No Brasil todos criticam a mídia, contraditoriamente, todos são pautados por ela. Desde a década de 1970 faço um excelente trabalho técnico, isento de masturbação mental ideológica, de análise macroeconômica comparativa por governos, conforme resumo abaixo colocado. Não tenho nenhuma dúvida de que um trabalho semelhante em países normais seria reconhecido, pelo menos nos meios acadêmicos, entretanto no acampamento de refugiados chamado Brasil, o mesmo recebe o desprezo amplo, geral e irrestrito, com raras e poucas exceções.
O desprezo se deve a isenção ideológica do referido trabalho, não servindo para ser utilizado por nenhum dos segmentos ideológicos existentes. Haja vista ser comum receber, criticas e elogios, da mesma pessoa para assuntos diferentes, dependendo da sua conveniência.
No Brasil todas as ideologias existentes são aliadas históricas na manutenção de seus imorais privilégios públicos.
Em vista do acima exposto, tenho plena convicção que a minha abordagem mostrando a injustiça existente entre trabalhadores de primeira classe (públicos) e de segunda classe (privados) é o que mais prejudica o meu trabalho, haja vista que já houve diversos convites para minhas palestras, desde que eu não mencionasse esse tópico, por ser muito melindroso. Óbvio e ululante que não aceitei os convites.
Na tragédia brasileira não existem inocentes. Somos todos cúmplices por omissão, covardia ou conivência.
Em vista do acima exposto, vamos parar de apontar culpados pela nossa tragédia coletiva.
Governo Lula – Dezembro de 2007
De janeiro de 2003 até dezembro de 2007, o governo Lula obteve uma receita total de 27,00% do PIB (correntes e de capitais), tendo aplicado 30,96% do PIB (correntes e de capitais) como segue: 13,18% (Fazenda); 8,88% (Previdência Social - União e INSS); 1,80% (Saúde); 1,55% (Defesa); 1,27% (Educação); e 4,28% com as demais atividades da União, gerando déficit fiscal nominal de 3,96% do PIB.
De janeiro de 2003 até dezembro de 2007, apenas com Fazenda (R$ 1.405,3 bilhões, sendo R$ 561,4 bilhões relativos às Transferências Constitucionais e Voluntárias para Estados e Municípios); Previdência INSS (R$ 714,7 bilhões - com 21,9 milhões de beneficiários) e Custo Total com Pessoal da União - Civis e Militares - Ativos, Inativos e Pensionistas (R$ 504,4 bilhões - com 2.280.412 beneficiários) totalizando R$ 2.624,4 bilhões, comprometeram-se 91,16% das Receitas Totais (Correntes e de Capitais) no período, no valor de R$ 2.878,6 bilhões.
De janeiro de 2003 até dezembro de 2007 houve aumento das despesas totais (correntes e de capitais) de 1,25% do PIB em relação ao ano de 2002. Aumento real em relação ao PIB de 4,88%. Apesar do aumento global das despesas, devido ao aumento do número de Ministérios, houve redução de algumas despesas importantes, tais como: Saúde (–2,70%); Defesa (-13,41%); Educação (–3,79%).
De janeiro de 2003 até dezembro de 2007 houve redução das receitas totais (correntes e de capitais) de 2,52% do PIB em relação ao ano de 2002. Redução real em relação ao PIB de 8,54%.
De janeiro de 2003 até dezembro de 2007 a União gerou um déficit fiscal nominal de R$ 421,3 bilhões (3,96% do PIB).
A dotação orçamentária das despesas da União do exercício de 2007 foi de R$ 940,7 bilhões. Em 2007 foi empenhado o montante de R$ 849 bilhões e liquidado R$ 849,0 bilhões, ficando resto a pagar de R$ 48,3 bilhões para o ano de 2008, não considerando renegociação de dívidas de R$ 378,7 bilhões em 2007.
Em dezembro de 1994 o estoque da dívida externa líquida da União era de US$ 34,8 bilhões (6,41% do PIB) migrando para US$ 72,5 bilhões (14,33% do PIB) em dezembro de 2002. Crescimento real em relação ao PIB de 123,56% comparado com o ano de 1994. Em dezembro de 2007 migra para US$ 55,8 bilhões (4,27% do PIB). Redução real em relação ao PIB de 70,20% comparado com dezembro de 2002, e redução real em relação ao PIB de 33,38% comprado com dezembro de 1994.
Em dezembro de 1994 o estoque total da dívida externa líquida (pública e privada) era de US$ 107,4 bilhões (19,78% do PIB) migrando para US$ 195,7 bilhões (38,68% do PIB) em dezembro de 2002. Crescimento real de 95,55% em relação ao PIB comparado com o ano de 1994. Em dezembro de 2007 cai para US$ 63,6 bilhões (4,86% do PIB). Redução real em relação ao PIB de 87,43% comparado com dezembro de 2002, e redução real em relação ao PIB de 75,43% comparado com dezembro ano de 1994.
No conceito de liquidez internacional (inclui empréstimos ponte com FMI) as reservas em dezembro de 2002 eram de US$ 37,8 bilhões (com US$ 21,5 bilhões de dívida com o FMI), sendo as reservas ajustadas de US$ 16,3 bilhões. Em dezembro de 2007 estavam em US$ 180,3 bilhões (sem divida com o FMI), sendo as reservas ajustadas de US$ 180,3 bilhões.
