"Antas" - Tínhamos antas no comando financeiro de diversas empresas e ninguém sabia.
A vítima foi seu próprio algoz. Agora está explicada a origem da pressão que fez acontecer uma artificial valorização do real desde 2006. Os inimigos estavam dentro de casa. Inacreditável!
A prova está aí, sucessivos "comunicados" de fatos relevantes para comunicar perdas havidas por incompetência na administração financeira de importantes empresas nacionais.
É por isto que todas aquelas previsões de que o dólar não passaria de R$ 1,70 ou no máximo R$ 1,80 até o final do ano, outros diziam até o final de 2009 - imagina!, não acertaram nas previsões porque eram incapazaes como eu, de acreditar que houvessem "antas" deste calibre à frente de importantes empresas.
Mais uma vez a vitima foi seu próprio algoz. Bem feito!
Se estas Empresas não tivessem agido assim, o dólar nunca teria caido abaixo de R$ 2,00
FOLHA DE S. PAULO - SP
Votorantim perde R$ 2,2 bi com câmbio
Prejuízo de empresas com operações de proteção cambial passa de R$ 5 bi; Sadia e Aracruz já haviam divulgado perda
Anúncios de prejuízos podem estar próximos do fim, segundo analistas; Petrobras e Embraer também assumem perdas
CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O grupo Votorantim comunicou ontem perdas de R$ 2,2 bilhões provenientes de operações financeiras com câmbio. Foi o maior prejuízo reportado por uma empresa brasileira desde o início da crise de crédito. A Sadia já havia reconhecido prejuízo de R$ 760 milhões, e a Aracruz informara perda contábil de R$ 1,950 bilhão. Somados, os prejuízos já beiram os R$ 5 bilhões.
A CSN também deve perder boa parte de seu lucro no terceiro trimestre devido a esse tipo de operação. A siderúrgica informou, no entanto, que nos últimos cinco anos lucrou US$ 845 milhões com essas operações e que as perdas atuais não terão impacto no caixa.
Essas empresas fizeram operações financeiras para se proteger contra a valorização do real, que reduzia o lucro obtido com suas exportações. Com a desvalorização súbita da moeda desde agosto, depois de quatro anos de alta, os exportadores que apostavam a favor do real tiveram os prejuízos.
À noite, a Petrobras divulgou nota oficial em que assumia perdas de cerca de US$ 62 milhões com operações no mercado de derivativos em dólar.
Também a Embraer, no final da noite, divulgou comunicado informando que vai contabilizar despesas de ajustes de posições de derivativos no valor de R$ 178 milhões.
Sem atender a pedido de entrevista, o Votorantim informou, por meio de nota, que tomou tal decisão para preservar seus ativos, "adequando seus investimentos futuros ao novo cenário mundial". O grupo Votorantim tem operações nas áreas de cimento, papel e celulose e financeira, entre outras.
"Se tais empresas fazem esse tipo de operação há muito tempo, certamente estão devolvendo agora um pouco do muito que ganharam", diz Nathan Blanche, sócio da consultoria Tendências.
Para Blanche, apesar de não ser possível estimar as perdas totais das empresas exportadoras com operações financeiras de câmbio, os anúncios de prejuízos podem estar perto do fim. "Os principais cadáveres já apareceram", diz Blanche. "As empresas de menor porte não têm linhas de crédito para grandes estragos, e as que divulgam informações trimestrais já estão vindo a público."
Alberto Dwek, gerente da área de câmbio da corretora Souza Barros, também acredita que os anúncios de perdas possam estar chegando ao fim. Segundo Dwek, apesar de enfrentarem situações diferentes da brasileira, outros países também têm problema de hedge (proteção cambial) semelhantes. O trabalho conjunto para resolver tais problemas pode dar resultados em breve.
"Estamos perto de estancar a hemorragia", diz Dwek. "O remédio a ser dado ao paciente é outro problema, mas o mais urgente já foi feito."
Estilingada forte
O economista Roberto Troster, sócio da Integral-Trust, afirma, no entanto, que o Banco Central foi lento ao reagir à desvalorização cambial. "Não se pode deixar o câmbio oscilar com tanta virulência num período tão curto, sob a ameaça de colocar a operação das empresas em risco", diz Troster.
A estilingada do câmbio, que subiu quase 50% desde agosto, deverá fazer com que pelo menos uma das empresas do grupo Votorantim, a VCP, tenha prejuízo. De acordo com Felipe Ruppenthal, analista do banco Geração Futuro, mais de 90% da dívida de R$ 2,9 bilhões da VCP é atrelada ao dólar.
