficial, marcada para as 15h55min. Mas por causa do encontro com Lula acabou atrasando a ida para o Riocentro. No saguão do hotel, coube a presidente Dilma fazer piada com a desastrosa foto de Lula com Maluf. Ela o segurou na frente de jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas, muito sorridente e brincou: “Olha que foto simpática estamos tirando para vocês!”, brincou Dilma, abraçando Lula.

Meio sem jeito a princípio, mas depois entrando na piada, Lula acabou dando a entender que a foto com Maluf não tinha sido mesmo a mais apropriada: “Vamos fazer uma foto ambientalmente correta”, respondeu, no ouvido de Dilma. “Isso, uma foto ambientalmente correta e simpática”, brincou a presidente. Lula chegou ao hotel de Dilma por uma entrada secreta e fugiu dos jornalistas. Mas na saída fez questão de aparecer ao lado de Dilma. No mesmo hotel, outros petistas também evitaram o tema da aliança Lula-Maluf: “Isso é assunto de paulista, eu sou mineiro”, desconversou o ministro da Indústria e Comércio, Fernando Pimentel.

Voltei
Cumpre notar que Dilma, obviamente, participou, ainda que indiretamente, da patuscada no solar malufiano. Aquele evento só aconteceu porque ela cedeu e entregou a Maluf, por intermédio de um aliado, a Secretaria de Saneamento do Ministério das Cidades. Nesse sentido, a brincadeira da presidente é, além de infeliz, um pouco cínica.

Por Reinaldo Azevedo

 

21/06/2012 às 5:47

PT em busca do vice: serve PDT, do PCdoB, do PTB de Roberto Jefferson, que denunciou o mensalão……

Por Bernanrdo Mello Franco, Catia Seabra e Natuza Nery, na Folha:
Depois de a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) abandonar a disputa em protesto contra a aliança com o PP de Paulo Maluf, o pré-candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, ouviu mais um “não” na busca por um companheiro de chapa. Ele tentou emplacar o socialista Pedro Dallari, que recusou. Diante do impasse, a cúpula do PT passou a usar a vaga para tentar atrair o PTB e fechar mais uma aliança de última hora na disputa.

Amigo do pré-candidato, Dallari alegou constrangimento por ser ligado a Erundina e disse ter projetos acadêmicos ao rejeitar o convite. Sua negativa foi confirmada pelo presidente municipal do PSB, Eliseu Gabriel. A direção petista, então, retomou o assédio a dois partidos aliados ao governo federal que também têm pré-candidatos a prefeito: o PTB, de Luiz Flávio Borges D’Urso, e o PDT, de Paulinho da Força.

“Se pudermos usar a vice para aumentar a aliança, faremos do limão uma limonada”, disse o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto. D’Urso, que liderou o movimento “Cansei” contra o governo Lula, disse que a sondagem para a vice foi feita pelo presidente do PT-SP, Edinho Silva, ao deputado estadual Campos Machado (PTB). “Fiquei honrado. Se o partido fechar o acordo, vou aceitar a vice”, afirmou ele. Maluf, que também participou das conversas, não quis falar. O presidente nacional do PTB é o deputado cassado Roberto Jefferson, autor da denúncia do mensalão e responsável por deflagrar a maior crise da história do PT. À noite, Campos Machado confirmou a sondagem, mas disse descartar a aliança. Os petistas prometiam insistir. Haddad se manteve afastado da nova investida, mas sem desautorizá-la. Ontem ele evitou aparições públicas e cancelou a ida à Rio+20 com o ex-presidente Lula.