A dívida total líquida da União (interna e externa) migrou de R$ 87,8 bilhões (25,13% do PIB) em dezembro de 94 para R$ 1.103,9 bilhões (74,70% do PIB) em dezembro de 2002. Crescimento real em relação ao PIB de 197,25% comparado com dezembro de 1994.
Em dezembro de 2007 migra para R$ 1.705,7 bilhões (66,95% do PIB). Redução real em relação ao PIB de 10,37% comparando com dezembro de 2002, e crescimento real em relação ao PIB de 166,41% comparado com dezembro de 1994.
Com base em dezembro de 2007, cabe destacar ter o Tesouro Nacional haveres de R$ 482,2 bilhões junto aos Estados e Municípios, sendo que os 5 estados ditos mais ricos da federação devem 73,90% da referida dívida, como segue: SP (41,34%) - MG (11,41%) - RJ (10,37%) - RS (7,64%) - PR (3,14%), além de R$ 201,9 bilhões em haveres junto às Autarquias, Fundos e Fundações.
Em dezembro de 2007, considerando também a dívida externa do setor privado de US$ 7,8 bilhões, ou R$ 15,0 bilhões (0,59% do PIB), a dívida líquida total: interna, externa, pública e privada é da ordem de R$ 1.720,7 bilhões (67,54% do PIB).
Com base em dezembro de 2007, do total da dívida da União existia um montante de R$ 360,6 bilhões (14,15% do PIB) sendo carregada pelo Banco Central do Brasil por falta de tomadores em mercado. A dívida era maior do que o mercado.
O custo médio de carregamento da dívida total da União, considerando inclusive títulos indexados ao câmbio, em 2007 foi de 1,0229% ao mês (12,99% ao ano), com ganho real para os investidores de 0,3992% ao mês (4,90% ao ano), depois de excluída a inflação média/mês do IGPM de 0,6237% (7,75% ao ano), em 2007. Excluindo os títulos indexados ao câmbio, o custo médio ficou em 13,33% ao ano (1,0482% ao mês).
Sendo o multiplicador de base médio em 2007 de 1,4325, ou seja: 69,81% dos recursos disponíveis foram esterilizados pelo Banco Central, através dos depósitos compulsórios e empréstimos vinculados, o juro mínimo de mercado médio em 2007 seria de 12,99% ao ano x 3,3123 = 43,03% ao ano (3,0273% ao mês), não considerando outros custos, tais como: impostos, taxas e lucros dos bancos.
Em dezembro de 2007 a dívida total, inclusive indexada ao câmbio, teve um PMP (Prazo Médio de Pagamento) de 36,47 meses. Considerando apenas a dívida em mercado teve um PMP de 33,09 meses.
Série história de nossa balança comercial com base na média/ano foi como segue: 85/89 (superávit de US$ 13,5 bilhões = 4,57% do PIB); 90/94 (superávit de US$ 12,1 bilhões = 2,70% do PIB); 95/02 (déficit de US$ 1,1 bilhão = -0,15% do PIB). De janeiro de 2003 até dezembro de 2007 (superávit de US$ 37,9 bilhões = 4,27% do PIB).
Série histórica de nossa necessidade de financiamento de balanço de pagamentos com base na média/ano foi como segue: 85/89 (US$ 13,4 bilhões = 4,56% do PIB); 90/94 (US$ 17,4 bilhões = 3,89% do PIB); 95/02 (US$ 50,9 bilhões = 7,33% do PIB). De janeiro de 2003 até dezembro de 2007 (US$ 25,6 bilhões = 2,88% do PIB).
Série histórica dos investimentos externos líquidos (diretos e indiretos) com base na média/ano foi como segue: 85/89 (negativo de US$ 6,3 bilhões = -2,14% do PIB); 90/94 (positivo de US$ 7,0 bilhões = 1,57% do PIB); 95/02 (positivo de US$ 24,3 bilhões = 3,50% do PIB). De janeiro de 2003 até dezembro de 2007 (positivo de US$ 19,0 bilhões = 2,13% do PIB).
O custo total de pessoal migrou de R$ 35,8 bilhões em 1994 para R$ 75,0 bilhões em 2002. Incremento nominal de 109,50% em relação ao ano de 1994. Em 2007 o custo total com pessoal migrou para R$ 126,9 bilhões. Incremento nominal de 69,20% em relação ao ano de 2002.
Em 2007 o rendimento médio/mês per capita com pessoal ativo - 1.216.619 servidores (789.848 civis e 426.771 militares) foi de R$ 4.896,84, enquanto a média/mês per capita nacional para os trabalhadores formais nas atividades privadas foi de R$ 1.163,90 (76,23% menor).
Em 2007 o rendimento médio/mês per capita com pessoal inativo e pensionista – 1.063.793 servidores (737.908 civis e 325.885 militares) foi de R$ 4.339,41, enquanto a média/mês per capita dos inativos e pensionistas das atividades privadas (INSS - 21,8 milhões de beneficiários) é de R$ 606,70 (86,02% menor).
