Fala Produtor

  • Jose Eduardo Reis Leao Teixeira Varginha - MG 31/07/2009 00:00

    É HORA DE AÇÕES E MUDANÇAS - AO PARLAMENTAR SILAS BRASILEIRO,

    Sobre o artigo, de autoria do parlamentar, divulgado dia 31/07/2009, intitulado "É Hora de Reflexão e União" -

    O momento já não é mais para reflexão e sim solução. O tempo das reflexões se esgotou há muito e nada fora obtido de forma positiva e duradoura quanto à condução justa e precisa das necessidades dos cafeicultores, bem como o desenvolvimento econômico da atividade, em antagonismo ao aumento produtivo.

    A união é fundamental, mas apenas se fará presente na condição de liderança comprometida por um ideal, e nesta condição com justiça, equilíbrio e eficiência.

    A ausência de soluções que se faz perpetuada; precisa ser combatida e se mostrar presente através de soluções precisas, justas e equitativas.

    No sul de Minas, como também em São Paulo, com maior intensidade, aqueles o qual me incluo, e que possuem fortes laços familiares em suas origens rurais desde a colonização do Brasil, possuem na atividade cafeeira não apenas a sustentação de suas famílias, mas um elo muito forte e tradicionalista em conceitos, princípios, ética, moralidade e justiça. Por estes conceitos, que nos foram legados, somos potencialmente unidos.

    Apesar de silenciosos e cautelosos na maior parte do tempo, sabemos nos impor e fazer presentes quando se faz necessário; sendo este um dos momentos.

    Muito antes do parlamentar nascer, meu bisavô, em 1914, fora Deputado Federal. Muito antes de V.Exa. conhecer um pé de café meu tataravô adquiria a primeira máquina de beneficiamento na região, portanto, cafeicultor há muito mais tempo.

    Muito antes destes, outro ancestral familiar fora senador do império, primeiro ministro e cafeicultor. Portanto, tradições, princípios, laços morais formadores de personalidade, caráter e relação direta com a cafeicultura possuo em abundância e conhecimentos, neste caso, na condição de cafeicultor.

    Assim, não se assuste quando eu, como consultor, manifesto através de criticas atitudes que não considero éticas e morais, pois este tipo de manifestação é o que nosso país requer ostensivamente, no sentido de provocar reações de indignação frente a constantes ações ilegais, inadequadas ou outras denominações e que não seria apenas de direito, mas sim de obrigação. Isto é civismo e patriotismo, fato que todos deveriam exercer e praticar, e que certamente fariam não apenas da atividade cafeeira, mas da própria nação algo com maior desenvoltura, justiça e equilíbrio.

    A crítica é necessária e fundamental, desde que sob os preceitos de respeito, moral e fundamentada em fatos e razões, e quando não verdadeira ou ofensiva existem mecanismos de proteções a quem se sente prejudicado.

    O instituto da dúvida, neste caso, fora provocado por ações oriundas pelo próprio parlamentar ao recebimento de doações ilegais, conforme apuração da justiça eleitoral e não por suposições ou imaginações quaisquer. Foram provocadas por fatos investigados, denunciados e confessos, portanto, embasadas sobre a realidade e jamais ultrapassando o limite da verdade, mas descortinando o limite da desconfiança.

    Fazer política agrícola olhando para todos os elos do agronegócio, como afirma, é importante e necessário, mas não que isto signifique em receber doações ou benesses de todos e quaisquer doadores, pois existem interesses contraditórios e contrários, que os limitam ou os desconsideram por princípios, moral e ética.

    O parlamentar, conforme afirma, não observa antagonismo em que todos os elos participem, porém, isto em sua opinião, que certamente pode conter imprecisões de conceitos, principalmente neste caso, onde certamente existem antagonismos.

    A própria tentativa de condução de políticas cafeeiras através do CDPC é potencialmente antagônica, sendo potencial causa da ausência absoluta por soluções consistentes à atividade produtiva cafeeira.

    A justiça eleitoral aprovou suas doações, conforme afirma, bem como recebeu doações de produtores e suas organizações de forma muito transparente. Mas, neste caso, é passível de dúvida se a mesma transparência que afirma se procede do lado doador.

    A justiça eleitoral, como não poderia ser diferente, irá analisar apenas os aspectos legais diretamente relacionados à sua legislação, aplicando as penalidades previstas em lei e nada mais, mas fora esta quem denunciou os doadores, apontando os beneficiários, entre estes V.Exa.