Segundo integrantes da campanha, o petista teme novo desgaste após a saída de Erundina e a repercussão negativa das fotos com Maluf. Por isso, defende a escolha de um vice do PSB ou do PC do B -que mantém a pré-candidatura de Netinho de Paula, mas deve apoiá-lo. Ontem Haddad ofereceu café da manhã a dirigentes do PC do B e fez um apelo para que eles apressem a adesão. Diante da resistência à deputada estadual Leci Brandão, a sigla sugeriu a entrega da vice a Nádia Campeão, secretária de Esporte na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy. O vereador Jamil Murad também passou a ser cotado.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

21/06/2012 às 5:45

Mensalão: procuradores querem Toffoli fora do julgamento

Por Junia Gama, no Globo:
Procuradores da República estão pressionando o procurador-geral, Roberto Gurgel, para que peça o impedimento do ministro José Antônio Dias Toffoli no julgamento do mensalão. O grupo já preparou uma sustentação teórica defendendo que Toffoli deve ser declarado impedido e manda recados para que Gurgel interceda. Os procuradores manifestam incômodo com a atitude do procurador-geral no caso, porque avaliam que ele deveria ter atuado nesse sentido, já que a permanência de Toffoli, na avaliação deles, pode prejudicar o julgamento.

O GLOBO teve acesso a e-mails trocados pelos procuradores em um sistema de rede interna do Ministério Público. Nas mensagens, procuradores enumeram fatos jurídicos para sustentar o impedimento de Toffoli. Para uma procuradora ouvida pelo GLOBO, apesar do que já saiu na imprensa, Toffoli parece não se constranger. Essa integrante do MPF diz que Gurgel tem ciência dessa discussão entre os colegas, porque participa da rede de e-mails que discute os mais variados assuntos. “Esperamos que ele atenda o nosso pedido de provocar a suspeição do ministro neste julgamento”, disse a procuradora da República, que pediu para não ser identificada.

Entre os pontos destacados pelos procuradores está a atuação de Toffoli como advogado do PT à época em que ocorreram os primeiros fatos denunciados - os empréstimos feitos por Marcos Valério para saldar dívidas do PT. Depois de ser advogado do partido, Toffoli foi subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, em uma sala contígua à do então ministro José Dirceu, hoje réu no processo.

O terceiro fator de suspeição seria a atuação da namorada do ministro, a advogada Roberta Rangel, na defesa de réus do processo do mensalão. Os procuradores apontam “vastas provas da ligação visceral de Toffoli com José Dirceu e outros réus também integrantes da cúpula”.

“De todos os ministros indicados por Lula para o Supremo, Toffoli é o que tem mais proximidade política e ideológica com o presidente e o partido. Sua carreira confunde-se com a trajetória de militante petista. Essa simbiose é, ao fundo e ao cabo, a única justificativa para encaminhá-lo ao Supremo”, diz uma das mensagens.

“É preciso uma decisão rápida sobre a participação do ministro Dias Toffoli no julgamento do mensalão, para que sejam afastadas as sombras de especulações de se tratar de um julgamento político. Em prol da boa técnica de um julgamento isento, esse é um tema sobre o qual o Supremo Tribunal Federal precisa ostensivamente decidir”, afirma o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Alexandre Camanho. Toffoli tem dito que não decidirá agora se vai ou não se declarar impedido. Gurgel não comentou as cobranças dos colegas.

Por Reinaldo Azevedo

 

21/06/2012 às 5:35

Atentado aos cofres públicos e à vergonha na cara - Comissão da Câmara aprova emenda que acaba com tetos salariais no País

Por Denise Madueño, no Estadão:
Com o Congresso em recesso branco por causa da conferência Rio+20, comissão especial da Câmara aprovou ontem proposta de emenda constitucional com potencial explosivo para as contas públicas. O projeto acaba, na prática, com o teto salarial dos servidores públicos não só da União mas também dos Estados e dos municípios. Retira ainda o poder do presidente da República de definir o maior salário pago pela administração pública no País. Essa função, pela proposta, será exclusiva do Congresso, sem a necessidade de passar pela sanção ou veto do Planalto.

A proposta ainda vincula os salários dos parlamentares aos vencimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Com isso, toda vez que o Congresso aprovar aumentos salariais para os magistrados, eles serão repassados automaticamente para os deputados e senadores sem o desgaste político de votar um outro projeto concedendo o autorreajuste. A “carona” é extensiva a outras autoridades. O texto fixa o mesmo salário para os três Poderes. Serão também beneficiados o presidente e o vice-presidente da República, os ministros de Estado, o procurador-geral da República e o defensor público-geral federal. O salário do ministro do Supremo e do procurador-geral tem efeito cascata em toda a magistratura.