Com base nos números conhecidos no mês de dezembro de 2007, comparando com dezembro de 2002, houve aumento do efetivo da ordem 316.535 servidores: Legislativo - 4.668; Judiciário -13.198; Executivo Militar - 169.574 recrutas; Executivo Civil - 118.761 e Ex-territórios e DF de 10.334.
Em 2007 o déficit do setor privado (INSS) foi de R$ 28,6 bilhões (1,12% do PIB) e déficit do setor público federal foi de R$ 48,3 bilhões (1,90% do PIB), totalizando no ano 2007 déficit de R$ 76,9 bilhões (3,02% do PIB).
Em 2007 a arrecadação do sistema de previdência geral (INSS) de R$ 150,4 bilhões (sendo R$ 9,7 bilhões via CPMF), em contribuições de patrões, empregados e autônomos ativos da iniciativa privada, contingente em torno de 39,1 milhões, pagando benefícios da ordem de R$ 179,0 bilhões para um contingente em torno de 21,9 milhões de aposentados e pensionistas, com salário médio mensal de R$ 606,70 gerando déficit de R$ 28,6 bilhões (1,12% do PIB).
Em 2007 a arrecadação do governo federal junto aos servidores foi de R$ 7,1 bilhões (Militares - R$ 1,3 bilhão; Parte Patronal da União dos funcionários civis Ativos e Inativos - R$ 0,2 bilhões e Parte dos Funcionários Civis Ativos e Inativos - R$ 5,6 bilhões) de um contingente de pessoal ativo da ordem de 1.216.619 servidores (789.848 civis e 426.771 militares), com salário médio/mês de R$ 4.896,84, pagando benefícios de R$ 55,4 bilhões para um contingente de 1.063.793 servidores aposentados e pensionistas (737.908 civis e 325.885 militares), com salário médio/mês de R$ 4.339,41, gerando déficit de R$ 48,3 bilhões (1,90% do PIB).
O PIB per capita apurado no ano de 1994 foi de US$ 3.472,00. Em 2002 fechou em US$ 2.859,00, ou seja: 17,65% menor do que o apurado em 1994. Com base nos números conhecidos até dezembro de 2007 podemos projetar um PIB per capita de US$ 7.024,00, ou seja: 145,68% maior do que o apurado no ano de 2002, e 102,30% maior do que o apurado em 1994.
O PIB apurado no ano de 1994 foi de US$ 543,1 bilhões. Em 2002 fechou em US$ 505,9 bilhões, ou seja: 6,85% menor do que o apurado no ano de 1994. Com base nos números conhecidos até dezembro de 2007 podemos projetar um PIB de US$ 1.307,9 bilhões, ou seja: 158,53% maior do que o apurado em 2002, e 149,82% maior do que o apurado em 1994.
Em 2002 foi apurada uma taxa média de desemprego aberto, medida pelo IBGE, de 11,7%. Em 2007 foi apurada uma taxa média de 9,3%, ou seja: 20,51% menor do que a média apurada em 2002.
Nota: Estudo completo está disponível no sítio abaixo mencionado
Minha empregada doméstica chega cedo, 07:30h. E já indignada:
" -- No ônibus, todo mundo falando que o Lula é o melhor presidente que nós tivemos. Que é um homem bom. Que não deixou subir o gás, o arroz e o feijão, e ainda dá dinheiro pros pobres...
Cida, mercê - creio - de meus alertas explicativos, é a única anti-petista em numerosa família e ainda em toda sua vizinhança. Ao que parece, são pessoas sem qualquer interesse quanto às condições políticas, e que, por isso, não buscam informações. Não lêem jornais, nem assistem os televisivos. Formam opiniões a partir da maior ou menor facilidade na aquisição de bens de consumo e daquilo que se propala boca a boca. São, óbvio, matéria prima ideal para a manipulação demagógica e populista.
Inácio da Silva e seus fâmulos comuno-petistas os conhecem bem.
Sabem que nunca ouviram falar no Foro de São Paulo e, se vierem a ouvir, não entenderão. Não têm qualquer noção do que sejam as FARC, que ademais, também não lhes interessa. No que lhes diz respeito, Colômbia e Uribe podem ser qualquer coisa além do sistema solar - o que quer que seja este trem.
Cida está tentando conseguir uma bolsa-família. Se vier a obtê-la votará em quem quer que lha garanta, pouco importando suas luzes políticas, pálidos bruxuleios superficiais em sua visão-de-mundo. Suas motivações começam pelo estômago e se diluem gradualmente pelas dificuldades de acesso a mais sofisticados bens de consumo: micro-ondas, tv de plasma, automóvel... gadgets do paraíso lumpem.
Estarei errado supondo que isto acontece em todo o território nacional? Que este primarismo se repete em larga faixa - com muitas dezenas de milhões - de nossa gente brasileira?
O nível educacional de nosso povo piora ano a ano, garantindo-se a permanência da alienação manipulável.
Mesmo entre a mais esclarecida classe média é tão rarefeita a consciência de nossas reais condições sócio-políticas, que a idéia de eminente risco de ditadura totalitária é afastada como absurda: a economia está até crescendo... políticos são todos iguais... mas que comunismo! isso acabou junto com o Muro...