Com isso, em vez de lucro, a empresa deverá ter prejuízo de R$ 250 milhões no terceiro trimestre, pelos cálculos de Ruppenthal. O resultado financeiro também será negativo em R$ 430 milhões. Para o ano, o banco não fechou suas estimativas.
Mesmo assim, a VCP deu a entender que continua levando adiante o processo de fusão com a Aracruz, que formará a maior empresa de celulose do mundo. Apesar de o fechamento do negócio ter sido postergado no início da semana, Valdir Roque, diretor de finanças e relações com investidores da VCP, deixou o cargo para assumir a mesma posição na Aracruz. O posto estava vago desde que Isac Zagury pediu afastamento, em razão do prejuízo com as operações cambiais.
"A mudança na gestão financeira é boa para as duas empresas e indica que a negociação envolvendo VCP, Safra e Lorentzen [controladores da Aracruz] está em andamento", escreveu Lika Takahashi, do Banco Fator, a investidores. "Essa mudança sugere que a VCP quer acompanhar as operações financeiras da Aracruz depois dos recentes anúncios do prejuízo de R$ 1,95 bilhão."
Mesmo assim, as ações da VCP -única de capital aberta que pertence ao grupo- tiveram ontem queda de 8%.
No comunicado em que anunciou o prejuízo, o grupo Votorantim informou que a relação entre sua dívida líquida e o lucro operacional (medido antes de juros, impostos e depreciação) do grupo é de 2,4 vezes. O caixa disponível do Votorantim é de R$ 10 bilhões.
Tais números seriam suficientes para dar liquidez às operações do grupo, que faturou R$ 31 bilhões e teve geração de caixa de R$ 8,1 bilhões em 2007. Para este ano, a estimativa é de R$ 34 bilhões de receita e caixa de R$ 8,4 bilhões.
Petrobras
Segundo a Petrobras, a perda de US$ 62 milhões com operações no mercado de derivativos em dólar é decorrente de contratos feitos pela Petrobras Distribuidora para obter proteção cambial (hedge) por causa da comercialização de querosene de aviação (cerca de US$ 22 milhões) e de operações com derivativos de petróleo fechadas nas Bolsas de Nova York e Londres e no mercado de balcão (US$ 40 milhões) pela holding e outras subsidiárias.
"Antas" - Tínhamos antas no comando financeiro de diversas empresas e ninguém sabia.
A vítima foi seu próprio algoz. Agora está explicada a origem da pressão que fez acontecer uma artificial valorização do real desde 2006. Os inimigos estavam dentro de casa. Inacreditável!
A prova está aí, sucessivos "comunicados" de fatos relevantes para comunicar perdas havidas por incompetência na administração financeira de importantes empresas nacionais.
É por isto que todas aquelas previsões de que o dólar não passaria de R$ 1,70 ou no máximo R$ 1,80 até o final do ano, outros diziam até o final de 2009 - imagina!, não acertaram nas previsões porque eram incapazaes como eu, de acreditar que houvessem "antas" deste calibre à frente de importantes empresas.
Mais uma vez a vitima foi seu próprio algoz. Bem feito!
Se estas Empresas não tivessem agido assim, o dólar nunca teria caido abaixo de R$ 2,00
FOLHA DE S. PAULO - SP
Votorantim perde R$ 2,2 bi com câmbio
Prejuízo de empresas com operações de proteção cambial passa de R$ 5 bi; Sadia e Aracruz já haviam divulgado perda
Anúncios de prejuízos podem estar próximos do fim, segundo analistas; Petrobras e Embraer também assumem perdas
CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O grupo Votorantim comunicou ontem perdas de R$ 2,2 bilhões provenientes de operações financeiras com câmbio. Foi o maior prejuízo reportado por uma empresa brasileira desde o início da crise de crédito. A Sadia já havia reconhecido prejuízo de R$ 760 milhões, e a Aracruz informara perda contábil de R$ 1,950 bilhão. Somados, os prejuízos já beiram os R$ 5 bilhões.
A CSN também deve perder boa parte de seu lucro no terceiro trimestre devido a esse tipo de operação. A siderúrgica informou, no entanto, que nos últimos cinco anos lucrou US$ 845 milhões com essas operações e que as perdas atuais não terão impacto no caixa.
Essas empresas fizeram operações financeiras para se proteger contra a valorização do real, que reduzia o lucro obtido com suas exportações. Com a desvalorização súbita da moeda desde agosto, depois de quatro anos de alta, os exportadores que apostavam a favor do real tiveram os prejuízos.