Antirreforma. O projeto aprovado precisa ser votado em dois turnos pelo plenário da Câmara antes de seguir para o Senado. A proposta, na prática, coloca por terra as reformas administrativas dos governos dos presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, realizadas para frear o pagamento de salários dos marajás do serviço público e tentar impor limites de gastos com o funcionalismo. Ainda não há um cálculo fechado sobre o tamanho do impacto nas contas públicas que tal projeto causará caso passe em definitivo pelo crivo dos parlamentares.

A proposta foi aprovada na comissão especial ontem por unanimidade, em reunião que durou pouco mais de meia hora. Interlocutores do governo no Congresso foram surpreendidos e consideraram que houve um golpe dos deputados, aproveitando o esvaziamento da Câmara nesta semana. Essa foi a segunda reunião da comissão especial que analisa o projeto, instalada em 10 de maio passado.

Entre mudanças de artigos e revogação de outros, a proposta do relator, deputado Mauro Lopes (PMDB-MG), permite o acúmulo de pagamentos de várias fontes - incluindo aposentadoria, salários, benefícios, decisões judiciais - para o servidor público, mesmo que a soma exceda o teto, igual ao valor do subsídio dos ministros do Supremo, atualmente de R$ 26.723,13. O texto aprovado retira ainda os limites atuais para o salário dos servidores estaduais e municipais, mudando a regra constitucional.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

21/06/2012 às 5:25

Veja como acordo do PT com Maluf passou pela Paraíba e pode até chegar à CPI do Cachoeira!!!

Por Eugênia Lopes, no Estadão:
O PT rompeu com o PMDB do senador Vital do Rêgo, presidente da CPI do Cachoeira, e apoiará Daniela Ribeiro (PP), irmã do ministro Aguinaldo Ribeiro (Cidades), à Prefeitura de Campina Grande, na Paraíba. A decisão foi comunicada ontem pelo presidente nacional do PT, Rui Falcão. Vital do Rêgo ficou irritado e, agora, os petistas temem que essa insatisfação acabe refletindo no dia a dia dos trabalhos conduzidos pelo senador na CPI. Reduto eleitoral da família Rêgo, Campina Grande é comandada há oito anos por Veneziano Rêgo (PMDB), irmão do senador, com o apoio do PT.

Mas, a pouco mais de três meses das eleições, a cidade acabou se transformando moeda de troca pelo apoio do PP do deputado Paulo Maluf (SP) à candidatura do petista Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo. Para acalmar Vital do Rêgo, o PT se comprometeu a apoiar sua candidatura ou a de seu irmão ao governo da Paraíba em 2014.

Depois de oito anos ao lado do PMDB, os petistas decidiram se aliar à candidatura de Daniela Ribeiro à Prefeitura de Campina Grande em retribuição ao empenho de Aguinaldo Ribeiro nas negociações com Maluf, que acabaram levando o PP a apoiar Haddad em troca de um cargo no Ministério das Cidades. O PT indicou Peron Japiassu como vice-prefeito na chapa encabeçada por Daniela. “O fato de o ministro Aguinaldo Ribeiro ter ajudado a resolver a questão da eleição em São Paulo tem que ser levado em conta”, disse o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP).
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

21/06/2012 às 5:21

Empresa ligada a casal que vendeu imóvel para Agnelo é acusada de superfaturamento pela CGU

Por Breno Costa e Filipe Coutinho, na Folha:
Uma empresa ligada à família de quem o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), comprou sua casa foi beneficiada por um superfaturamento de R$ 670 mil em uma licitação realizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) quando o petista era um dos diretores da instituição.A constatação é de uma auditoria do governo federal, à qual a Folha teve acesso.

