Fala Produtor - Mensagem

  • Telmo Heinen Formosa - GO 07/10/2009 00:00

    Prezado Sr. Antonio,

    As criticas, pesadas ou não, estão dirigidas especialmente ao IBGE (Chutômetro Oficial do Brasil) e a quem acredita piamente, sem questionar as informações divulgadas.

    Desde 2007 temos sido uma voz solitária a divulgar os reclames de muitos agricultores aqui da região da RIDE/DF (Região Integrada de Desenvolvimento do Entorno do Distrito Federal) segundo os quais cerca da metade não foram visitados pelos Recenseadores do IBGE. Em contato com outras regiões do Centro-Oeste, parece não ter sido diferente.

    Se a contagem foi imperfeita, o resultado teria que ser imperfeito também. Muito argumentou-se que as informações seriam completadas com "Pesquisas" e nós argumentávamos que Censo não era pesquisa, CENSO é contagem aritmética.

    Este IBGE tem um pessoal muito displicente. É só viajar Brasil a fora e analisar o modo de funcionamento dos Escritórios deles, não é nada mais do que um Chutômetro Especializado. Acertam muita coisa porque tem Doutores PhD em Estatística lá em São Paulo e Rio de Janeiro que conseguem "adivinhar" o que existe neste país.

    Quanto à Agricultura Familiar a critica é contra o conceito difundido pelos ignóbeis abobalhadores midiáticos, do qual o MDA e o MST se aproveitam, incutindo na população em geral de que os pomposos resultados tem origem no PRONAF e até mesmo na Reforma Agrária. São quatro categorias de gente:

    a) Invasores "Sem Terra" (Acampados)

    b) Ah!sentados (Que ficam o dia inteiro esperando benesses)

    c) Pronafianos (Que se enquadram nos financiamentos do PRONAF). A categoria é definida de acordo com o Faturamento, N° de Empregados etc... cujas cateborias se dividem em A (Ah!sentados), B/C, D e E, e,

    d) Demais Agricultores Pequenos, que são proprietários rurais de áreas inferiores a quatro (4) Módulos. O Módulo varia de 2,0 a 200,0 ha conforme a região do Brasil.

    Por falar em Agricultor Familiar, será onde é que estão incluidas (Em qual categoria) as 195 mil familias que o MDA apregoava tanto, produtoras de matéria prima para biodiesel, aliás que dão sustentação ao Selo Combustivel Social ?

    Espero que a partir desta semana mais pessoas sensatas Brasil a fora tenham a percepção de constatar que há enormes "Furos" nos resultados divulgados. Aliás os furos devem ser de origem, é quase impossivel ter erros de soma numa instituição como o IBGE entretanto em falta de levantamento pode apostar com certeza que há!

    O próprio INCRA referiu-se muitas vezes a "Mais de 6 milhões" de proprietários rurais no Brasil, como é que agora deu menos do que em 1996 sendo que houve quase 1,0 milhão de lotes distribuidos pela Reforma Agrária entre FHC e o Lula?

    Finalmente, as criticas não devem ser tanto atribuidas à ABRASGRÃOS porque são muito mais uma opinião pessoal minha, Telmo Heinen.

    Por favor procure por "Telmo+Heinen" no Google, adicionando o nome do assunto por exemplo IBGE CENSO 50% - Lembrei de uma outra, há poucos anos o IBGE divulgava um abate anual de 28 milhões de cabeças de gado ao mesmo tempo que somava a aquisição anual de 37 milhões de couros e divulgava uma produção de carne de tal monta que pela média do peso das carcaças só seria possivel obter com 43 a 44 milhões de cabeças. Pois é... e ninguém se toca por estas inconsistências? Gente do céu, a sonegação fiscal é enorme! Acordem!

    Só lamento que tenhamos que esperar para o ano de 2016 para uma nova contagem e que desde já está comprometida também. Como O IBGE fica no Rio de Janeiro, novamente tudo poderá ser levado na esportiva... diante do enebriante contágio que a Olimpíada tende a causar nos "cariôcos"

    Abçs, att. Telmo Heinen - Formosa (GO)

    Prezado

    Em atenção à mensagem abaixo, comentando o artigo Novíssimo Retrato da Agricultura Familiar, faço algumas considerações, não exaustivas, com a idéia de manter o diálogo e não deixar passar a falsa imagem de prepotência que o silêncio poderia indicar.

    1. Entendemos que o IBGE é uma das instituições mais sérias do setor público brasileiro --tão aviltado por intervenções espúrias--, com reconhecimento internacional pela excelência técnica e qualidade das informações que produz. Sabemos que enfrentaram problemas com o Censo de 2006, mas de boa fé não acreditamos que o resultado tenha sido comprometido. De qq forma, não somos advogados do IBGE e nem podemos polemizar sobre procedimentos utilizados no Censo que estão absolutamente fora de nossa alçada e conhecimento;

    2. A contratação da UFF para aplicar a metodologia que, com suas virtudes e limitações, tornou-se referência na última década, visa exatamente evitar o uso inadequado das informações e permitir a comparação da situação atual com aquela registrada pelo Censo 1996, que foi sempre citada nestes últimos 15 anos. Uma olhada em nossos cvs, disponíveis na base Lattes do CNPq, certamente permitirá um melhor julgamento da nossa seriedade e honestidade intelectual. Permitirá, inclusive, a constatação que nossas idéias não estão à venda para um ou outro lado, e que nos últimos 7 anos não tivemos um só trabalho associado ao MDA. Convido-o a fazer esta excursão, que talvez cause surpresas;

    3. Uma leitura atenta do nosso artigo revela que não aceitamos a oposição falsa entre familiar e agronegócio e que para nós os agricultores familiares estão integrados, de forma diferenciada, no agronegócio, produzindo inclusive grãos, como certamente é do conhecimento da Abrasgrãos, A polarização entre agricultura familiar e outras categorias não ajuda o país em nada; tampouco a negação da importância da agricultura familiar contribui para o enriquecimento do campo brasileiro, cuja riqueza começa na agricultura familiar, inclusive nos hoje grandes produtores que são de origem familiar;

    4. Queremos reafirmar que nosso único compromisso é analisar, com objetividade, as informações geradas pelo IBGE e a aplicação de metodologia compatível que nós desenvolvemos no passado aos novos dados. Nada será escondido da sociedade, e nada que passar por nossas mãos será maquiado. Todas as inconsistências serão apontadas e questionadas.

    Era isto que gostaria de esclarecer, pelo momento. Ao mesmo tempo que agradeço a gentileza de ter-nos enviado uma mensagem com críticas tão pesadas e que estão no limite de levantar suspeitas à nossa idoneidade profissional, coloco-me à disposição para continuarmos um diálogo, desde que seja útil e frutífero.

    Um abraço

    Antonio Marcio, Carlos e Alberto

    0