    Neste caso, tendo sido apontado pela justiça eleitoral, V.Exa. é quem deve justificativas e não apenas explicações a seus eleitores, bem como aos protagonistas da atividade a quem afirma defender. Se existem denúncias ou apontamentos em todo este episódio, foram feitos pela justiça eleitoral e por ninguém mais. Quanto a relacionar a imagem dos envolvidos com segmentos antagônicos ou não pelo qual defendem isto coube às investigações pelos jornalistas responsáveis pela divulgação da noticia, conforme textualmente se apresenta em transcrição logo abaixo. Quanto a suspeição de ações, como abaixo apontado é reflexo natural devido a seriedade dos acontecimentos, ou seja, fatos.

    Neste caso, possuindo transparência como V.Exa. afirma, então porque a Justiça Eleitoral de SP investiga o CNC por doações ilegais, sendo V.Exa. um dos beneficiários? Então porque o presidente do CNC em reportagem ao jornal Folha de São Paulo do dia 26/07/2009 afirma:

    “Mesmo com um "faturamento zero", segundo seu presidente, Gilson Ximenes, o CNC (Conselho Nacional do Café) doou R$ 286 mil a cinco deputados federais e um senador em 2006. O repasse foi possível graças a uma triangulação: o CNC recebeu de cooperativas de cafeicultores e passou o dinheiro para os candidatos. Dois deles ocuparam cargos na diretoria do CNC nos últimos anos.

    São recursos marcados", explicou Ximenes, em entrevista à Folha (leia texto à parte). Ele não era o presidente do CNC na época das doações.

    Na campanha de 2006, o CNC doou R$ 93 mil para o deputado Silas Brasileiro (PMDB-MG), R$ 80 mil para Geraldo Thadeu (PPS-MG), R$ 43 mil para Carlos Melles (DEM-MG), ex-ministro dos Esportes, R$ 30 mil para Nogueira (PSDB-SP), R$ 30 mil para Odair Cunha (PT-MG) e R$ 10 mil para o senador Renato Casagrande (PSB-ES).

    Atendendo um pedido do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a Procuradoria Regional da República e a Receita Federal analisaram dados financeiros do CNC -junto com outros 2.500 doadores em São Paulo- e concluíram que ele não obedeceu ao teto imposto pelo Código Eleitoral, de 2% do faturamento bruto do ano anterior à eleição, 2005.

    O procurador regional eleitoral de São Paulo, Luiz Gonçalves, representou contra o CNC no TRE (Tribunal Regional Eleitoral)”.

    “As representações, elaboradas pelo procurador regional eleitoral Luiz Carlos Gonçalves, pedem que os acusados sejam condenados ao pagamento de multa dez vezes maior que as quantias que extrapolaram o limite e sejam proibidos de contratar com o poder público pelo prazo de cinco anos, afirmou, por e-mail, o presidente do TSE, Carlos Ayres de Britto. (Jornal Folha de São Paulo -13-07/2009)”

    Neste caso, se formuladas as denúncias então o CNC teria de pagar uma multa de R$ 2,86 milhões à justica Eleitoral. Assim, do bolso de quem sairá esta quantia, será dos cafeicultores? O CNC e cooperativas, se confirmado, teriam de pagar, mas de onde e de que forma viriam estes recursos? Os cafeicultores aprovariam isto em assembléia e esta por sua vez, teria amparo pela legislação cooperativista, além dos estatutos? Quem seriam os reponsabilizados? Neste caso, quais seriam as justificativas perante os cafeicultores? Se procedente, e possuindo conhecimento da impossibilidade referida, V.Exa. se justificaria apresentando apenas sua folha curricular, conforme o fez em seu artigo? Este procedimento, em sua visão, seria suficiente, para se justificar perante os produtores?

    Após isto, surgem algumas questões, as quais em meus direitos e deveres como cidadão e possuindo interesses diretos, precisos e pontuais no que diz respeito à atividade produtiva cafeeira as formulo abertamente, pois abertamente as noticias foram divulgadas pela imprensa. As denuncias e investigações foram feitas pela Justiça Eleitoral e sob estes aspectos serão por esta resolvidos, mas existem outros aspectos, aqueles que dizem respeito aos produtores, bem como aos demais interessados direta e indiretamente e que precisam ser também resolvidos.