Agnelo comprou uma casa do casal de empresários Glauco Santos e Juliana Suaiden, em março de 2007, por R$ 400 mil. Um imóvel no mesmo local, hoje, não vale menos de R$ 1 milhão, dizem corretores. A empresa contratada pela Anvisa e objeto da análise da CGU (Controladoria-Geral da União) é a F.J. Produções, uma produtora de eventos. Ela pertence ao irmão de Juliana, Jamil Elias Suaiden.

O contrato, de R$ 4,2 milhões, foi assinado em dezembro de 2008. O superfaturamento foi constatado ao comparar a licitação da Anvisa com outra, realizada pelo Ministério da Educação dois dias depois, também vencida pela F.J. Do MEC, a empresa cobrou R$ 40 por metro quadrado para montar estandes. Da Anvisa, o valor foi R$ 250.

Os documentos obtidos pela Folha mostram a assinatura de Agnelo em uma das principais irregularidades. Ele autorizou a contratação de serviços em um dos eventos promovidos pela Anvisa com base no contrato firmado com a F.J. Produções.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

20/06/2012 às 20:25

O erro de Erundina e um desafio aos leitores

A deputada Luiza Erundina (PSB), ex-candidata a vice-prefeita na chapa de Fernando Haddad (PT), voltou a criticar a aliança do partido com Paulo Maluf. Disse o seguinte. Transcrevo trecho de reportagem da VEJA Online. Volto em seguida com um desafio a vocês:

Erundina disse que Maluf quer usar a aliança para se “higienizar” do lado de forças políticas diversas à sua trajetória política. E que, politicamente, o deputado federal é um “desastre”. “Ele já estava morto e só faltava enterrar”, afirmou.

Voltei
Sabem um daqueles textões da madrugada? Então! Meu tema será esse. Vou explicar, recorrendo à história, por que Erundina está erradíssima. A coisa é bem pior do que parece. Enquanto isso, vocês podem e devem tentar descobrir onde está o erro fenomenal da deputada e que tem a ver com as três últimas décadas da política brasileira.

Por Reinaldo Azevedo

 

20/06/2012 às 19:33

Vamos parar com essa mentira de que Maluf e PT são como água e óleo! Como se diz em Dois Córregos, eles “ornam”!!! Onde fica Dois Córregos? Como assim???

Pô, gente, o presidente do PT da cidade de São Paulo está certo! Que sacanagem ficarem pedindo a ele que dê explicações sobre a ficha criminal de Paulo Maluf. Leiam trecho de reportagem na Folha Online. Volto em seguida:

O presidente do PT municipal e coordenador da pré-campanha de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo, vereador Antônio Donato, avaliou como uma aparente contradição a aliança de seu partido com o PP, do deputado federal Paulo Maluf. O acerto, anunciado há dois dias, fez com que a deputada federal Luiza Erundina (PSB) abdicasse do posto de vice. A avaliação do PSB foi de que a aliança poderia ter sido firmada de forma institucional e não expressa na figura do deputado.

“Aparentemente é uma contradição, não vou negar isso. As histórias [dos partidos) são diferentes. Mas isso é próprio do sistema eleitoral. Não posso resolver as contradições do sistema político brasileiro fazendo de conta que estou em outro mundo. Estou nesse mundo e é com ele que tenho de lidar", pontuou o presidente petista. Donato afirmou que a necessidade de fazer alianças para ter tempo de TV na campanha e para governar futuramente predominaram sobre questões ideológicas.

Sobre o fato de Maluf estar fichado na Interpol por crimes de desvio de verba pública, Donato disse que "quem cuida da ficha [de Maluf] na Interpol é a Justiça brasileira, não sou eu”. “A eles que o Maluf deve explicação.” Ele afirmou ainda que, das próximas alianças eleitorais em curso, um acerto mais provável é com o PC do B, mas confirmou que o PT conversou com o PTB.
(…)

Voltei
Aprendam um coisa: quando os adversários do PT fazem alianças com gente complicada, é porque são salafrários. Quando são os petistas a celebrá-las, aí elas se devem a imposições do processo político.

