O Sr Ezio Antonio Seabra de Uberaba, postou um comentário neste espaço no dia 22 ultimo quando disse “acho que a vaca vai para o brejo e não vai sair nunca mais”
Sr Ezio: A vaca já está atolada no brejo faz muito tempo e não há a menor dúvida que ela irá continuará berrando mas não sairá tão cedo. Ainda assim, há que se continuar plantando, para manter os índices de produtividade, para se livrarem do fantasma MST/Via Campesina, para se livrarem das execuções dos bancos, porém com muito cuidado, cálculos, imaginação, diversificação de culturas e acerto na hora de vender a produção (aqui o maior perigo) ...o que não está acontecendo, infelizmente.
Os governantes acharam graça e não sentiram reação dos agricultores quando fizeram as “ garfadas “ dos últimos governos, que descrevo abaixo, um por um, já do conhecimento de todos, mas nunca é demais lembrar: Ela cansou de ir para o brejo, por isso atolou:
GOVERNO COLOR
1 - Foi para o brejo no governo Collor, quando a então Ministra Sra. Zélia, de sinistra memória, mandou que os então presidentes do BB e da Caixa continuassem a debitar o IPC do mês anterior, carregado da inflação alta do governo Sarney (84% na casa própria e 74,6% no Crédito Rural) e que já não eram mais os índices que corrigiam a poupança (IRP) previstos nos contratos dos financiamentos, pois Collor havia mudado o critério de remuneração da poupança para o BTNF, aplicado diariamente no IRP que onerava os contratos, cujos débitos dobraram de uma hora para outra. Para quem recorreu à justiça o STJ substituiu esses índices, quem não recorreu dançou... está atolado junto com a vaca até hoje.
GOVERNO TAMPÃO ITAMAR
2 – Foi para o brejo quando o Itamar teve o “topete” de vetar parte do artigo 16 da Lei que criou o Plano Real, a duras penas negociado com a bancada ruralista, para corrigir os débitos pré existentes pela variação que fosse determinada para os preços mínimos daí em diante. Ele vetou esse artigo e os bancos mandaram ver aplicando a taxa da poupança que adotara a “ louca “ da TR, embutida nos débitos de quem fez a securitização e o Plano Pesa. O Congresso derrubou o veto um ano depois, mas quem necessitou assinar o Plano Pesa teve que aceitar a correção pela poupança, então carregada da ma®dita TR, que na época era muito acima da inflação, usado como instrumento de arrocho monetário.
GOVERNO FHC
3 – Foi para o brejo quando FHC, Malan e Gustavo Franco manobraram o quanto puderam para conter a cotação do dólar, mantida até 02/1.999 na faixa mentirosa de R$ 1,23. Nessa época, só teve o Cacciola que acreditava no que diziam FHC e Franco; que não haveria máxi desvalorização, pois foi um dos poucos que apostaram (na contra-mão do que indicavam os fatos) vendendo dólar futuro a R$ 1,23. Realmente não houve máxi decretada por eles; para acabar com a mentira (da baixa cotação do dólar) o mercado se encarregou de “estuprá-la”. Portanto o Sr FHC, Malan e Gustavo Franco levaram a vaca para o brejo mais uma vez, deixando-a atolada por 4 anos, até que no inicio de seu segundo mandato, (1999) aconteceu o estouro, quando a moeda americana atingiu cotações exageradas perto de R$ 2,00 e depois quase R$ 4,00, muito além da reposição da inflação decorrida até então (mm 80%) em razão das desconfianças e da certeza da vitória do Lula. O mercado se enganou barbaridade... achavam que Lula era uma assombração. Quando descobriram o medo dele em conter os juros e que era da turma do “paz e amor” refestelaram-se.
GOVERNO LULA
4 – Fez a agricultura, os agricultores e a vaca irem mais uma vez para o brejo quando buscou um banqueiro do PSDB para continuar tudo como antes, privilegiando o mercado financeiro, sem a mínima preocupação com a renda dos agricultores, pois sabiam que eles não são unidos e ficarão satisfeitos e bonzinhos se lhes prorrogarem constantemente suas dívidas.
Não deixarão a vaca sair do brejo nunca, a política do Robin Hood vai continuar até sangrar ... A prova disso veio quando a cotação do dólar ultrapassou R$ 1,90 há poucos dias e o BC ameaçou jogar pesado ... ou seja vender dólares para segurar a cotação. Nem foi preciso. E ainda: Estão dificultando o financiamento dos custeios, a montanha de dinheiro divulgada não chega ao campo.