    Assim, surgem naturalmente as questões:

    1- O CNC como doador e sua posição quanto aos benefícios de doações pela ABIC.

    O CNC reparte o comando da entidade com os parlamentares citados em caráter pessoal? A denominação “pessoal” aqui mencionada tem por justificativa o fato de que as doações financeiras por eles recebidas o foram também sob este aspecto.

    a) Em caso negativo, então como se justifica os mais expressivos destes, incluindo o parlamentar em questão, fazerem ou terem feito parte da diretoria do CNC? Neste caso, qual a posição do CNC e cooperativas a respeito do recebimento de recursos ilegais doados pela ABIC aos deputados referidos? A denominação ilegal citada acima se justifica através de denúncia do próprio TSE.

    b) Em caso afirmativo, pelo qual os referidos deputados contribuem na condução da atividade, com projetos ou ações, como poderia ser justificado o recebimento de doações pela ABIC? Estes recebimentos poderiam sugerir comprometimentos dos referidos para com esta entidade? Em caso negativo, poder-se-ia considerar como verdadeiro que tal entidade o teria feito sem interesses próprios ou até contrários à mesma? Poder-se-ia considerar como atitude ética dos referidos deputados para com os produtores o recebimento de doações feitas pela ABIC? Em caso negativo, então qual deveria ser a denominação para estas atitudes? Estas doações da ABIC poderiam ser consideradas como tentativa de influência ou ingerenciamento da mesma sobre a cafeicultura?

    A ABIC possuindo direito a um assento junto ao CDPC, portanto, caracterizando até mesmo o ingerenciamento através do poder de voto nas decisões que afetam a condução de políticas cafeeiras, ainda assim procuraria exercer influências em votos do CNC? Em caso negativo, então qual seria a justificativa pelas doações aos referidos parlamentares? Neste caso, quais seriam as justificativas destes parlamentares, perante a classe produtora que dizem defender, com aceitação das doações? Não havendo justificativas, mas sim apenas explicações, este ato poderia ser por eles considerado imoral ou antiético? Não o sendo, então qual seria a denominação sugerida pelos mesmos?

    c) A triangulação mencionada sob os aspectos legais é considerada atitude legal? Em caso negativo seria além de ilegal, também imoral? Neste caso, pode-se deduzir pelo uso de caixa dois pelo CNC, bem como das cooperativas, ou houve assembléias para aprovar estes recursos e seus destinos? Tendo havido assembléias, estas obedecem rigorosamente aos preceitos da legislação cooperativista, bem como aos respectivos estatutos?

    Conforme noticiado pelo jornal Folha de São Paulo, em 13/07/2009, “Há situações em que até os candidatos poderão ser punidos, afirmou o procurador. "As doações com indícios de ilicitude mais grave podem repercutir para os candidatos. Se houver elementos de que um candidato conhecia a impossibilidade de o doador contribuir, até os eleitos podem ser responsabilizados por captação ou gastos ilícitos de recursos".

    Neste caso, surge a questão: haveria impossibilidade do CNC, na condição de doador a este tipo de contribuição? Em caso afirmativo, teria V. Exa. conhecimento pleno desta impossibilidade, considerando o fato de que fora diretor executivo desta mesma entidade?

    2- A Agenda estratégica do Café

    O desenvolvimento, bem como os valores alocados às ações previstas para a execução da Agenda Estratégica para o Café, sob a gestão do Deputado Silas Brasileiro frente a secretaria executiva do MAPA após as referidas denúncias poderiam se considerar comprometidos?

    a) Em caso negativo, os valores pontuados para alocação de recursos poderiam ser considerados como valores de mercado? Em caso negativo ou afirmativo, quais os elementos tomados por consideração no estabelecimento dos mesmos? Houve algum tipo de concorrência pública para os estabelecimentos destes, ou os considerariam como simples verbas a serem utilizadas sem critérios competitivos e limitadores de mercado? Como uma agenda poderia definir e estabelecer critérios de preços a serem pagos por prestações de serviços?

    b) Considerariam a execução de uma Agenda, sem que se tenha antecipadamente a elaboração de um planejamento estratégico como forma eficiente e precisa na obtenção de resultados? Em caso afirmativo, quais seriam os elementos garantidores desta posição? Em caso negativo, como alocar estes vultosos recursos – R$334,5 milhões - cientes da não ocorrência de resultados positivos? Os resultados positivos a que esta agenda pretende, são focados e considerados tecnicamente como fatores de eficiência ao segmento produtivo? Em caso afirmativo, quais seriam os pontos fortes, fracos, bem como as correções de rumo necessárias? Não havendo justificativas técnicas à criação ou indicação destes elementos, então como criar uma agenda de ações, não havendo sido tecnicamente apontadas como forma de soluções?