Donato está certo! Ter problemas com a polícia não deve ser critério de exclusão para fazer alianças, né? Afinal, muitas cabeças coroadas do petismo estariam enroscadas. Entre a turma do mensalão e os aloprados, vejam quantos são os parceiros morais de Maluf!

Não deixa de ser manifestação de petismo essa história de que existem contradições inelutáveis entre Maluf e o PT. Quais são as contradições?

Em economia, Maluf é mais, digamos, direitista do que o PT? Resposta: Não! Na política, Maluf é, digamos, menos moral do que o PT? A resposta também é “não”.

Como se diz em Dois Córregos — interior de São Paulo, onde nasci (não chega a ser uma Santa Rosa de Viterbo, mas também é muito boa!), Maluf “orna” perfeitamente com o PT.

PS — Lá naquele meu país, “ornar” é sinônimo de “combinar”, de fazer par perfeito, de ser unha e carne — ou de ser cueca e dinheiro, colocando em petês!

Por Reinaldo Azevedo

 

20/06/2012 às 19:16

Ah, os helicópteros!!!

O Corinthians enfrenta o Santos aqui no Pacaembu pela Libertadores… Pronto! O Marquinho já mandou o helicóptero sobrevoar a minha cabeça… Saudade do tempo em que o jornalismo era só terrestre, hehe… Não vejo a hora de o Itaquerão ficar pronto!

É verdade que temos uma boa causa, né?

Neymar, nada de se desgastar, viu? Preserve-se para o Brasileirão…

Por Reinaldo Azevedo

 

20/06/2012 às 18:29

Interiores 2 – O terrorista e o apedeuta

ahmadinejad-com-lula

Não dá para ver direito, mas confiem em mim, hehe… Este de costas é Lula. À sua frente, numa troca de bafos — com os interpretes do lado — está Mahmoud Ahmadinejad. O clima entre os dois era o de encontro de velhos amigos. Lula foi o único governante de um país mais ou menos irrelevante a dar apoio incondicional ao Irã em seu confronto com as potências ocidentais por causa do programa nuclear. O brasileiro só fala português. O iraniano só fala farsi. Não sei se havia intérpretes específicos. O mais provável é que se tenha feito uma triangulação passando pelo inglês, a língua do imperialismo. Isso implica perder muita coisa da fala original. Melhor assim… Estou certo de que seria muito pior se cada um deles entendesse exatamente o que o outro pensa e diz…

Por Reinaldo Azevedo

 

20/06/2012 às 18:19

Interiores 1 – O caçador de jornalistas e o terrorista

ahmadinejad-e-collor

Tão logo terminou seu discurso para os chefes de estado na Rio+20, o presidente do Irã, o terrorista Mahmoud Ahmadinjad, foi, sorridente e festivo, ao encontro de Lula. No caminho, como se vê na foto acima, passou pelo senador Fernando Collor (PTB-AL), este aí de costas, que lhe dá mão, com o corpo ligeiramente inclinado, em sinal de mesura. É foto de celular, com definição ruim, mas dá para perceber que Ahmadinejad dá a mão a Collor, o caçador de jornalistas, mas está mesmo é de olho em Lula, seu amigo de fé, irmão, camarada…

Por Reinaldo Azevedo

 

20/06/2012 às 18:09

A fala de um sanguinário. Incrível! Ela coincide com as “ecoescatologias” do miolo mole

“A ordem internacional precisa ser redesenhada para servir tanto às necessidades materiais quanto espirituais dos seres humanos. No mundo futuro, a justiça e a compaixão devem ser institucionalizadas e tomar o lugar da inveja e do egoísmo.”

“Como líderes da nossa sociedade, precisamos nos comprometer a mobilizar os nossos recursos para construir uma sociedade global que seja dedicada à promoção das capacidades humanas. Precisamos fazer isso juntos, com sinergia, para fazer prosperar os talentos dos seres humanos para realizarmos as nossas aspirações e objetivos comuns.”

As palavras acima não são de Marina Silva. Mas poderiam ser.
As palavras acima não são de Ban Ki-Moon, mas poderiam ser.
As palavras acima não são de um líder do Greenpeace. Mas poderiam ser.

