PERSPECTIVAS PARA 2010??? - Bom dia amigos cafeicultores de todo o Brasil, muitos já devem estar se perguntando o porquê de iniciar este artigo com um questionamento, “PERSPECTIVA PARA 2010??”. Gostaria de esclarecer a todos, que este que vos escreve foi formalmente convidado para, junto com outros formadores de opinião, traçar uma perspectiva para a cafeicultura no ano de 2010. Analisando os artigos de outros companheiros pude observar que alguns fizeram previsões otimistas, e outros, previsões pessimistas para o novo ano que se aproxima para a CAFEICULTURA NACIONAL. Entretanto, seguirei outra linha de raciocínio para expressar as minhas opiniões. Não escreverei sobre PERSPECTIVAS, pois esta palavra nos obriga a ter somente duas possíveis visões para o futuro da cafeicultura nacional:
1- VISÃO OTIMISTA
2- VISÃO PESSIMISTA
Infelizmente, ao escolhermos qualquer uma dessas linhas para traçar uma perspectiva da cafeicultura nacional, nós, os formadores de opinião (incumbência de grande responsabilidade) não estaremos contribuindo em nada para a solução dos problemas daqueles que mais sofreram e sofrem com a falta de uma política para o agronegócio café, O CAFEICULTOR. Tanto uma perspectiva otimista ou pessimista sem o respaldo de uma POLITICA CAFEEIRA SÉRIA, CONDUZIDA POR PESSOAS IGUALMENTE SÉRIAS E COMPROMETIDAS COM O ELO MAIS FRACO DA CADEIA PRODUTIVA, servirá apenas de material especulativo para este mercado que a mais de 10 anos vem massacrando o cafeicultor brasileiro, permitindo que este venda seu produto abaixo do preço de custo, não obtendo receita e se endividando ano após ano, tornando-se assim um mero escravo de muitos BANCOS, COOPERATIVAS, EXPORTADORES, IMPORTADORES, GOVERNO ETC...
Utilizarei este espaço para traçar uma VISÃO REALISTA para a cafeicultura brasileira no ano de 2010, e que possivelmente não poderá ser utilizada como material especulativo para o mercado, pois todas as analises estarão baseadas em fatos concretos que ocorrerão no ano de 2010. Infelizmente, muitos poderão me acusar de estar “SECANDO O FUTURO DA CAFEICULTURA NACIONAL” ou como diria o nosso Presidente da Republica “ESTAR DESEJANDO OU TORCENDO PARA QUE AS COISAS NÃO MELHOREM, OU ATE PIOREM”. Entretanto, tendo plena consciência de que o maior inimigo da cafeicultura nacional são as mentiras pregadas pelas falsas lideranças, mentiras que levam a especulação política, financeira e de números (previsões de safras) criando planos cujos resultados sempre atuam em desfavor do produtor e a favor dos especuladores (políticos, exportadores, importadores etc...) que nunca derramaram sequer uma gota de suor para produzir um caroço de café. Abolirei neste artigo todo tipo de previsões e perspectivas sejam elas pessimistas ou otimistas. Discutiremos e analisaremos fatos reais (concretos) que infelizmente de nada valerão para aqueles (especuladores) que vivem no tão famoso MUNDO DE FANTASIA CRIADO PELO GOVERNO FEDERAL, mas será de grande valia para o verdadeiro cafeicultor, aquele que depende da verdade para traçar o futuro da vida de seus familiares e empregados, pois estas pessoas possuem vergonha na cara e honradez, e reconhecem que “A MENTIRA ARRUINA RAPIDAMENTE O MENTIROSO”.
FATOS CONCRETOS OCORRIDOS NO ANO DE 2008/2009 NA CAFEICULTURA NACIONAL.