    c) O conceito de agenda se refere a compromissos a serem assumidos por alguém. Assim, como justificar compromissos estratégicos? Qual a intenção e definição em associar a palavra estratégica com agenda? Onde, neste caso estariam os planejamentos estratégicos, que convém lembrar não são citados no conteúdo desta Agenda Estratégica? Consideram haver razão ou lógica nesta agenda, sem as fundamentais avaliações de cenários e conseqüentes planejamentos estratégicos? Em caso afirmativo, quais são?

    3- A intenção por constantes leilões a qual o governo pretende, apoiado pelo deputado Silas Brasileiro, levaria a estoques reguladores.

    Criar estoques reguladores de mercado neste especial momento em que os preços se encontram aviltados seria justificado por quais motivos e razões? Dentre estas justificativas ou razões, se houverem, estariam os interesses econômicos dos exportadores e indústrias, pelos quais garantiriam a permanência dos mesmos aviltados preços da matéria prima, por um período maior de tempo? Neste caso, estaria confirmada e estabelecida a pressão sobre a economia da atividade produtiva? Em caso afirmativo, poderia ser considerado como agressão do governo contra um segmento social?

    Ao final de seu artigo o parlamentar afirma que muito o assusta um consultor e um economista criticando isto.

    Por enquanto, conforme V.Exa afirma apenas dois se manifestaram, mas possivelmente apenas por enquanto, pois a mudança necessária está apenas começando. Acredito que assustados estão os cafeicultores e não apenas assustados, mas desesperançados e isto precisará e irá mudar.

    Engº José Eduardo Reis Leão Teixeira

    Estrada Consultoria

    Varginha, MG, 31/07/2009

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  • Giovanni Rezende Colinas do Tocantins - TO 31/07/2009 00:00

    A jornalista Miriam Leitão diz que faz 1/4 de século que terminou o governo militar. O direito adquirido, o direito de propriedade e suas limitações, enfim, o planejamento de longo prazo dos que se propuseram a ocupar o território nacional, diga-se de passagem inóspito à época, inclusive em defesa da soberania, são insignificantes.

    Insignificante também é a falta de politica de reflorestamento na Europa e nos EUA, enquanto vários brasileiros são expropriados aleatoriamente, sob interferências externas e internas, como a da matéria em foco.

    Falta visão à reporter, ou boa fé?

    Comentário referente a notícia: [b]Ordem do futuro (Miriam Leitão)[/b]

    Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=52022

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  • Hilário Casonatto Lucas do Rio Verde - MT 31/07/2009 00:00

    MELHORAR A DISTRIBUIÇÃO INTERNA, QUE É UMA PORCARIA...VÁ COMPRAR NOS SUPERMECADOS??!! O PREÇO DA COSTELINHA CUSTA 9,00 REAIS -

    Comentário referente a notícia: [b]Produtores de suínos decidem abater 20% das matrizes na região Sul[/b]

    Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=52027

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  • Dep. Silas Brasileiro Três Pontas - MG 31/07/2009 00:00

    É hora de reflexão e união.

    Prezados companheiros cafeicultores,

    Nos últimos dias tenho sido alvo de severas críticas através de cartas abertas e e-mails que circulam pela internet. Vivemos em um regime democrático, e respeito o direito que todos têm de fazer críticas. Porém, a crítica é bem vinda até o momento em que ela não ultrapassa o limite da verdade, procurando denegrir a honra e a imagem das pessoas, lançando o instituto da dúvida.

    Tenho muitos anos de vida parlamentar, dedicada ao agronegócio. Os produtores sempre em primeiro lugar, mas nunca perdendo de vista que uma política agrícola que não olha para todos os elos da cadeia – trabalhador – produtor rural e suas associações – comércio e indústria – consumidor final, está fadada ao insucesso. Digo isso, porque uma das críticas feitas, que foram muitas e não vou me ater aqui a citar todas, foi de que recebi uma contribuição da Associação da Indústria de Café - ABIC para minha campanha eleitoral. É verdade, o fato ocorreu, e foi devidamente lançado em minha prestação de contas a Justiça Eleitoral, que foi aprovada e sobre a qual não pesa nenhuma ação, assim como outras tantas doações que recebi de produtores e suas organizações, de forma muito transparente. Não vejo nenhum antagonismo em fazer uma política em que todos os elos da cadeia participem. Muito me assusta ver um consultor e um economista criticando isso.

