Fala Produtor - Mensagem

  • Waldir Sversutti Maringá - PR 17/12/2008 23:00

    Um certo asno escreveu neste espaço duas frases que indignaram os produtores, sobretudo os endividados, e injuriou aquele que é hoje, o porta-voz da maioria dos produtores brasileiros, que buscam contornar suas dívidas remanescentes originadas de varias injustiças que sofreram com as ultimas políticas econômicas.

    Para enfrentar um vampiro ou o satanás, a melhor defesa sempre foi mostrar a cruz, com força e fé; os filmes sempre mostraram isso. Portanto quem deve ser processado pelos produtores, e de forma coletiva, é o autor do comentário infeliz .

    Ao escrever não imaginou que estaria ofendendo a honra de todos os produtores e não só dos endividados. Foi além insultando o Sr João Batista, ao dizer:

    ” uma vergonha o quanto este programa defende malandros que não pagam suas contas “

    Ao classificar os produtores de “malandros” habilitou-se a muitos processos. Sei que o sr. João Batista não se sentirá à vontade e satisfeito se dissermos aqui todos os palavrões que gostaríamos de dizer a ele, menos aquele mais popular e usado na baixaria, já que a senhora mãe dele não deve ter culpa por ele ter nascido sem cérebro.

    Mas dá para ver que, o referido, e daqui para diante não darei mais a ele o prazer de ver seu nome escrito nesse espaço, não tem conhecimento da roubalheira que se implantou “ neste país “ e sempre em cima da agricultura, nos últimos governos Collor, FHC e Lula. Para refrescar a sua memória vou de novo repetir aqui:

    1- Plano Collor ( o malfadado), que, de um dia para outro, mais que dobrou a dívida dos agricultores que financiaram os plantios da safra 1988/1989. Os contratos de financiamento previam o Índice de Remuneração da Poupança, que passou a ser calculado com o BTNF de 15-03-90 em diante, já então descendente, mas o BB calculava e debitava pelo IPC da inflação alta anterior, 72,28% de fevereiro para o mês de Março, e, 84% de Março para o mês de Abril/90, mais tarde julgados ilegais pelo STJ, mas que ainda persistem nas dívidas de quem carrega a securitização e o Pesa até hoje. Pelo jeito ela já estava abonado naquela época e não precisou financiar, por isso não deve ter sofrido essa roubalheira

    2- Plano Real (1-7-1994), segurou a cotação do dólar o quanto pôde, entre R$ 1,00 e 1,23 até 02/1999, período em que a inflação sobre os insumos não foi contida. O estouro só ocorreu em fev/1999, quando Pedro Malan teve que ir pessoalmente tentar segurar o rojão na mesa de operações do BC e não conseguiu. Portanto 5 anos de confisco branco, (mais ou menos 45% sobre o faturamento)

    Provavelmente ele tb não sofreu as conseqüências iniciais do Plano Real e não deve ter vendido soja a US$ 8,00 por saco, que foram convertidos na época pela cotação “forçada” de R$ 0,82, o que dava ao produtor naquela safra menos de R$ 7,00 por saco. Talvez tb não se lembra da política financeira de juros de Pedro Malan/FHC que usou a popança louca (aquela que pegava uma inflação 0,82% de um mês e acrescentavam uma TR elevavando- a 3,00% ao mês, para corrigir os débitos agrícolas. Um crime.Tanto se condenou e se criticou o uso daquela TR, inclusive em cima da casa própria, que foi modificada.

    3- Também deve ter gostado muito quando Lula foi buscar um banqueiro, velha raposa do mercado financeiro e, por cima do PSDB, para cuidar do BC, pois ele continuou com a mão pesada do governo no pescoço do agricultor. Pelo jeito ele não sabe calcular o tamanho da garfada que este governo vem mantendo em cima da agricultura, ao fazê-la suportar os custos da inflação interna do Plano Real, em torno de 230% pelo IPCA, cuja reposição ,se fosse feita ao dólar, faria ele estar a R$ 3,30 e não a R$ 1,65, cotação segurada até 2 meses atrás, com o mais absurdo e intolerável aumento da DPF de toda a vida econômica do país. Em 170 anos, R$ 65 bilhões. Em 14 anos, R$ 1,356 bilhões em 31-10-08. Agora o BC faz grande esforço para baixar a atual cotação quando deveria deixar essa moeda flutuar para o nível que deveria estar, R$ 3,30, sem as manobras.

    Para calar a boca desse asno (aquele que diz asneiras ) é necessário mover um processo contra ele. Penso que ele ofendeu também o Sr João Batista no segundo comentário. Vamos estudar se é possivel ? Não contente, ainda disse “ pessoal da CNA, que nunca ajudou a agricultura do Brasil “ Eu conheço o esforço e a boa atuação da CNA nas intensas e intermináveis negociações para se conseguir as diversas prorrogações que foram feitas até aqui. O fato de não vermos brigas da entidade-mor contra essas políticas que “garfam” a renda do campo, não tira dela os méritos de sua existência até aqui. Vamos em frente !

    Waldir Sversutti

    [email protected]

    0