1- DEZEMBRO DE 2008- O Deputado Carlos Melles, Presidente da frente Parlamentar do Café em ação conjunta com o Sr. Gilsom Ximenes Presidente do CNC, realizam uma audiência pública para demonstrar e alertar o Governo sobre o grave caos econômico e social que se instalou na CAFEICULTURA NACIONAL, comprometendo uma atividade que gera 2 milhões de empregos diretos e 6 milhões indiretos. Caos econômico provocado por mais de 10 anos de vendas ininterruptas de sacas de café abaixo do custo de produção por parte do cafeicultor, transformando uma dívida que no ano de 2001 (ALONGAMENTOS FUNCAFE) era de aproximadamente R$800.000.000,00 para assustadores R$ 8 bilhões de reais nos dias de hoje. Dívidas que anteriormente eram apenas ligadas ao FUNCAFE, hoje se transformaram em valores astronômicos em operações de RO, RL, CPRs, PAPAGAIOS, CUSTÓDIAS DE CHEQUES ETC...
2-DEZEMBRO DE 2008 – Ministro da Agricultura após esta audiência demonstrou-se extremamente preocupado, ordenando a seus ASSESSORES diretos a criação de um Grupo de Trabalho cujas principais funções eram:
- Estratégias para solucionar os problemas estruturais e o grave endividamento da cadeia.
-Formulação de um preço mínimo para a saca de café
- Levantamento de todo endividamento da cafeicultura nacional
Nesta época, as pessoas de maior confiança para comandar esta empreitada foram o Dep. Silas Brasileiro (Secretário Executivo do MAPA e Cafeicultor) e Manoel Bertone (Secretário de Produção e Agroenergia, Cafeicultor e Ex-Presidente da GARCAFE. Portanto, doravante estes serão reconhecidos aqui como seus assessores diretos para o negócio café.
3-MARÇO DE 2009 – Após 3 meses da formação do grupo de trabalho, nada aconteceu, em uma demonstração muito clara de que apesar do regime de urgência que o Ministro da Agricultura impôs, seus assessores nada fizeram de concreto para que os membros deste grupo tivessem em mãos os dados para iniciar os trabalhos.
Assim, nós cafeicultores de todo o Brasil nos unimos em uma grande marcha na cidade de Varginha-MG, onde estavam presentes mais de 25.000 pessoas entre produtores, trabalhadores, comerciantes etc. Entretanto, não tivemos o privilégio da presença do Ministro da Agricultura e muito menos do seu (ASSESSOR) Dep. Silas Brasileiro, este se desculpou dizendo que o MAPA não havia sido convidado para o evento, apesar de todos os interessados terem sido convidados pelos meios de comunicação. Acreditamos que o Ministro tenha sido mal assessorado quanto a este evento também, pois para muitos ficou claro que a ausência do Ministro e de seu Secretário Executivo, foi motivado pela falta de coragem em enfrentar a realidade da cafeicultura Nacional, que ali estava representada por cafeicultores de todos os Estados Produtores (MINAS GERAIS, PARANA, SÃO PAULO, BAHIA, RONDONIA, ESPIRITO SANTO), mostrando que o problema era de ordem NACIONAL e não PONTUAL como defendia o Ministro e seus ASSESSORES.
Mesmo após o SOS CAFÈ nada mudou no andamento do grupo de trabalho comandado pelo (ASSESSOR) Manoel Bertone, nada de prático havia sido realizado pelo grupo, pois, ou a reuniões eram desmarcadas em cima da hora, ou quando aconteciam nada se resolvia.
3- JUNHO DE 2009 – Após 7 meses de espera pelas soluções do grupo de trabalho, a única resposta que tivemos foi a decepção de nada acontecer, realizamos neste mês a segunda audiência pública, onde o Ministro como seus ASSESSORES não estiveram presentes, demonstrando total desprezo pelos desesperados que lá se encontravam em busca de uma solução.
QUESTÕES QUE FICARAM SEM RESPOSTA NO ANO DE 2009
a- Secretário Executivo do MAPA – Dep. Silas Brasileiro ficou durante 2 anos no cargo e nada fez para alertar o MINISTRO da situação da cafeicultura?
b- Ministro da Agricultura defende preço mínimo de café entre R$300,00 a R$ 320,00, CMN e CONAB definem preço mínimo de R$261,69. Quem foi o responsável por colocar o Ministro nesta saia justa?
OBS: CONAB utiliza média de produção de 30 scs por hectare para determinar o preço mínimo, quando na verdade a produção nacional não passa de 19 scs por hectare. Quem deu este valor de 30 scs? Qual o interesse?