Esses são trechos do discurso do ditador e terrorista Mahamoud Ahmadinejad, presidente do Irã. É aquele país que condena mulheres ao apedrejamento — eventualmente, pode perdoá-las — e que enforca “hereges” e homossexuais em guindastes, em praça pública. Também é o país que desenvolve um programa nuclear secreto. Ahmadinejad, em pessoa, é um negador do holocausto e já afirmou que pretende varrer Israel do mapa. Financia ainda milícias na Síria e grupos terroristas no Líbano (Hezbollah), na Faixa de Gaza (Hamas) e no Iraque. Ah, sim: Teerã é uma das cidades mais poluídas e, bem…, “pouco sustentáveis” do mundo.

E daí? Está na “Rio+20″ falando em nome do bem da humanidade. A propósito: nunca se viu um facínora dizer assim de si mesmo: “Sou facinoroso mesmo e daí?”. As frases estão em reportagem de Isabel Fleck e Eduardo Gerarque, na Folha Online.

Ele afirmou que o mundo passa por uma crise moral e que tem de ser reconstruído “com base em uma visão holística, que se baseie em um Deus único”. Essa parte do “Deus único” pode ter gerado alguma resistência. Os fãs de “Avatar” logo perguntam: “Mas a gente pode cultuar a Árvore da Vida”? Provável leitor de Frei Betto e de Leonardo Boff, disse ainda: “Precisamos de uma abordagem holística para redefinir a humanidade no seu sentido real, através da participação, da cooperação e da compreensão.”

Ahmadinejad para presidente da sociedade global!

Eis aí, queridos! Sempre que um valor mais alto do que a democracia se alevanta — como a “salvação do planeta”, por exemplo —, gente como esse terrorista asqueroso fala como se fosse um humanista.

Por Reinaldo Azevedo

 

20/06/2012 às 16:19

ONGs, neoditadores do planeta, recusam endosso ao documento da Rio+20

As ONGs, que não foram eleitas por ninguém, querem impor aos chefes de estado — boa parte eleita pelo povo — a sua agenda. Afinal, dizem-se representantes “da sociedade civil”. Pergunto: os chefes de estado representam quem? A “sociedade militar”? O fato é que os novos agentes da depredação da democracia não aceitam o documento da “Rio+20″. Leiam o que informa Luís Bulcão, na VEJA Online:
*
Os representantes das ONGs convocaram os chefes de estado a intervir no documento final da Rio+20, que foi aprovado em nível ministerial sob a coordenação da diplomacia brasileira na terça-feira. Da forma como está redigido, o documento não tem o apoio das Organizações não-governamentais (ONGs) e outros grupos, como o das mulheres e o das crianças. A insatisfação é tamanha que o  representante do grupo das ONGs pediu em seu discurso que seja retirada do texto a expressão “com plena participação da sociedade civil”. “As ONGs não apoiam esse texto de maneira nenhuma”, disse Wael Hmaidan, da Climate Action Network International, que falou em nome das ONGs. Hmaidan conclamou liderança dos chefes a interceder. “Vocês têm o poder de mudar isso. Estamos no limite de mais uma tentativa fracassada. Será um grande desperdício de poder e de oportunidade para liderança”. Os chamados Grandes Grupos foram ouvidos no início da tarde desta quarta-feira na sessão de alto nível da Rio+20, inaugurada pela presidente Dilma Rousseff e pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

Um dos grupos a demonstrar maior descontentamento foi o das mulheres. A representante do grupo protestou contra a exclusão do direito de reprodução da declaração - ação coordenada pela diplomacia da Santa Sé. A representante do grupo das crianças afirmou que o documento como está não atende os direitos das gerações futuras. “O nosso futuro está a ponto de ser marcado entre colchetes e de ser deletado. Esse não é o futuro que queremos”, afirmou.