Esperar alguma coisa favorável deste governo, sentado à beira do caminho que a vaca trilhou para ir ao brejo, é perda de tempo. Então vamos ao que interessa: A ultima safra de soja com preços bons no período de 5 anos que se iniciou nesta safra 07/08, é esta que virá, 2008/2009, isto pq em 31-03-2009 após ser divulgado o relatório de intenção de plantio americano, já sem a expectativa de ocorrência de novos eventos climáticos, e diante da normalização e ausência dos fatores que descrevo abaixo, ela se ajustará para um período de mais 3 anos de vacas magras, como foi em 2005/2006/2007, e ficará na BERLINDA ( ou no brejo) à espera de novo fenômeno climático nos EUA, que só voltará a ocorrer no ano de 2.013. :
a ) O aumento de consumo, que fez os preços da soja subirem acima de US$ 10,00 por bushel, será normalizado frente ao aumento da produção no Brasil e nos demais paises, estabilizando a cotação nesses níveis daqui para frente, obrigando custos e insumos a se ajustarem (para baixo)
b ) O preço do barril de petróleo, cuja disparada de cotação fez o bushel da soja atingir US$ 13,00 dólares, certamente voltará a níveis menos perversos deixando de pressionar os preços da soja para cima.....
c) A vitória política obtida com a exaustiva ação dos agricultores argentinos peitando e vencendo a decisão irracional da presidenta Argentina ao aumentar-lhes as “ retenciones “ (impostos), certamente aumentará a produção, pq o cambio é muito favorável. Aquela atitude tinha feito o preço do bushel chegar a US$ 16,oo dólares nos primeiros dias de março, quando todos teríamos que ter vendido,não só a soja deste ano, mas tb a do ano que vem e a dos vizinhos. Era um preço inimaginável para mim.
Quem segurou até agora, (acho que poucos) alguns dias mais não farão a diferença. Na minha opinião a fraca intensidade do fenômeno La Nina ocorrida no final do plantio americano, atrasando o término e os replantios, devido as inundações no Mississipi, poderão resultar em colheita menor que a esperada, cujos números serão divulgados só no último minuto, da última hora, do último dia do encerramento da colheita, em outubro. Caso isso se confirme haverá uma pequena melhora nos preços atuais.
O Sr Ezio Antonio Seabra de Uberaba, postou um comentário neste espaço no dia 22 ultimo quando disse “acho que a vaca vai para o brejo e não vai sair nunca mais”
Sr Ezio: A vaca já está atolada no brejo faz muito tempo e não há a menor dúvida que ela irá continuará berrando mas não sairá tão cedo. Ainda assim, há que se continuar plantando, para manter os índices de produtividade, para se livrarem do fantasma MST/Via Campesina, para se livrarem das execuções dos bancos, porém com muito cuidado, cálculos, imaginação, diversificação de culturas e acerto na hora de vender a produção (aqui o maior perigo) ...o que não está acontecendo, infelizmente.
Os governantes acharam graça e não sentiram reação dos agricultores quando fizeram as “ garfadas “ dos últimos governos, que descrevo abaixo, um por um, já do conhecimento de todos, mas nunca é demais lembrar: Ela cansou de ir para o brejo, por isso atolou:
GOVERNO COLOR
1 - Foi para o brejo no governo Collor, quando a então Ministra Sra. Zélia, de sinistra memória, mandou que os então presidentes do BB e da Caixa continuassem a debitar o IPC do mês anterior, carregado da inflação alta do governo Sarney (84% na casa própria e 74,6% no Crédito Rural) e que já não eram mais os índices que corrigiam a poupança (IRP) previstos nos contratos dos financiamentos, pois Collor havia mudado o critério de remuneração da poupança para o BTNF, aplicado diariamente no IRP que onerava os contratos, cujos débitos dobraram de uma hora para outra. Para quem recorreu à justiça o STJ substituiu esses índices, quem não recorreu dançou... está atolado junto com a vaca até hoje.
GOVERNO TAMPÃO ITAMAR
2 – Foi para o brejo quando o Itamar teve o “topete” de vetar parte do artigo 16 da Lei que criou o Plano Real, a duras penas negociado com a bancada ruralista, para corrigir os débitos pré existentes pela variação que fosse determinada para os preços mínimos daí em diante. Ele vetou esse artigo e os bancos mandaram ver aplicando a taxa da poupança que adotara a “ louca “ da TR, embutida nos débitos de quem fez a securitização e o Plano Pesa. O Congresso derrubou o veto um ano depois, mas quem necessitou assinar o Plano Pesa teve que aceitar a correção pela poupança, então carregada da ma®dita TR, que na época era muito acima da inflação, usado como instrumento de arrocho monetário.