Todos sabemos que se nossa média fosse de 30 scs, estaríamos produzindo mais de 60 milhões de sacas por ano, já produzimos isso alguma vez na história?
c- Gilsom Bittencurt cobra de Manoel Bertone o levantamento das dívidas dos cafeicultores junto ao Banco do Brasil. O ministério da Agricultura não sabe exatamente o tamanho da dívida da cafeicultura? Como podemos fazer política de café, se o próprio Ministério da Agricultura não tem noção do nosso endividamento?
d- A prorrogação das CPRs com recursos do FUNCAFE ficou engavetada mesmo após de ter sido aprovada, qual o interesse deste engavetamento? Quem estava se beneficiando?
OS DESENCONTROS ENTRE AS PALAVRAS DE NOSSO MINISTRO DA AGRICULTURA E A DE SEUS ASSESSORES.
A- Bertone tranqüiliza exportadores, garantindo fluxo de café para as exportações, e promete que governo não tem intenção da fazer estoques.
Ministro da Agricultura diz que a situação da cafeicultura está assim, pois repassamos nossos estoques para os países importadores, e que o governo irá comprar café para refazer os estoques públicos e alavancar os preços.
Ministro declara comprar mais 7 milhões de sacas para fazer estoques.
B- Ministro diz que leilões de opção irão alavancar preços físicos do café.
Ministro reconhece que leilões não surtiram o efeito esperado, pois foram feitos tarde demais.
C- Ministro acredita que faltará café nos próximos 4 anos.
Ministro acredita que temos excesso de café no Brasil
NOTICIAS QUE DESABONARAM AINDA MAIS O AGRONEGÓCIO DO CAFÉ BRASILEIRO
D- Deputado acusado de ter recebido dinheiro para campanha eleitoral de forma ilegal do CNC e ABIC.
E- ABIC- 53% dos cafés torrados e moídos estão nas mãos das multinacionais, que são nossas concorrentes no exterior
F- Governo aumenta limite de 200 – 400 milhões de reais (FUNCAFÈ) para as indústrias de café.
G- Teto para captação de recursos por indústria de torrefação aumenta de 10% - 15% - 20%
H- Como explicar ao Presidente Lula que luta contra o protecionismo agrícola dos países desenvolvidos, que o próprio Ministério da Agricultura através de medidas errôneas permitiu que a ABIC composta por grandes empresas multinacionais, que são nossos concorrentes diretos no exterior, ainda recebam dinheiro do próprio FUNCAFE para comprar café barato dentro de nosso próprio país, e medidas que ainda permitiram a ancoragem de preços no exterior, fazendo o produtor entregar seu café bem abaixo do custo de produção.
I- Ministro defende que a crise é localizada no Sul de Minas. Qual o irresponsável que colocou isso em sua cabeça?
J- Gerardo Fontelles ( Atual Secretário Executivo do MAPA) reconhece em audiência pública que a crise é nacional, atingindo todos os Estados produtores. Portanto, qualquer tentativa de salvar a cafeicultura Nacional deverá primeiro passar por um reescalonamento das dívidas.
E PARA FECHAR COM CHAVE DE OURO O ANO DE 2009, TEMOS A VERGONHOSA NOVELA DOS LEILÕES DE OPÇÃO.
Para compreendermos o que está acontecendo com os pagamentos dos leilões de opção vamos analisar alguns fatos:
1- É de conhecimento de todos que as chuvas durante o período de colheita atrapalharam a qualidade do café produzido no Brasil, é de conhecimento de todos também, que no primeiro leilão de opção grande parte dos participantes foram os produtores, tanto que a entrega do primeiro lote foi muito difícil devido a qualidade do café que o produtor tinha em seu poder. Mesmo assim, o governo considerou um sucesso a entrega do café do primeiro leilão, chegando próximo de 800 mil sacas.
2- O governo espera ou esperava, que a entrega dos cafés do 2º e 3º leilões seriam menos problemáticos, pois nestes leilões os grandes participantes foram as cooperativas e estas com certeza teriam menos problema para entregar os cafés nos padrões determinados pelo governo.