    Esta sempre foi a minha linha de trabalho que defendi e continuo defendendo na minha caminhada, com muita coerência. Foi por este motivo que fui um dos idealizadores da criação do Conselho Deliberativo da Política do Café – CDPC em 1996, quando participei como relator do projeto que o criou. Foi também com esta visão que, como secretário de Agricultura de Minas Gerais, criei o Primeiro Plano Diretor para a Agropecuária no Estado, o Centro de Inteligência do Café e os Centros de Excelência do Café. E foi com a visão de que o produtor rural é o lado mais vulnerável da cadeia, que apoiei a inclusão do café na Política Geral de Preços Mínimos – PGPM em 2002, que viabilizou com sucesso os programas de opções de 2002, 2003 e o recém lançado agora em 2009, além do programa do Pepro em 2007. A criação do consórcio de pesquisas da Embrapa, os programas de promoção do café brasileiro, o programa café e saúde, a abertura das cooperativas de crédito rural para os repasses de recursos do Funcafé, os programas de Securitização, Pesa, Pesinha, Recoop, Prodecoop, Alongamento do Funcafé, a criação da Bancada de Apoio ao Agronegócio Café – posteriormente alterada para Frente Parlamentar do Café, entre outras ações em prol do setor, contaram com nossa participação direta. Tivemos ainda outras iniciativas que não contaram com o apoio necessário para que fossem adiante, refiro-me especialmente a proposta que formulei em 2004 para conversão das dívidas dos cafeicultores em produto e, que na época não teve o suporte necessário das lideranças do setor.

    Infelizmente, muitas outras ações que tentamos empreender, não tiveram êxito, ou tiveram êxito parcial. Estar dentro do Governo, como estive recentemente como secretário-executivo do Ministério da Agricultura, é uma tarefa muito árdua. Primeiro, pelo peso da máquina do governo, pelas limitações orçamentárias, que geram muitas resistências nas propostas que tentamos levar adiante. Mas pior que isso, é a frustração que percebemos nos produtores, que ao ver um produtor em um importante cargo do poder executivo, não se conforma que o companheiro não consiga resolver os enormes problemas que afligem o setor. Entendemos a frustração, mais que isso, sabemos ao aceitar o cargo que é inevitável pelas razões já colocadas, que estas frustrações venham ocorrer. Mas por idealismo, por acreditar que podemos dar uma contribuição positiva, dar um passo a frente, aceitamos, mesmo sabendo dos enormes desgastes que isso podia gerar.

    A cafeicultura brasileira tem problemas crônicos, que se aprofundam e criam raízes, e que requer muito esforço e união do setor para que possam ser transpostos. Um exemplo disso, são os altos diferenciais com que vem sendo negociados nossos cafés, tema bastante debatido nos últimos tempos. Por que razão isso ocorre? É obvio que não é por razões de qualidade.

    A saída sem dúvida passa por políticas públicas, através de programas indutores de redução de diferenciais, como as opções públicas, Pepro e outros mecanismos disponíveis, mas também por ações privadas através de seu poder em se organizar. Outra alternativa que estamos defendendo junto ao Governo é uma medida autorizativa para que os agentes financeiros privados possam repactuar operações de crédito agrícola, provenientes dos recursos obrigatórios controlados e não controlados do crédito rural, contratados por cafeicultores e, ainda de conceder a todos os devedores do Funcafé, opções públicas de venda, nos parâmetros de preços do programa atual, de sorte que eles possam nos vencimentos de seus financiamentos exercer a opção e entregar os cafés nos preços das opções como forma de pagamento. Se conseguirmos convencer a área econômica, isto irá sinalizar uma retirada do mercado de mais de 9 milhões de sacas, o reflexo nos preços será imediato e virá pela redução dos diferenciais. E, no final, o mercado com o aumento dos preços, não deixará que o Governo receba estes cafés. Em breve o Ministério da Agricultura estará concluindo o relatório do grupo de trabalho, criado pelo Senhor Ministro Reinhold Stephanes, que por dever de justiça, sou testemunha do quanto ele tem se empenhado para atender a classe produtora e esperamos ter contribuído com propostas como estas aqui mencionadas.

    Concluindo, afirmo que existem várias linhas de ação dos que militam na cafeicultura. Tem aqueles que preferem bater e tem outros que buscam a linha do entendimento, eu me enquadro nos que acreditam mais no diálogo. É em nome deste diálogo que concito para a busca da solução de nossas dificuldades no equacionamento do endividamento e da renda.

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  • Telmo Heinen Formosa - GO 30/07/2009 00:00

    Esta ATA do COPOM é enorme. Tem muito "enchimento" nesta linguiça. Importante mesmo foi a venda de Titulos NTN-B para rolar dívidas, com vencimentos em 2035 e 2045... Coitados dos nossos netos! Cada brasileirinho que nasce hoje em dia, DEVE mais de R$ 9.000,00!!! Mas isto não é o pior. Ele leva em média mais de 25 anos até começar a produzir... só o juro desta dívida ficará enorme! Deus nos livre!

    Comentário referente a notícia: [b]Veja a íntegra da ata do Copom[/b]

    Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=51996

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  • janio snicer Irineópolis - SC 30/07/2009 00:00

    Acho que o governo deveria mudar o preço minimo do milho para R$ 19,50 para o produtor imediatamente, porque o custo da ultima safra foi muito alto... a safra teve queda por falta de chuva e conta está lá no banco para pagar.. e no preço atual não conseguiremos pagar a conta. -

    Comentário referente a notícia: [b]Conab aumentará preço mínimo do milho para enfrentar crise[/b]

    Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=37132

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  • Hilário Casonatto Lucas do Rio Verde - MT 30/07/2009 00:00

    Mesmo com os premios altos, no medio-norte do MT a conta não fecha..., chega no maximo R$ 12.50. E aí , o que fazer??? -

    Comentário referente a notícia: [b]Stephanes: há questões a serem discutidas nos leilões agrícolas[/b]

    Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=51990

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  • Climaco Cézar de Souza Taguatinga - DF 30/07/2009 00:00

    CRITICAS SEVERAS DO EMÉRITO FISICO PROF. ROGÉRIO CEZAR DE

    CERQUEIRA LEITE AOS AMBIENTALISTAS ECOIDIOTAS

    O etanol e o sorriso da minhoca brasileira (Tendências/Debates) (Artigo)

    (*) ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE

    Se não tivesse certeza de que os governos europeus têm as melhores intenções, suspeitaria que defendem interesses comerciais.

    NA ÚLTIMA Conferência Europeia de Biomassa, os vários representantes da União Europeia mostraram suas garras. Insistiram em alertar o público sobre a ameaça que os biocombustíveis (especificamente o etanol brasileiro) representam para a produção de alimentos. Interessantemente, a comunidade científica presente não se mostrava interessada nessa perspectiva, pois, entre centenas de palestras, nenhuma versava sobre o assunto.

    Traduzindo em miúdos, a preocupação dos próceres da UE é que a expansão da área plantada de cana-de-açúcar no Brasil invada culturas de alimentos. Como consequência, o alimento que deixasse de ser produzido aqui teria de sê-lo alhures (que Cony me perdoe, Folha, 23/7).

    Ora, essa preocupação não é certamente por causa dos mais de 1 bilhão de miseráveis que estão fora da Europa, já que a fome não é consequência da falta de alimentos, mas da falta de recursos financeiros e capital social.

    Também é fato o quase inteiro abandono em que se encontram países africanos e outros que só recebem ajuda de qualquer espécie em momentos de crise e cuja miséria é, em grande parte, fruto de séculos da exploração que sofreram dos ditos impérios europeus.

    A África poderia ser um formidável produtor e exportador de alimentos. E, sob esse aspecto, a redução da oferta de alimentos devido à produção de biocombustíveis no Brasil, se por acaso viesse a ocorrer, seria antes um benefício para a humanidade.

    Por outro lado, se o Brasil viesse a reduzir sua exportação de soja ou de carne bovina em benefício da produção de biocombustíveis, haveria um enorme ganho para o brasileiro, não só porque, com a adição de valor à matéria-prima vegetal, criar-se-iam empregos mais bem remunerados, mas também porque geraria riqueza comparável, se não superior, à esperada com essa exploração, a desoras, do pré-sal (dessa vez Cony me mata).