GOVERNO FHC
3 – Foi para o brejo quando FHC, Malan e Gustavo Franco manobraram o quanto puderam para conter a cotação do dólar, mantida até 02/1.999 na faixa mentirosa de R$ 1,23. Nessa época, só teve o Cacciola que acreditava no que diziam FHC e Franco; que não haveria máxi desvalorização, pois foi um dos poucos que apostaram (na contra-mão do que indicavam os fatos) vendendo dólar futuro a R$ 1,23. Realmente não houve máxi decretada por eles; para acabar com a mentira (da baixa cotação do dólar) o mercado se encarregou de “estuprá-la”. Portanto o Sr FHC, Malan e Gustavo Franco levaram a vaca para o brejo mais uma vez, deixando-a atolada por 4 anos, até que no inicio de seu segundo mandato, (1999) aconteceu o estouro, quando a moeda americana atingiu cotações exageradas perto de R$ 2,00 e depois quase R$ 4,00, muito além da reposição da inflação decorrida até então (mm 80%) em razão das desconfianças e da certeza da vitória do Lula. O mercado se enganou barbaridade... achavam que Lula era uma assombração. Quando descobriram o medo dele em conter os juros e que era da turma do “paz e amor” refestelaram-se.
GOVERNO LULA
4 – Fez a agricultura, os agricultores e a vaca irem mais uma vez para o brejo quando buscou um banqueiro do PSDB para continuar tudo como antes, privilegiando o mercado financeiro, sem a mínima preocupação com a renda dos agricultores, pois sabiam que eles não são unidos e ficarão satisfeitos e bonzinhos se lhes prorrogarem constantemente suas dívidas.
Não deixarão a vaca sair do brejo nunca, a política do Robin Hood vai continuar até sangrar ... A prova disso veio quando a cotação do dólar ultrapassou R$ 1,90 há poucos dias e o BC ameaçou jogar pesado ... ou seja vender dólares para segurar a cotação. Nem foi preciso. E ainda: Estão dificultando o financiamento dos custeios, a montanha de dinheiro divulgada não chega ao campo.
Esperar alguma coisa favorável deste governo, sentado à beira do caminho que a vaca trilhou para ir ao brejo, é perda de tempo. Então vamos ao que interessa: A ultima safra de soja com preços bons no período de 5 anos que se iniciou nesta safra 07/08, é esta que virá, 2008/2009, isto pq em 31-03-2009 após ser divulgado o relatório de intenção de plantio americano, já sem a expectativa de ocorrência de novos eventos climáticos, e diante da normalização e ausência dos fatores que descrevo abaixo, ela se ajustará para um período de mais 3 anos de vacas magras, como foi em 2005/2006/2007, e ficará na BERLINDA ( ou no brejo) à espera de novo fenômeno climático nos EUA, que só voltará a ocorrer no ano de 2.013. :
a ) O aumento de consumo, que fez os preços da soja subirem acima de US$ 10,00 por bushel, será normalizado frente ao aumento da produção no Brasil e nos demais paises, estabilizando a cotação nesses níveis daqui para frente, obrigando custos e insumos a se ajustarem (para baixo)
b ) O preço do barril de petróleo, cuja disparada de cotação fez o bushel da soja atingir US$ 13,00 dólares, certamente voltará a níveis menos perversos deixando de pressionar os preços da soja para cima.....
c) A vitória política obtida com a exaustiva ação dos agricultores argentinos peitando e vencendo a decisão irracional da presidenta Argentina ao aumentar-lhes as “ retenciones “ (impostos), certamente aumentará a produção, pq o cambio é muito favorável. Aquela atitude tinha feito o preço do bushel chegar a US$ 16,oo dólares nos primeiros dias de março, quando todos teríamos que ter vendido,não só a soja deste ano, mas tb a do ano que vem e a dos vizinhos. Era um preço inimaginável para mim.
Quem segurou até agora, (acho que poucos) alguns dias mais não farão a diferença. Na minha opinião a fraca intensidade do fenômeno La Nina ocorrida no final do plantio americano, atrasando o término e os replantios, devido as inundações no Mississipi, poderão resultar em colheita menor que a esperada, cujos números serão divulgados só no último minuto, da última hora, do último dia do encerramento da colheita, em outubro. Caso isso se confirme haverá uma pequena melhora nos preços atuais.
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