Entretanto, os pagamentos que o governo deveria fazer para os cafeicultores que entregaram o café do primeiro leilão, e que deveria ocorrer em Dezembro (aproximadamente dia 15) ainda não foram disponibilizados para grande parte dos cafeicultores que tinham esse crédito. Para justificar este atraso iniciou-se uma verdadeira maratona de explicações e desculpas:
- O senado não havia votado a liberação do dinheiro para este pagamento, e posteriormente teríamos que ter a assinatura do nosso Presidente LULA. Como podemos dizer que os responsáveis pela política de café levam o assunto a sério se os leilões foram realizados em junho e julho, e após 6 meses ainda não haviam feito a previsão deste dinheiro?
- Sr. Manoel Bertone vem a público e comunica que os pagamentos sairão antes do Natal, infelizmente apenas os produtores de São Paulo receberam quase que 90% do pagamento. Entretanto vale lembrar que os cafés de São Paulo representam apenas 12% do primeiro leilão, e que grande parte (80%) é de Minas Gerais, estado onde os produtores já receberam a triste notícia de que os pagamento só serão realizados após a primeira quinzena de janeiro de 2010. A questão de Minas Gerais parece estar relacionada com excesso de trabalho na CONAB (regional), ou por motivos de férias, deveriam decidir qual seria a melhor desculpa.
Para muitos isso pode ser visto como falta de profissionalismo e incompetência por parte dos responsáveis junto ao Ministério da Agricultura e Ministério da Fazenda. Mas, para este que vos escreve Silvio Marcos Altrão Nisizaki, SONHADOR E PROTESTADOR, isso tudo foi premeditado e é um exemplo de profissionalismo e competência por parte daqueles que não querem deixar de mamar nas tetas da cafeicultura nacional.
Estes profissionais da malandragem sabiam que este atraso nos primeiros pagamentos levaria o produtor a vender o pouco de café que ainda restava em sua mão, pois este não tinha outra forma de arcar com os compromissos que venceriam no final do ano como, 13º salário, 20% do FUNCAFE e parcela do FUNCAFE DAÇAO. Assim, toda esta situação trouxe desconfiança para o mercado, e este não confiando nos próximos pagamentos do governo jogou o mercado físico para baixo, fazendo com que o produtor vendesse seu produto as pressas com preços bem abaixo do custo de produção.
Além disso, como já disse anteriormente, no 2º e 3º leilão os grandes participantes são as cooperativas sendo muitas delas exportadoras, e estas logicamente irão alegar não entregar o café para o governo com medo de não receber o dinheiro em dia, jogando ainda mais os preços para baixo, pois o governo não conseguirá retirar os 3 milhões de sacas do mercado. Nesta situação, o produtor não terá outra alternativa a não ser vender seu café depositado nestas cooperativas, pois em fevereiro teremos os vencimentos das retenções.
Uma situação onde governo sai ganhando pois não precisou desembolsar para comprar o café e ainda recebeu do produtor o dinheiro da participação dos leilões, as cooperativas e exportadores também ganham pois terão seus estoques abastecidos a um preço bem abaixo do custo de produção, e ainda continuam com o produtor endividado e escravo do sistema.
PERSPECTIVAS PARA 2010 NÃO TENHO NENHUMA, MAS TENHO UMA CERTEZA NUA E CRUA, VIVEMOS HOJE NA CAFEICULTURA NACIONAL UMA SITUAÇÃO ONDE PARA CADA ATO EM FAVOR DO CAFEICULTOR, DOIS OUTROS ATOS SÃO CRIADOS PARA EVITAR QUE O PRIMEIRO SE TORNE REALIDADE.
PODEM ME CHAMAR DE LOUCO MAS NÃO DE TOLO, E A TUDO ISSO CHAMO DE “TEORIA DA CONSPIRAÇÃO” POIS:
"Não há dúvida de que as conspirações são, às vezes, preparadas por homens de talento; mas são sempre executadas por feras."
CAFEICULTOR LUTE PELOS SEUS DIREITOS, NÃO SE ILUDA COM OS LOBOS EM PELE DE CORDEIRO!!!!!!!!