À noite, a Petrobras divulgou nota oficial em que assumia perdas de cerca de US$ 62 milhões com operações no mercado de derivativos em dólar.
Também a Embraer, no final da noite, divulgou comunicado informando que vai contabilizar despesas de ajustes de posições de derivativos no valor de R$ 178 milhões.
Sem atender a pedido de entrevista, o Votorantim informou, por meio de nota, que tomou tal decisão para preservar seus ativos, "adequando seus investimentos futuros ao novo cenário mundial". O grupo Votorantim tem operações nas áreas de cimento, papel e celulose e financeira, entre outras.
"Se tais empresas fazem esse tipo de operação há muito tempo, certamente estão devolvendo agora um pouco do muito que ganharam", diz Nathan Blanche, sócio da consultoria Tendências.
Para Blanche, apesar de não ser possível estimar as perdas totais das empresas exportadoras com operações financeiras de câmbio, os anúncios de prejuízos podem estar perto do fim. "Os principais cadáveres já apareceram", diz Blanche. "As empresas de menor porte não têm linhas de crédito para grandes estragos, e as que divulgam informações trimestrais já estão vindo a público."
Alberto Dwek, gerente da área de câmbio da corretora Souza Barros, também acredita que os anúncios de perdas possam estar chegando ao fim. Segundo Dwek, apesar de enfrentarem situações diferentes da brasileira, outros países também têm problema de hedge (proteção cambial) semelhantes. O trabalho conjunto para resolver tais problemas pode dar resultados em breve.
"Estamos perto de estancar a hemorragia", diz Dwek. "O remédio a ser dado ao paciente é outro problema, mas o mais urgente já foi feito."
Estilingada forte
O economista Roberto Troster, sócio da Integral-Trust, afirma, no entanto, que o Banco Central foi lento ao reagir à desvalorização cambial. "Não se pode deixar o câmbio oscilar com tanta virulência num período tão curto, sob a ameaça de colocar a operação das empresas em risco", diz Troster.
A estilingada do câmbio, que subiu quase 50% desde agosto, deverá fazer com que pelo menos uma das empresas do grupo Votorantim, a VCP, tenha prejuízo. De acordo com Felipe Ruppenthal, analista do banco Geração Futuro, mais de 90% da dívida de R$ 2,9 bilhões da VCP é atrelada ao dólar.
Com isso, em vez de lucro, a empresa deverá ter prejuízo de R$ 250 milhões no terceiro trimestre, pelos cálculos de Ruppenthal. O resultado financeiro também será negativo em R$ 430 milhões. Para o ano, o banco não fechou suas estimativas.
Mesmo assim, a VCP deu a entender que continua levando adiante o processo de fusão com a Aracruz, que formará a maior empresa de celulose do mundo. Apesar de o fechamento do negócio ter sido postergado no início da semana, Valdir Roque, diretor de finanças e relações com investidores da VCP, deixou o cargo para assumir a mesma posição na Aracruz. O posto estava vago desde que Isac Zagury pediu afastamento, em razão do prejuízo com as operações cambiais.
"A mudança na gestão financeira é boa para as duas empresas e indica que a negociação envolvendo VCP, Safra e Lorentzen [controladores da Aracruz] está em andamento", escreveu Lika Takahashi, do Banco Fator, a investidores. "Essa mudança sugere que a VCP quer acompanhar as operações financeiras da Aracruz depois dos recentes anúncios do prejuízo de R$ 1,95 bilhão."
Mesmo assim, as ações da VCP -única de capital aberta que pertence ao grupo- tiveram ontem queda de 8%.
No comunicado em que anunciou o prejuízo, o grupo Votorantim informou que a relação entre sua dívida líquida e o lucro operacional (medido antes de juros, impostos e depreciação) do grupo é de 2,4 vezes. O caixa disponível do Votorantim é de R$ 10 bilhões.
Tais números seriam suficientes para dar liquidez às operações do grupo, que faturou R$ 31 bilhões e teve geração de caixa de R$ 8,1 bilhões em 2007. Para este ano, a estimativa é de R$ 34 bilhões de receita e caixa de R$ 8,4 bilhões.
Petrobras
Segundo a Petrobras, a perda de US$ 62 milhões com operações no mercado de derivativos em dólar é decorrente de contratos feitos pela Petrobras Distribuidora para obter proteção cambial (hedge) por causa da comercialização de querosene de aviação (cerca de US$ 22 milhões) e de operações com derivativos de petróleo fechadas nas Bolsas de Nova York e Londres e no mercado de balcão (US$ 40 milhões) pela holding e outras subsidiárias.