Já o representante do grupo de acadêmicos e cientistas afirmou que o mundo está em uma nova era, em que a humanidade exerce a principal influência sobre os sistemas naturais do planeta e que medidas mais firmes da comunidade internacional são necessárias para que o planeta possa abrigar a crescente população. Além das ONGs, das crianças, dos cientistas e das mulheres, os Grandes Grupos são compostos por representantes de povos indígenas, agricultores, sindicatos, indústria e negócios e autoridades locais. Apesar de poder participar da conferência, esses grupos não têm poder de voto.

Por Reinaldo Azevedo

 

20/06/2012 às 16:10

Faça como o Greenpeace manda, não como o Greenpeace faz…

greenpeace-gerador

A multinacional Greenpeace é um dos destaques na “Cúpula dos Povos”. Há lá um monte de painéis solares para demonstrar que eles apostam num mundo sustentável. Mas sabem como é… Às vezes, a coisa aperta, e esses extremistas da natureza recorrem mesmo é ao gerador movido a combustível fóssil, aquela maquininha vermelha que se vê à esquerda da foto. Huuummm… Dados o espírito do evento e a agenda que o Greenpeace quer impor ao mundo, trata-se de uma pequena nota de hipocrisia. Não recorrer a gasolina ou diesel, para a turma, deveria ser uma questão de honra. Uma pena que a foto não capte a fumaceira quando a máquina foi ligada…

Por Reinaldo Azevedo

 

20/06/2012 às 15:57

MST: Pirataria por um mundo melhor na “Rio+20”

mst-pirataria

Então…  Os companheiros do MST têm um stand na Cúpula dos Povos, na “Rio+20″. Estão à venda DVDs piratas de filmes como “Che” e “Lula, O Filho do Brasil”. Financiamento pra tigrada montar sua barraca e fazer seu proselitismo não falta. Mas sabem como é o vício da ilegalidade, né? Entendo: o capitalismo não pode lucrar com a vida desses dois monstros. Sagrados.

Por Reinaldo Azevedo

 

20/06/2012 às 15:32

Banco prevê que Brasil crescerá apenas 1,5%; Pimentel discorda…

Por Denise Lina e Maíra Teixeira, na Folha Online:
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, rebateu nesta quarta-feira (20) um relatório do banco Credit Suisse que aponta um crescimento de 1,5% para o Brasil neste ano. Segundo o ministro, esta é a visão de um banco europeu e que é preciso levar em consideração a “crise em que eles estão mergulhados”.

“Nós, brasileiros, somos um pouco mais otimistas. Estamos vendo dinamismo da nossa economia e acho que as medidas que o governo tomou estão destravando os investimentos para o segundo semestre. Nós vamos crescer mais do que isso”, disse. Ele não quis citar números para não ser cobrado posteriormente. O ministro disse ainda que o governo mantém a expectativa de crescimento das exportações brasileiras de 3%.

“É uma meta conservadora, mas levando em conta a crise na Europa, é uma boa meta”, disse o ministro, que aposta que o Brasil fechará o ano com superavit na balança comercial, mas também não quis fazer projeções. Relatório do Credit Suisse divulgado hoje aponta revisão da estimativa de crescimento do PIB em 2012 de 2% para 1,5%. Desde o ano passado, as previsões da instituição se situam abaixo do consenso do mercado, que espera crescimento de 2,3%, segundo o boletim Focus do Banco Central desta segunda-feira (18).
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

20/06/2012 às 15:26

Epa! Já instituíram o “Governo do Mundo Mundial”, e ninguém me avisou? Quero votar, ué!!!