PERSPECTIVAS PARA 2010??? - Bom dia amigos cafeicultores de todo o Brasil, muitos já devem estar se perguntando o porquê de iniciar este artigo com um questionamento, “PERSPECTIVA PARA 2010??”. Gostaria de esclarecer a todos, que este que vos escreve foi formalmente convidado para, junto com outros formadores de opinião, traçar uma perspectiva para a cafeicultura no ano de 2010. Analisando os artigos de outros companheiros pude observar que alguns fizeram previsões otimistas, e outros, previsões pessimistas para o novo ano que se aproxima para a CAFEICULTURA NACIONAL. Entretanto, seguirei outra linha de raciocínio para expressar as minhas opiniões. Não escreverei sobre PERSPECTIVAS, pois esta palavra nos obriga a ter somente duas possíveis visões para o futuro da cafeicultura nacional:
1- VISÃO OTIMISTA
2- VISÃO PESSIMISTA
Infelizmente, ao escolhermos qualquer uma dessas linhas para traçar uma perspectiva da cafeicultura nacional, nós, os formadores de opinião (incumbência de grande responsabilidade) não estaremos contribuindo em nada para a solução dos problemas daqueles que mais sofreram e sofrem com a falta de uma política para o agronegócio café, O CAFEICULTOR. Tanto uma perspectiva otimista ou pessimista sem o respaldo de uma POLITICA CAFEEIRA SÉRIA, CONDUZIDA POR PESSOAS IGUALMENTE SÉRIAS E COMPROMETIDAS COM O ELO MAIS FRACO DA CADEIA PRODUTIVA, servirá apenas de material especulativo para este mercado que a mais de 10 anos vem massacrando o cafeicultor brasileiro, permitindo que este venda seu produto abaixo do preço de custo, não obtendo receita e se endividando ano após ano, tornando-se assim um mero escravo de muitos BANCOS, COOPERATIVAS, EXPORTADORES, IMPORTADORES, GOVERNO ETC...
Utilizarei este espaço para traçar uma VISÃO REALISTA para a cafeicultura brasileira no ano de 2010, e que possivelmente não poderá ser utilizada como material especulativo para o mercado, pois todas as analises estarão baseadas em fatos concretos que ocorrerão no ano de 2010. Infelizmente, muitos poderão me acusar de estar “SECANDO O FUTURO DA CAFEICULTURA NACIONAL” ou como diria o nosso Presidente da Republica “ESTAR DESEJANDO OU TORCENDO PARA QUE AS COISAS NÃO MELHOREM, OU ATE PIOREM”. Entretanto, tendo plena consciência de que o maior inimigo da cafeicultura nacional são as mentiras pregadas pelas falsas lideranças, mentiras que levam a especulação política, financeira e de números (previsões de safras) criando planos cujos resultados sempre atuam em desfavor do produtor e a favor dos especuladores (políticos, exportadores, importadores etc...) que nunca derramaram sequer uma gota de suor para produzir um caroço de café. Abolirei neste artigo todo tipo de previsões e perspectivas sejam elas pessimistas ou otimistas. Discutiremos e analisaremos fatos reais (concretos) que infelizmente de nada valerão para aqueles (especuladores) que vivem no tão famoso MUNDO DE FANTASIA CRIADO PELO GOVERNO FEDERAL, mas será de grande valia para o verdadeiro cafeicultor, aquele que depende da verdade para traçar o futuro da vida de seus familiares e empregados, pois estas pessoas possuem vergonha na cara e honradez, e reconhecem que “A MENTIRA ARRUINA RAPIDAMENTE O MENTIROSO”.
FATOS CONCRETOS OCORRIDOS NO ANO DE 2008/2009 NA CAFEICULTURA NACIONAL.