Neste quadro encontramos uns quantos agravantes:
- as escolas espalham abundante infecção esquerdopata pelas novas gerações;
- a mídia, se não francamente chapa branca, é omissa e leniente;
- partindo de várias fontes, influxos perversos corrompem crescentemente os sadios valores morais dos brasileiros;
- a criminalidade cresce sem freios, toda pimpona em sua força;
- igrejas, com a católica à frente, rezam cada vez mais pelos preceitos marxistas;
- no horizonte político a única possibilidade de modificação é dada por um PSDB - o que equivale a substituir estrume por merda...
Diante destas condições torno às questões que venho repetindo há anos, sem ter uma única resposta que implique viabilidade:
como os democratas esperam mudar esta situação por via eleitoral?
onde, no país, forças vivas capacitadas a produzir mudança pelos caminhos normais da democracia?
Respostas pelo email acima.
Com urgência, por favor.
Expectante,
M.
Arquivos humanitários
DENIS LERRER ROSENFIELD
Os segredos do computador pessoal do narcoguerrilheiro Raúl Reyes oferecem uma amostra de como funcionam esses criminosos, travestidos de defensores da Humanidade. Os relatos estarrecedores dos seqüestrados mostram a que ponto chegou a desumanidade dos que dizem defender uma causa de redenção dos povos. No Brasil, essas pessoas tinham livre trânsito enquanto defensores do socialismo e chegaram a ser pessoalmente recebidas por dirigentes petistas. Não esqueçamos que eram assíduos freqüentadores do Fórum Social Mundial, sendo reconhecidos como "companheiros". Companheiros de que e de quem?
Os arquivos, talvez o maior troféu da investida do Exército colombiano, permitem ver mais claramente o modus operandi de como uma guerrilha se torna, por seu próprio processo interno de amadurecimento e apodrecimento, uma organização criminosa. O que se apresenta como um grupo preocupado com a justiça social se torna um bando voltado para a sua própria sobrevivência, graças ao tráfico de drogas e a uma indústria de seqüestros. Tudo isso sob o véu de uma ideologia de esquerda que é abertamente apoiada por Fidel Castro, Hugo Chávez, Daniel Ortega, Rafael Correa e, no Brasil, pelo PT e pelos movimentos sociais como o MST. Firma-se aqui uma espécie de pacto, o pacto pelo horror, pela violência bruta.
Um dos dados mais cruéis consiste no assassinato de 11 deputados colombianos em 2007, que tinham já 5 anos como prisioneiros. Na época foi amplamente noticiado que eles teriam sido mortos quando de uma investida dos militares colombianos, apoiados pelos paramilitares (de direita, evidentemente, pois, se assim não fosse, o teatro não seria verossímil). A versão apresentada - e assimilada - por boa parte da mídia destacava que os "revolucionários" (bonzinhos, humanitários) foram obrigados, para se defender, a matar esses parlamentares. Segundo outros mais "humanitários", eles teriam sido mortos na própria atividade desse suposto resgate. O politicamente correto estaria - ufa! - salvo!
O que mostram os arquivos do computador? Mostram que se trata disso: uma montagem! O "companheiro" Raúl Reyes revela que esses deputados foram friamente assassinados e que esse suposto resgate nada mais era do que uma versão para capturar a opinião pública. Assim, é dito explicitamente que os "fatos" da presença de "operações conjuntas do exército-paras" na região conflagrada e o "assalto ao acampamento" de uma "força desconhecida" foram forjados por eles. O próprio teatro de operações seria arrumado de maneira a permitir a "entrada de comissões humanitárias" com o intuito de confirmar a veracidade dessa versão.
Observe-se a preocupação com a formação da opinião pública, imprescindível para que essa organização política usufrua de apoio interno e internacional, sem o qual a sua "causa" ficaria desfalcada. Ora, para que esse apoio seja eficiente, torna-se necessário o comparecimento de comissões ditas "humanitárias", que sejam os baluartes da versão apresentada. Coloca-se aqui o problema de ONGs e pessoas que se prestam a esse tipo de trabalho sujo, algumas de antemão já ganhas a essas posições. Uma vez esse elo conquistado, a cadeia de reprodução da versão se propaga para os meios de comunicação em geral.
As relações são também estreitas com Cuba, Venezuela e Equador. Nada mais "natural", considerando que são "companheiros" que compartilham uma mesma ideologia, perseguindo o mesmo alvo: o estabelecimento da democracia totalitária na América Latina. Os companheiros brasileiros ficaram sem ter o que dizer ou, se disseram, foi sob o modo da tergiversação. O MST defende as mesmas posições e é um ferrenho defensor das Farc, do regime de Fidel Castro e de Hugo Chávez. Em suas ações procura seguir o exemplo da narcoguerrilha, criando "áreas liberadas", que são os assentamentos, onde não há a presença do Estado, senão sob a forma indireta do financiamento com recursos públicos. O PT guardou um recatado silêncio. Quando o rompeu foi para criticar a incursão colombiana em território do Equador. Nenhuma palavra foi dita sobre a ingerência desse país e da Venezuela nos assuntos internos colombianos. Sobre as Farc, o mutismo foi total. Fica difícil uma avaliação dos "companheiros" narcotraficantes?
DENIS LERRER ROSENFIELD é professor de filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
ARQUIVOS "HUMANÍTARIOS! (LEIAM E REPASSEM):
No Brasil todos criticam a mídia, contraditoriamente, todos são pautados por ela. Desde a década de 1970 faço um excelente trabalho técnico, isento de masturbação mental ideológica, de análise macroeconômica comparativa por governos, conforme resumo abaixo colocado. Não tenho nenhuma dúvida de que um trabalho semelhante em países normais seria reconhecido, pelo menos nos meios acadêmicos, entretanto no acampamento de refugiados chamado Brasil, o mesmo recebe o desprezo amplo, geral e irrestrito, com raras e poucas exceções.
O desprezo se deve a isenção ideológica do referido trabalho, não servindo para ser utilizado por nenhum dos segmentos ideológicos existentes. Haja vista ser comum receber, criticas e elogios, da mesma pessoa para assuntos diferentes, dependendo da sua conveniência.
No Brasil todas as ideologias existentes são aliadas históricas na manutenção de seus imorais privilégios públicos.
Em vista do acima exposto, tenho plena convicção que a minha abordagem mostrando a injustiça existente entre trabalhadores de primeira classe (públicos) e de segunda classe (privados) é o que mais prejudica o meu trabalho, haja vista que já houve diversos convites para minhas palestras, desde que eu não mencionasse esse tópico, por ser muito melindroso. Óbvio e ululante que não aceitei os convites.
Na tragédia brasileira não existem inocentes. Somos todos cúmplices por omissão, covardia ou conivência.
Em vista do acima exposto, vamos parar de apontar culpados pela nossa tragédia coletiva.
Governo Lula – Dezembro de 2007
De janeiro de 2003 até dezembro de 2007, o governo Lula obteve uma receita total de 27,00% do PIB (correntes e de capitais), tendo aplicado 30,96% do PIB (correntes e de capitais) como segue: 13,18% (Fazenda); 8,88% (Previdência Social - União e INSS); 1,80% (Saúde); 1,55% (Defesa); 1,27% (Educação); e 4,28% com as demais atividades da União, gerando déficit fiscal nominal de 3,96% do PIB.
De janeiro de 2003 até dezembro de 2007, apenas com Fazenda (R$ 1.405,3 bilhões, sendo R$ 561,4 bilhões relativos às Transferências Constitucionais e Voluntárias para Estados e Municípios); Previdência INSS (R$ 714,7 bilhões - com 21,9 milhões de beneficiários) e Custo Total com Pessoal da União - Civis e Militares - Ativos, Inativos e Pensionistas (R$ 504,4 bilhões - com 2.280.412 beneficiários) totalizando R$ 2.624,4 bilhões, comprometeram-se 91,16% das Receitas Totais (Correntes e de Capitais) no período, no valor de R$ 2.878,6 bilhões.
De janeiro de 2003 até dezembro de 2007 houve aumento das despesas totais (correntes e de capitais) de 1,25% do PIB em relação ao ano de 2002. Aumento real em relação ao PIB de 4,88%. Apesar do aumento global das despesas, devido ao aumento do número de Ministérios, houve redução de algumas despesas importantes, tais como: Saúde (–2,70%); Defesa (-13,41%); Educação (–3,79%).
De janeiro de 2003 até dezembro de 2007 houve redução das receitas totais (correntes e de capitais) de 2,52% do PIB em relação ao ano de 2002. Redução real em relação ao PIB de 8,54%.
De janeiro de 2003 até dezembro de 2007 a União gerou um déficit fiscal nominal de R$ 421,3 bilhões (3,96% do PIB).
A dotação orçamentária das despesas da União do exercício de 2007 foi de R$ 940,7 bilhões. Em 2007 foi empenhado o montante de R$ 849 bilhões e liquidado R$ 849,0 bilhões, ficando resto a pagar de R$ 48,3 bilhões para o ano de 2008, não considerando renegociação de dívidas de R$ 378,7 bilhões em 2007.
Em dezembro de 1994 o estoque da dívida externa líquida da União era de US$ 34,8 bilhões (6,41% do PIB) migrando para US$ 72,5 bilhões (14,33% do PIB) em dezembro de 2002. Crescimento real em relação ao PIB de 123,56% comparado com o ano de 1994. Em dezembro de 2007 migra para US$ 55,8 bilhões (4,27% do PIB). Redução real em relação ao PIB de 70,20% comparado com dezembro de 2002, e redução real em relação ao PIB de 33,38% comprado com dezembro de 1994.
Em dezembro de 1994 o estoque total da dívida externa líquida (pública e privada) era de US$ 107,4 bilhões (19,78% do PIB) migrando para US$ 195,7 bilhões (38,68% do PIB) em dezembro de 2002. Crescimento real de 95,55% em relação ao PIB comparado com o ano de 1994. Em dezembro de 2007 cai para US$ 63,6 bilhões (4,86% do PIB). Redução real em relação ao PIB de 87,43% comparado com dezembro de 2002, e redução real em relação ao PIB de 75,43% comparado com dezembro ano de 1994.
No conceito de liquidez internacional (inclui empréstimos ponte com FMI) as reservas em dezembro de 2002 eram de US$ 37,8 bilhões (com US$ 21,5 bilhões de dívida com o FMI), sendo as reservas ajustadas de US$ 16,3 bilhões. Em dezembro de 2007 estavam em US$ 180,3 bilhões (sem divida com o FMI), sendo as reservas ajustadas de US$ 180,3 bilhões.
A dívida total líquida da União (interna e externa) migrou de R$ 87,8 bilhões (25,13% do PIB) em dezembro de 94 para R$ 1.103,9 bilhões (74,70% do PIB) em dezembro de 2002. Crescimento real em relação ao PIB de 197,25% comparado com dezembro de 1994.
Em dezembro de 2007 migra para R$ 1.705,7 bilhões (66,95% do PIB). Redução real em relação ao PIB de 10,37% comparando com dezembro de 2002, e crescimento real em relação ao PIB de 166,41% comparado com dezembro de 1994.
Com base em dezembro de 2007, cabe destacar ter o Tesouro Nacional haveres de R$ 482,2 bilhões junto aos Estados e Municípios, sendo que os 5 estados ditos mais ricos da federação devem 73,90% da referida dívida, como segue: SP (41,34%) - MG (11,41%) - RJ (10,37%) - RS (7,64%) - PR (3,14%), além de R$ 201,9 bilhões em haveres junto às Autarquias, Fundos e Fundações.
Em dezembro de 2007, considerando também a dívida externa do setor privado de US$ 7,8 bilhões, ou R$ 15,0 bilhões (0,59% do PIB), a dívida líquida total: interna, externa, pública e privada é da ordem de R$ 1.720,7 bilhões (67,54% do PIB).
Com base em dezembro de 2007, do total da dívida da União existia um montante de R$ 360,6 bilhões (14,15% do PIB) sendo carregada pelo Banco Central do Brasil por falta de tomadores em mercado. A dívida era maior do que o mercado.
O custo médio de carregamento da dívida total da União, considerando inclusive títulos indexados ao câmbio, em 2007 foi de 1,0229% ao mês (12,99% ao ano), com ganho real para os investidores de 0,3992% ao mês (4,90% ao ano), depois de excluída a inflação média/mês do IGPM de 0,6237% (7,75% ao ano), em 2007. Excluindo os títulos indexados ao câmbio, o custo médio ficou em 13,33% ao ano (1,0482% ao mês).
Sendo o multiplicador de base médio em 2007 de 1,4325, ou seja: 69,81% dos recursos disponíveis foram esterilizados pelo Banco Central, através dos depósitos compulsórios e empréstimos vinculados, o juro mínimo de mercado médio em 2007 seria de 12,99% ao ano x 3,3123 = 43,03% ao ano (3,0273% ao mês), não considerando outros custos, tais como: impostos, taxas e lucros dos bancos.
Em dezembro de 2007 a dívida total, inclusive indexada ao câmbio, teve um PMP (Prazo Médio de Pagamento) de 36,47 meses. Considerando apenas a dívida em mercado teve um PMP de 33,09 meses.
Série história de nossa balança comercial com base na média/ano foi como segue: 85/89 (superávit de US$ 13,5 bilhões = 4,57% do PIB); 90/94 (superávit de US$ 12,1 bilhões = 2,70% do PIB); 95/02 (déficit de US$ 1,1 bilhão = -0,15% do PIB). De janeiro de 2003 até dezembro de 2007 (superávit de US$ 37,9 bilhões = 4,27% do PIB).
Série histórica de nossa necessidade de financiamento de balanço de pagamentos com base na média/ano foi como segue: 85/89 (US$ 13,4 bilhões = 4,56% do PIB); 90/94 (US$ 17,4 bilhões = 3,89% do PIB); 95/02 (US$ 50,9 bilhões = 7,33% do PIB). De janeiro de 2003 até dezembro de 2007 (US$ 25,6 bilhões = 2,88% do PIB).
Série histórica dos investimentos externos líquidos (diretos e indiretos) com base na média/ano foi como segue: 85/89 (negativo de US$ 6,3 bilhões = -2,14% do PIB); 90/94 (positivo de US$ 7,0 bilhões = 1,57% do PIB); 95/02 (positivo de US$ 24,3 bilhões = 3,50% do PIB). De janeiro de 2003 até dezembro de 2007 (positivo de US$ 19,0 bilhões = 2,13% do PIB).
O custo total de pessoal migrou de R$ 35,8 bilhões em 1994 para R$ 75,0 bilhões em 2002. Incremento nominal de 109,50% em relação ao ano de 1994. Em 2007 o custo total com pessoal migrou para R$ 126,9 bilhões. Incremento nominal de 69,20% em relação ao ano de 2002.
Em 2007 o rendimento médio/mês per capita com pessoal ativo - 1.216.619 servidores (789.848 civis e 426.771 militares) foi de R$ 4.896,84, enquanto a média/mês per capita nacional para os trabalhadores formais nas atividades privadas foi de R$ 1.163,90 (76,23% menor).
Em 2007 o rendimento médio/mês per capita com pessoal inativo e pensionista – 1.063.793 servidores (737.908 civis e 325.885 militares) foi de R$ 4.339,41, enquanto a média/mês per capita dos inativos e pensionistas das atividades privadas (INSS - 21,8 milhões de beneficiários) é de R$ 606,70 (86,02% menor).
Com base nos números conhecidos no mês de dezembro de 2007, comparando com dezembro de 2002, houve aumento do efetivo da ordem 316.535 servidores: Legislativo - 4.668; Judiciário -13.198; Executivo Militar - 169.574 recrutas; Executivo Civil - 118.761 e Ex-territórios e DF de 10.334.
Em 2007 o déficit do setor privado (INSS) foi de R$ 28,6 bilhões (1,12% do PIB) e déficit do setor público federal foi de R$ 48,3 bilhões (1,90% do PIB), totalizando no ano 2007 déficit de R$ 76,9 bilhões (3,02% do PIB).
Em 2007 a arrecadação do sistema de previdência geral (INSS) de R$ 150,4 bilhões (sendo R$ 9,7 bilhões via CPMF), em contribuições de patrões, empregados e autônomos ativos da iniciativa privada, contingente em torno de 39,1 milhões, pagando benefícios da ordem de R$ 179,0 bilhões para um contingente em torno de 21,9 milhões de aposentados e pensionistas, com salário médio mensal de R$ 606,70 gerando déficit de R$ 28,6 bilhões (1,12% do PIB).
Em 2007 a arrecadação do governo federal junto aos servidores foi de R$ 7,1 bilhões (Militares - R$ 1,3 bilhão; Parte Patronal da União dos funcionários civis Ativos e Inativos - R$ 0,2 bilhões e Parte dos Funcionários Civis Ativos e Inativos - R$ 5,6 bilhões) de um contingente de pessoal ativo da ordem de 1.216.619 servidores (789.848 civis e 426.771 militares), com salário médio/mês de R$ 4.896,84, pagando benefícios de R$ 55,4 bilhões para um contingente de 1.063.793 servidores aposentados e pensionistas (737.908 civis e 325.885 militares), com salário médio/mês de R$ 4.339,41, gerando déficit de R$ 48,3 bilhões (1,90% do PIB).
O PIB per capita apurado no ano de 1994 foi de US$ 3.472,00. Em 2002 fechou em US$ 2.859,00, ou seja: 17,65% menor do que o apurado em 1994. Com base nos números conhecidos até dezembro de 2007 podemos projetar um PIB per capita de US$ 7.024,00, ou seja: 145,68% maior do que o apurado no ano de 2002, e 102,30% maior do que o apurado em 1994.
O PIB apurado no ano de 1994 foi de US$ 543,1 bilhões. Em 2002 fechou em US$ 505,9 bilhões, ou seja: 6,85% menor do que o apurado no ano de 1994. Com base nos números conhecidos até dezembro de 2007 podemos projetar um PIB de US$ 1.307,9 bilhões, ou seja: 158,53% maior do que o apurado em 2002, e 149,82% maior do que o apurado em 1994.
Em 2002 foi apurada uma taxa média de desemprego aberto, medida pelo IBGE, de 11,7%. Em 2007 foi apurada uma taxa média de 9,3%, ou seja: 20,51% menor do que a média apurada em 2002.
Nota: Estudo completo está disponível no sítio abaixo mencionado
O autor é Professor de Economia.
[email protected]
[email protected]
http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini
Minha empregada doméstica chega cedo, 07:30h. E já indignada:
" -- No ônibus, todo mundo falando que o Lula é o melhor presidente que nós tivemos. Que é um homem bom. Que não deixou subir o gás, o arroz e o feijão, e ainda dá dinheiro pros pobres...
Cida, mercê - creio - de meus alertas explicativos, é a única anti-petista em numerosa família e ainda em toda sua vizinhança. Ao que parece, são pessoas sem qualquer interesse quanto às condições políticas, e que, por isso, não buscam informações. Não lêem jornais, nem assistem os televisivos. Formam opiniões a partir da maior ou menor facilidade na aquisição de bens de consumo e daquilo que se propala boca a boca. São, óbvio, matéria prima ideal para a manipulação demagógica e populista.
Inácio da Silva e seus fâmulos comuno-petistas os conhecem bem.
Sabem que nunca ouviram falar no Foro de São Paulo e, se vierem a ouvir, não entenderão. Não têm qualquer noção do que sejam as FARC, que ademais, também não lhes interessa. No que lhes diz respeito, Colômbia e Uribe podem ser qualquer coisa além do sistema solar - o que quer que seja este trem.
Cida está tentando conseguir uma bolsa-família. Se vier a obtê-la votará em quem quer que lha garanta, pouco importando suas luzes políticas, pálidos bruxuleios superficiais em sua visão-de-mundo. Suas motivações começam pelo estômago e se diluem gradualmente pelas dificuldades de acesso a mais sofisticados bens de consumo: micro-ondas, tv de plasma, automóvel... gadgets do paraíso lumpem.
Estarei errado supondo que isto acontece em todo o território nacional? Que este primarismo se repete em larga faixa - com muitas dezenas de milhões - de nossa gente brasileira?
O nível educacional de nosso povo piora ano a ano, garantindo-se a permanência da alienação manipulável.
Mesmo entre a mais esclarecida classe média é tão rarefeita a consciência de nossas reais condições sócio-políticas, que a idéia de eminente risco de ditadura totalitária é afastada como absurda: a economia está até crescendo... políticos são todos iguais... mas que comunismo! isso acabou junto com o Muro...