Ban Ki-Moon, secretário-geral da ONU, resolveu mandar brasa num John Lennon em prosa frouxa: “Imagine there’s no countries…”. A gente só teria de esquecer o comecinho da música, né? “Imagine all the people/ Living for today”… Afinal, sabem como é?, a gente precisa deixar um planeta preservado para o benefício do… planeta! Precisamos voltar a plantar batatas com nossas próprias mãos… Imagine all the people/living for tomorrow! Segundo o secretário-geral da ONU, “fronteiras são coisa do passado”. Se são, então comecem por abolir o passaporte, ué…

“Ah, Reinaldo, é linguagem figurada.” Não é, não! O Brasil debate o seu Código Florestal, que, aprendi, é de interesse mundial. O Greenpeace tem mais voz ativa sobre as margens dos riachos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde famílias produzem comida há 150 anos, do que os brasileiros que lá habitam. Tudo porque não “há mais fronteiras”. Mas os catarinenses não têm como influir nas leis americanas ou alemãs…

“Que é, Reinaldo? Virou agora anti-imperialista do PC do B?” Não! Sou, desde sempre, um anticolonialista do direito ao desenvolvimento. Se existe um governo mundial, quero saber qual é o fórum de decisão e qual é a agenda. E também quero votar. Leiam texto de Marco Túlio Pires na VEJA Online.

“Fronteiras são coisa do passado”, diz secretário-geral da ONU

O secretário-geral da ONU, o sul-coreano Ban Ki-Moon, disse nesta quarta-feira durante a Rio+20 que os chefes de estado precisam agir como cidadãos globais para enfrentar os desafios do desenvolvimento sustentável. Ki-Moon falou às centenas de jornalistas que cobrem a conferência logo após ter dado início à reunião de cúpula de chefes de estado da Conferência da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20. Mais de 130 delegações estão reunidas no Rio de Janeiro até o dia 22 de junho para discutir e aprovar as medidas acordadas no documento redigido por diplomatas e finalizado nesta terça-feira após longa negociação.

Ki-Moon disse que apesar de os chefes de estado representarem seus países, a noção de fronteira é coisa do passado. “Todos estão interconectados”, disse. “Se resolvermos a questão das mudanças climáticas, por exemplo, isso afetará a vida de todos”, argumentou. “O mesmo vale para a segurança alimentar, acesso a água, energia e erradicação da pobreza.”

O secretário-geral afirmou que ele próprio esperava um documento final da Rio+20 mais ambicioso. Segundo Ki-Moon, muitas das propostas eram ambiciosas e corajosas, porém alguns países defendem interesses próprios. “O documento que sairá da Rio +20 representa um processo de negociações muito delicado”, disse. “Como secretário-geral da ONU estou satisfeito com o andar das negociações, mas a natureza não espera. Acredito que todas as nações concordam com isso.”

Ki-Moon fez um apelo aos chefes de estado para implementar as recomendações sem atraso. “Infelizmente não nos demos conta, desde 1992, que o tempo estava se esgotando e nossos recursos são finitos, há apenas um planeta Terra”, disse. “As pessoas seguiram consumindo em prol da prosperidade e isso gerou vários problemas. Muitos concordam que o planeta chegou em um ponto sem volta. Precisamos agir. Por isso a Rio +20 é tão importante.”

A presidente Dilma Rousseff fez, pouco depois das 10h, um breve pronunciamento na abertura da Primeira Reunião Plenária da Conferência Rio+20. Dilma agradeceu a escolha para ser presidente da conferência e disse ter certeza de que a Rio+20 atingirá seus objetivos. “Nessas breves palavras quero agradecer o mandato que acabaram de me conferir”, disse. “A expressiva liderança mundial que hoje acorre ao Rio indica o compromisso dos estados com a complexa e urgente agenda do desenvolvimento sustentável”. A presidente afirmou que expressará a posição brasileira sobre os temas debatidos na Rio+20 na sessão plenária mancada para às 16h desta quarta-feira e repassou ao ministro Antonio Patriota o comando da reunião dos chefes de Estado da conferência.

A expectativa é de que, no discurso da tarde, a presidente faça uma cobrança de ação “imediata” contra a pobreza e pelo estabelecimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), nos moldes do que foi feito com as Metas do Milênio, em 2000. No documento da Rio+20 aprovado na terça-feira, com liderança brasileira nas negociações, o compromisso com a redução da pobreza aparece logo no segundo parágrafo, e com destaque ao longo do texto. Já os ODS são esperados para definição em 2015. Conheça o teor do documento da Rio+20.

Por Reinaldo Azevedo

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário