Fala Produtor - Mensagem

  • Flavio Giuliani Restinga Seca - RS 10/12/2009 23:00

    João Batista, quero saudá-lo mais uma vez por seu programa que, quer onde estejas ou ande, defende o agricultor sofrido deste ¨ país ¨. Profissionais da comunicação como você, que possuem a coragem de defender em rede nacional a causa daqueles que não tem voz ativa, nem tão pouco defensores realmente empenhados na causa da agropecuária nacional, merecem o respeito de todos nós, produtores de alimentos. É lamentável que num país continental como o nosso, ainda persistam idéias retrógradas que pregam a não expansão da fronteira agrícola. Um país para ser forte e desenvolvido precisa levar em consideração a sua vocação, que no nosso caso são as grandes potencialidades de desenvolvimento agropecuário; por nossa extensão territorial, solo generoso e gente competente que sabe produzir com qualidade e respeito a terra. Sustentabilidade é em nosso entendimento, saber respeitar o meio ambiente sim, mas antes de tudo respeitar e prover o sustento de seres humanos, dando condições a todos de trabalho e desenvolvimento.

    Complementando nossa conversa hoje no fala produtor às 13,00 horas, queria te deixar alguns dados: veja anexo o controle de chuvas em minha fazenda, que no mês de novembro houve apenas um intervalo de cinco dias sem chuvas, o que nas várzeas não é suficiente para enxugar as terras. Ficamos 38 dias sem podermos trabalhar a terra, quando deu dia 9 e 10, já choveu de novo.Segundo os institutos de meteorologia foi novembro passado o mais chuvoso dos últimos cem (100) anos. Para você ter uma idéia, na minha propriedade a área de alague é pouca (20%), mas não pude plantar, devido como já viste no controle de chuvas, ao curto períodos sem a mesma.

    Segundo o IRGA, Instituto Riograndense do Arroz, muito pouco foram os danos das enchentes na orizicultura, mesmo porque o Presidente deste Órgão não sabe que arroz aqui no Rio Grande se planta em várzeas, e que estas estão suscetíveis a enchentes, levando a crer que as imagens veiculadas na RBS não são do Rio Grande e sim talvez contrabandeadas do Paraguai. No meio dos ORIZICULTORES a revolta com este senhor são muito grandes, são taxadas como piada de mau gosto os dados por ele fornecidos.

    No Rio Grande hoje tem mais de 160 municípios em situação de emergência.

    Quero te agradecer ao espaço que deste a este pequeno município do RS em três oportunidades nesta semana, quarta feira e hoje por duas vezes. Estende a teus colaboradores estes agradecimentos em especial ao Danilo e a Desirée a quem tive a oportunidade hoje de falar. Estarei aqui a disposição de teu programa para qualquer tipo de ajuda que possa dar.

    Obs: Nosso município é integrante da Quarta Colônia de Imigração Italiana, seus componentes possuem as médias mais altas em produtividade por hectare em arroz do Brasil, se comparando a Estados Unidos e outros. Aqui em Restinga Seca, a média do tamanho das lavouras não ultrapassa a 40 hectares (somos 440 produtores) em 17.800 hectares. Nos outros municípios como, Agudo, Dona Francisca, Faxinal do Soturno, São João do Polesine e Nova Palma, a média é ainda menor: não chegando a 20 hectares. Aqui se faz a ¨verdadeira agricultura familiar¨, de pai para filho desde 150 anos atrás. Daqui de Restinga Seca saiu a primeira exportação de arroz do Brasil, na década de 1940, quando ainda se plantava com boi.

    Saudações arrozeiras

    Flavio Giuliani

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