1- DEZEMBRO DE 2008- O Deputado Carlos Melles, Presidente da frente Parlamentar do Café em ação conjunta com o Sr. Gilsom Ximenes Presidente do CNC, realizam uma audiência pública para demonstrar e alertar o Governo sobre o grave caos econômico e social que se instalou na CAFEICULTURA NACIONAL, comprometendo uma atividade que gera 2 milhões de empregos diretos e 6 milhões indiretos. Caos econômico provocado por mais de 10 anos de vendas ininterruptas de sacas de café abaixo do custo de produção por parte do cafeicultor, transformando uma dívida que no ano de 2001 (ALONGAMENTOS FUNCAFE) era de aproximadamente R$800.000.000,00 para assustadores R$ 8 bilhões de reais nos dias de hoje. Dívidas que anteriormente eram apenas ligadas ao FUNCAFE, hoje se transformaram em valores astronômicos em operações de RO, RL, CPRs, PAPAGAIOS, CUSTÓDIAS DE CHEQUES ETC...
2-DEZEMBRO DE 2008 – Ministro da Agricultura após esta audiência demonstrou-se extremamente preocupado, ordenando a seus ASSESSORES diretos a criação de um Grupo de Trabalho cujas principais funções eram:
- Estratégias para solucionar os problemas estruturais e o grave endividamento da cadeia.
-Formulação de um preço mínimo para a saca de café
- Levantamento de todo endividamento da cafeicultura nacional
Nesta época, as pessoas de maior confiança para comandar esta empreitada foram o Dep. Silas Brasileiro (Secretário Executivo do MAPA e Cafeicultor) e Manoel Bertone (Secretário de Produção e Agroenergia, Cafeicultor e Ex-Presidente da GARCAFE. Portanto, doravante estes serão reconhecidos aqui como seus assessores diretos para o negócio café.
3-MARÇO DE 2009 – Após 3 meses da formação do grupo de trabalho, nada aconteceu, em uma demonstração muito clara de que apesar do regime de urgência que o Ministro da Agricultura impôs, seus assessores nada fizeram de concreto para que os membros deste grupo tivessem em mãos os dados para iniciar os trabalhos.
Assim, nós cafeicultores de todo o Brasil nos unimos em uma grande marcha na cidade de Varginha-MG, onde estavam presentes mais de 25.000 pessoas entre produtores, trabalhadores, comerciantes etc. Entretanto, não tivemos o privilégio da presença do Ministro da Agricultura e muito menos do seu (ASSESSOR) Dep. Silas Brasileiro, este se desculpou dizendo que o MAPA não havia sido convidado para o evento, apesar de todos os interessados terem sido convidados pelos meios de comunicação. Acreditamos que o Ministro tenha sido mal assessorado quanto a este evento também, pois para muitos ficou claro que a ausência do Ministro e de seu Secretário Executivo, foi motivado pela falta de coragem em enfrentar a realidade da cafeicultura Nacional, que ali estava representada por cafeicultores de todos os Estados Produtores (MINAS GERAIS, PARANA, SÃO PAULO, BAHIA, RONDONIA, ESPIRITO SANTO), mostrando que o problema era de ordem NACIONAL e não PONTUAL como defendia o Ministro e seus ASSESSORES.
Mesmo após o SOS CAFÈ nada mudou no andamento do grupo de trabalho comandado pelo (ASSESSOR) Manoel Bertone, nada de prático havia sido realizado pelo grupo, pois, ou a reuniões eram desmarcadas em cima da hora, ou quando aconteciam nada se resolvia.
3- JUNHO DE 2009 – Após 7 meses de espera pelas soluções do grupo de trabalho, a única resposta que tivemos foi a decepção de nada acontecer, realizamos neste mês a segunda audiência pública, onde o Ministro como seus ASSESSORES não estiveram presentes, demonstrando total desprezo pelos desesperados que lá se encontravam em busca de uma solução.
QUESTÕES QUE FICARAM SEM RESPOSTA NO ANO DE 2009
a- Secretário Executivo do MAPA – Dep. Silas Brasileiro ficou durante 2 anos no cargo e nada fez para alertar o MINISTRO da situação da cafeicultura?
b- Ministro da Agricultura defende preço mínimo de café entre R$300,00 a R$ 320,00, CMN e CONAB definem preço mínimo de R$261,69. Quem foi o responsável por colocar o Ministro nesta saia justa?
OBS: CONAB utiliza média de produção de 30 scs por hectare para determinar o preço mínimo, quando na verdade a produção nacional não passa de 19 scs por hectare. Quem deu este valor de 30 scs? Qual o interesse?
Todos sabemos que se nossa média fosse de 30 scs, estaríamos produzindo mais de 60 milhões de sacas por ano, já produzimos isso alguma vez na história?
c- Gilsom Bittencurt cobra de Manoel Bertone o levantamento das dívidas dos cafeicultores junto ao Banco do Brasil. O ministério da Agricultura não sabe exatamente o tamanho da dívida da cafeicultura? Como podemos fazer política de café, se o próprio Ministério da Agricultura não tem noção do nosso endividamento?
d- A prorrogação das CPRs com recursos do FUNCAFE ficou engavetada mesmo após de ter sido aprovada, qual o interesse deste engavetamento? Quem estava se beneficiando?
OS DESENCONTROS ENTRE AS PALAVRAS DE NOSSO MINISTRO DA AGRICULTURA E A DE SEUS ASSESSORES.
A- Bertone tranqüiliza exportadores, garantindo fluxo de café para as exportações, e promete que governo não tem intenção da fazer estoques.
Ministro da Agricultura diz que a situação da cafeicultura está assim, pois repassamos nossos estoques para os países importadores, e que o governo irá comprar café para refazer os estoques públicos e alavancar os preços.
Ministro declara comprar mais 7 milhões de sacas para fazer estoques.
B- Ministro diz que leilões de opção irão alavancar preços físicos do café.
Ministro reconhece que leilões não surtiram o efeito esperado, pois foram feitos tarde demais.
C- Ministro acredita que faltará café nos próximos 4 anos.
Ministro acredita que temos excesso de café no Brasil
NOTICIAS QUE DESABONARAM AINDA MAIS O AGRONEGÓCIO DO CAFÉ BRASILEIRO
D- Deputado acusado de ter recebido dinheiro para campanha eleitoral de forma ilegal do CNC e ABIC.
E- ABIC- 53% dos cafés torrados e moídos estão nas mãos das multinacionais, que são nossas concorrentes no exterior
F- Governo aumenta limite de 200 – 400 milhões de reais (FUNCAFÈ) para as indústrias de café.
G- Teto para captação de recursos por indústria de torrefação aumenta de 10% - 15% - 20%
H- Como explicar ao Presidente Lula que luta contra o protecionismo agrícola dos países desenvolvidos, que o próprio Ministério da Agricultura através de medidas errôneas permitiu que a ABIC composta por grandes empresas multinacionais, que são nossos concorrentes diretos no exterior, ainda recebam dinheiro do próprio FUNCAFE para comprar café barato dentro de nosso próprio país, e medidas que ainda permitiram a ancoragem de preços no exterior, fazendo o produtor entregar seu café bem abaixo do custo de produção.
I- Ministro defende que a crise é localizada no Sul de Minas. Qual o irresponsável que colocou isso em sua cabeça?
J- Gerardo Fontelles ( Atual Secretário Executivo do MAPA) reconhece em audiência pública que a crise é nacional, atingindo todos os Estados produtores. Portanto, qualquer tentativa de salvar a cafeicultura Nacional deverá primeiro passar por um reescalonamento das dívidas.
E PARA FECHAR COM CHAVE DE OURO O ANO DE 2009, TEMOS A VERGONHOSA NOVELA DOS LEILÕES DE OPÇÃO.
Para compreendermos o que está acontecendo com os pagamentos dos leilões de opção vamos analisar alguns fatos:
1- É de conhecimento de todos que as chuvas durante o período de colheita atrapalharam a qualidade do café produzido no Brasil, é de conhecimento de todos também, que no primeiro leilão de opção grande parte dos participantes foram os produtores, tanto que a entrega do primeiro lote foi muito difícil devido a qualidade do café que o produtor tinha em seu poder. Mesmo assim, o governo considerou um sucesso a entrega do café do primeiro leilão, chegando próximo de 800 mil sacas.
2- O governo espera ou esperava, que a entrega dos cafés do 2º e 3º leilões seriam menos problemáticos, pois nestes leilões os grandes participantes foram as cooperativas e estas com certeza teriam menos problema para entregar os cafés nos padrões determinados pelo governo.
Entretanto, os pagamentos que o governo deveria fazer para os cafeicultores que entregaram o café do primeiro leilão, e que deveria ocorrer em Dezembro (aproximadamente dia 15) ainda não foram disponibilizados para grande parte dos cafeicultores que tinham esse crédito. Para justificar este atraso iniciou-se uma verdadeira maratona de explicações e desculpas:
- O senado não havia votado a liberação do dinheiro para este pagamento, e posteriormente teríamos que ter a assinatura do nosso Presidente LULA. Como podemos dizer que os responsáveis pela política de café levam o assunto a sério se os leilões foram realizados em junho e julho, e após 6 meses ainda não haviam feito a previsão deste dinheiro?
- Sr. Manoel Bertone vem a público e comunica que os pagamentos sairão antes do Natal, infelizmente apenas os produtores de São Paulo receberam quase que 90% do pagamento. Entretanto vale lembrar que os cafés de São Paulo representam apenas 12% do primeiro leilão, e que grande parte (80%) é de Minas Gerais, estado onde os produtores já receberam a triste notícia de que os pagamento só serão realizados após a primeira quinzena de janeiro de 2010. A questão de Minas Gerais parece estar relacionada com excesso de trabalho na CONAB (regional), ou por motivos de férias, deveriam decidir qual seria a melhor desculpa.
Para muitos isso pode ser visto como falta de profissionalismo e incompetência por parte dos responsáveis junto ao Ministério da Agricultura e Ministério da Fazenda. Mas, para este que vos escreve Silvio Marcos Altrão Nisizaki, SONHADOR E PROTESTADOR, isso tudo foi premeditado e é um exemplo de profissionalismo e competência por parte daqueles que não querem deixar de mamar nas tetas da cafeicultura nacional.
Estes profissionais da malandragem sabiam que este atraso nos primeiros pagamentos levaria o produtor a vender o pouco de café que ainda restava em sua mão, pois este não tinha outra forma de arcar com os compromissos que venceriam no final do ano como, 13º salário, 20% do FUNCAFE e parcela do FUNCAFE DAÇAO. Assim, toda esta situação trouxe desconfiança para o mercado, e este não confiando nos próximos pagamentos do governo jogou o mercado físico para baixo, fazendo com que o produtor vendesse seu produto as pressas com preços bem abaixo do custo de produção.
Além disso, como já disse anteriormente, no 2º e 3º leilão os grandes participantes são as cooperativas sendo muitas delas exportadoras, e estas logicamente irão alegar não entregar o café para o governo com medo de não receber o dinheiro em dia, jogando ainda mais os preços para baixo, pois o governo não conseguirá retirar os 3 milhões de sacas do mercado. Nesta situação, o produtor não terá outra alternativa a não ser vender seu café depositado nestas cooperativas, pois em fevereiro teremos os vencimentos das retenções.
Uma situação onde governo sai ganhando pois não precisou desembolsar para comprar o café e ainda recebeu do produtor o dinheiro da participação dos leilões, as cooperativas e exportadores também ganham pois terão seus estoques abastecidos a um preço bem abaixo do custo de produção, e ainda continuam com o produtor endividado e escravo do sistema.
PERSPECTIVAS PARA 2010 NÃO TENHO NENHUMA, MAS TENHO UMA CERTEZA NUA E CRUA, VIVEMOS HOJE NA CAFEICULTURA NACIONAL UMA SITUAÇÃO ONDE PARA CADA ATO EM FAVOR DO CAFEICULTOR, DOIS OUTROS ATOS SÃO CRIADOS PARA EVITAR QUE O PRIMEIRO SE TORNE REALIDADE.
PODEM ME CHAMAR DE LOUCO MAS NÃO DE TOLO, E A TUDO ISSO CHAMO DE “TEORIA DA CONSPIRAÇÃO” POIS:
"Não há dúvida de que as conspirações são, às vezes, preparadas por homens de talento; mas são sempre executadas por feras."
CAFEICULTOR LUTE PELOS SEUS DIREITOS, NÃO SE ILUDA COM OS LOBOS EM PELE DE CORDEIRO!!!!!!!!
SILVIO MARCOS ALTRÃO NISIZAKI
COROMANDEL –MG
SINCAL-CERRADO