    Ou seja, a União Europeia prefere sacrificar o bem estar do brasileiro a reduzir o alimento para engorda de leitões que enchem suas rotundas panças no Natal (pois é para isso que serve a soja) ou a barata carne brasileira para encher as barrigas de seus cães poodles e gatos siameses.

    Se eu não tivesse a certeza de que os governos europeus e seus cientistas assalariados têm as melhores das intenções, eu desconfiaria de que defendem mesquinhos interesses comerciais, esquecendo-se inteiramente de que o etanol de cana-de-açúcar é o que até hoje existe de melhor para combater o aquecimento global.

    Simultaneamente, a campanha contra o etanol brasileiro vem usando um outro sofisma chamado mudança de uso do solo.

    Se é derrubada uma parcela da floresta amazônica para plantar cana-de-açúcar, o dióxido de carbono emitido, para ser compensado pelo etanol produzido para substituir o petróleo, precisaria de 500 anos.

    A derrubada de toda a floresta amazônica corresponde, quanto ao conteúdo de carbono, a aproximadamente todo o petróleo já queimado pela humanidade somado ao que ainda virá a ser usado das reservas conhecidas e a serem descobertas na Terra.

    Eis por que desmatar é crime contra a natureza e contra a humanidade e deve ser punido implacavelmente.

    Esse efeito, a emissão de CO2 e outros gases de efeito estufa (GEE), ocorre em qualquer que seja a mudança de uso do solo, inclusive para o cerrado. Mas esta denominação, cerrado, é extremamente imprecisa. Há cerrados com vegetação abundante e solos ricos em vida, e há cerrados que são pouco mais que um deserto.

    A União Europeia adotou arbitrariamente um parâmetro, 17 anos, para compensar, com a substituição da gasolina por etanol, os GEE emitidos durante a mudança de solo.

    Ora, até o presente, menos que 2% da expansão da cana se fez no cerrado, e isso corresponde a menos que 0,1% do restante do cerrado atual. A expansão futura se fará muito provavelmente em pastagens e plantações abandonadas, como já vem ocorrendo, onde haverá ganhos imediatos em carbono contido até mesmo no que diz respeito à fauna e à flora do solo.

    Quem já pôs a mão na enxada sabe que a minhoca esperneia não de aflição, mas de felicidade, por receber um solo mais permeável e rico em nutrientes, quando plantamos algo no solo desgastado pelo pasto ou no cerrado desnudo e seco.

    Deixemos de lado as críticas insólitas de ecoidiotas, cientistas assalariados e lobistas pagos pelas companhias de petróleo e pelos exportadores de alimentos e façamos sorrir a minhoca brasileira com suculentas plantações de cana-de-açúcar que contribuirão para salvar o meio ambiente para nossos filhos e netos.

    •ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE, 78, físico, é professor emérito da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), presidente do Conselho de Administração da ABTLuS (Associação Brasileira de Tecnologia de Luz Síncrotron) e membro do Conselho Editorial da Folha.

    •Texto parte do clipping diário da CONAB e disponível em www.conab.gov.br

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  • Sind. dos Produtores Rurais de Boa Esperança e Campo do Meio Boa Esperança - MG 30/07/2009 00:00

    Senhor Ronaldo Brasileiro, pensamos que o senhor desconhece a real situação da cafeicultura onde viramos escravos do conluio e da corrupção. Será que o senhor não tem lido os últimos noticiários escritos pela SINCAL mostrando o roubo de 40 dólares por saca de café nos últimos 13 anos? O senhor está conformado em ser roubado e passado por palhaço por nossos gestores públicos (do Ministério da Agricultura) no qual existia um gestor com um mesmo sobrenome que o seu? Ficamos indignados pois seus pensamentos coincidem com esse referido senhor que deveria ter seu nome trocado por ESTRANGEIRO ao invés de BRASILEIRO. Senhor ESTRANGEIRO, repassamos simplesmente a “bagatela” de R$ 28.000.000.000,00 para os países de primeiro mundo e, colocamos a cafeicultura numa posição de joelhos perante esses ESTRANGEIROS. Não podemos concordar em continuar doando café e, nossos gestores públicos apoiando o conluio de dumping e evasão de divisas. Com relação a Lei de oferta e procura pensamos que o senhor desconhece a realidade ou faz-se de desentendido, pois sabemos os números do estoque do Brasil e do exterior e conhecimentos muito bem a Lei da oferta e procura onde a existência de estoques estratégicos = zero no Brasil e, nos países consumidores ao redor de 20 milhões de sacas, que são suficientes para aproximadamente 80 dias. A sua proposição de socorrer somente os pequenos ela é discriminatória, inconcebível e desalinhada com a economia de escala.