Neste quadro encontramos uns quantos agravantes:
- as escolas espalham abundante infecção esquerdopata pelas novas gerações;
- a mídia, se não francamente chapa branca, é omissa e leniente;
- partindo de várias fontes, influxos perversos corrompem crescentemente os sadios valores morais dos brasileiros;
- a criminalidade cresce sem freios, toda pimpona em sua força;
- igrejas, com a católica à frente, rezam cada vez mais pelos preceitos marxistas;
- no horizonte político a única possibilidade de modificação é dada por um PSDB - o que equivale a substituir estrume por merda...
Diante destas condições torno às questões que venho repetindo há anos, sem ter uma única resposta que implique viabilidade:
como os democratas esperam mudar esta situação por via eleitoral?
onde, no país, forças vivas capacitadas a produzir mudança pelos caminhos normais da democracia?
Respostas pelo email acima.
Com urgência, por favor.
Expectante,
M.
Arquivos humanitários
DENIS LERRER ROSENFIELD
Os segredos do computador pessoal do narcoguerrilheiro Raúl Reyes oferecem uma amostra de como funcionam esses criminosos, travestidos de defensores da Humanidade. Os relatos estarrecedores dos seqüestrados mostram a que ponto chegou a desumanidade dos que dizem defender uma causa de redenção dos povos. No Brasil, essas pessoas tinham livre trânsito enquanto defensores do socialismo e chegaram a ser pessoalmente recebidas por dirigentes petistas. Não esqueçamos que eram assíduos freqüentadores do Fórum Social Mundial, sendo reconhecidos como "companheiros". Companheiros de que e de quem?
Os arquivos, talvez o maior troféu da investida do Exército colombiano, permitem ver mais claramente o modus operandi de como uma guerrilha se torna, por seu próprio processo interno de amadurecimento e apodrecimento, uma organização criminosa. O que se apresenta como um grupo preocupado com a justiça social se torna um bando voltado para a sua própria sobrevivência, graças ao tráfico de drogas e a uma indústria de seqüestros. Tudo isso sob o véu de uma ideologia de esquerda que é abertamente apoiada por Fidel Castro, Hugo Chávez, Daniel Ortega, Rafael Correa e, no Brasil, pelo PT e pelos movimentos sociais como o MST. Firma-se aqui uma espécie de pacto, o pacto pelo horror, pela violência bruta.
Um dos dados mais cruéis consiste no assassinato de 11 deputados colombianos em 2007, que tinham já 5 anos como prisioneiros. Na época foi amplamente noticiado que eles teriam sido mortos quando de uma investida dos militares colombianos, apoiados pelos paramilitares (de direita, evidentemente, pois, se assim não fosse, o teatro não seria verossímil). A versão apresentada - e assimilada - por boa parte da mídia destacava que os "revolucionários" (bonzinhos, humanitários) foram obrigados, para se defender, a matar esses parlamentares. Segundo outros mais "humanitários", eles teriam sido mortos na própria atividade desse suposto resgate. O politicamente correto estaria - ufa! - salvo!
O que mostram os arquivos do computador? Mostram que se trata disso: uma montagem! O "companheiro" Raúl Reyes revela que esses deputados foram friamente assassinados e que esse suposto resgate nada mais era do que uma versão para capturar a opinião pública. Assim, é dito explicitamente que os "fatos" da presença de "operações conjuntas do exército-paras" na região conflagrada e o "assalto ao acampamento" de uma "força desconhecida" foram forjados por eles. O próprio teatro de operações seria arrumado de maneira a permitir a "entrada de comissões humanitárias" com o intuito de confirmar a veracidade dessa versão.
Observe-se a preocupação com a formação da opinião pública, imprescindível para que essa organização política usufrua de apoio interno e internacional, sem o qual a sua "causa" ficaria desfalcada. Ora, para que esse apoio seja eficiente, torna-se necessário o comparecimento de comissões ditas "humanitárias", que sejam os baluartes da versão apresentada. Coloca-se aqui o problema de ONGs e pessoas que se prestam a esse tipo de trabalho sujo, algumas de antemão já ganhas a essas posições. Uma vez esse elo conquistado, a cadeia de reprodução da versão se propaga para os meios de comunicação em geral.
As relações são também estreitas com Cuba, Venezuela e Equador. Nada mais "natural", considerando que são "companheiros" que compartilham uma mesma ideologia, perseguindo o mesmo alvo: o estabelecimento da democracia totalitária na América Latina. Os companheiros brasileiros ficaram sem ter o que dizer ou, se disseram, foi sob o modo da tergiversação. O MST defende as mesmas posições e é um ferrenho defensor das Farc, do regime de Fidel Castro e de Hugo Chávez. Em suas ações procura seguir o exemplo da narcoguerrilha, criando "áreas liberadas", que são os assentamentos, onde não há a presença do Estado, senão sob a forma indireta do financiamento com recursos públicos. O PT guardou um recatado silêncio. Quando o rompeu foi para criticar a incursão colombiana em território do Equador. Nenhuma palavra foi dita sobre a ingerência desse país e da Venezuela nos assuntos internos colombianos. Sobre as Farc, o mutismo foi total. Fica difícil uma avaliação dos "companheiros" narcotraficantes?
DENIS LERRER ROSENFIELD é professor de filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.