    “Até DEUS em sua palavra fala que não faz acepção de pessoas”.

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  • José Evandro Padua Vilela Filho Cuiabá - MT 30/07/2009 00:00

    Joao Batista, enquanto não se resolver a questão ambiental,é perfumaria essa certificação que a ABRAS, SGS, GREENPEACE e outros mais estão querendo impor. Quem vai julgar quem está certo ou errado??? Precisamos é de um novo codigo ambiental, moderno e coerente com os tempos atuais, feito por quem entende realmente do negocio e não por meio de ONGS de ECOLOUCOS do outro lado do mundo, organizações estas que estão é querendo desestabilizar o nosso setor produtivo altamente competente -que vive sem uma politica agricola coerente, sem credito e sem subsidio, gerando alimentos para os brasileiros e superavits na balança comercial. -

    Comentário referente a notícia: [b]Certificação para carne bovina deve sair em 90 dias, diz Associação dos Supermercados[/b]

    Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=51917

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  • Sebastião Ferreira Santos Fátima do Sul - MS 30/07/2009 00:00

    O ESTADO DO MS ESTÁ FADADO A DESAPARECER GRAÇAS À IDEOLOGIA POLÍTICA DO GOVERNO FEDERAL. ALÉM DO TERRORISMO PRATICADO NO MS PELA FUNAI E PELO INCRA PARA TOMAR A FORÇA PROPRIEDADES RURAIS CULTIVADAS A 50, 60, 70 ANOS POR PESSOAS FUNDADORAS DA REGIÃO, AGORA O MINISTÉRIO DA AGRICULTURA SEM NENHUM CRITÉRIO DETERMINA UM ZONEAMENTO AGRICOLA, NÃO SE SABE BASEADO EM QUE, DETERMINANDO QUE PARA SE TER SEGURO AGRICOLA TEM QUE SE PLANTAR DE 01/11 A 30/11/2009. O PRAZO DE 30 DIAS É MUITO CURTO PARA O PLANTIO DA SOJA E INVIABILIZA O PLANTIO DO MILHO SAFRINHA.

    O QUE REVOLTA A TODOS É A FALTA DE APOIO POLÍTICO, OU SEJA A FRAQUEZA E A FALTA DE PODER DOS POLÍTICOS DO MS, QUE NÃO FAZEM NADA PARA RESOLVER ESSA SITUAÇÃO.

    ATÉ QUANDO VAMOS CONVIVER COM ESSE DESMANDO NO PAÍS SEM QUE HAJA NENHUMA REAÇÃO DA OPOSIÇÃO QUE ASSISTE A TUDO PASSIVAMENTE SEM SE OPOR A NADA. A CADA DIA O LULA E O PT COLOCAM EM PRÁTICA SUAS IDÉIAS ANTAGONICAS, E NINGUÉM SEQUER ESBOÇA NENHUMA REAÇÃO.

    ACHO QUE CHEGOU O FIM.

    Comentário referente a notícia: [b]MS: Zoneamento agrícola: restrição no plantio pode gerar prejuízos na safra de soja[/b]

    Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=51892

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  • Gino Azzolini Neto Londrina - PR 30/07/2009 00:00

    Desde a prenhez até a entrega de um boi de 17 arrobas, leva-se pelo menos de 2 anos a 2 anos e meio de pastagem, ração, vacinas, etc.etc. Entregar um boi a R$ 70,00 é pior que entregar o café a R$ 240,00. Como se vê a agropecuária no Brasil já era. Se é culpa da crise ou do Governo eu não sei, mas nunca esteve tão difícil. -

    Comentário referente a notícia: [b]Reabertura de frigoríficos pode mexer com o mercado do boi gordo no MT[/b]

    Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=51955

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  • Virgilio Andrade Moreira Guaira - PR 30/07/2009 00:00

    Gostaria de obter informações sobre a obras da ferrovia de Cascavel a Guaira..., e também saber como está indo a Santos / Rondonópolis..., duas importantes ferrovias para a economia do Brasil -

    Comentário referente a notícia: [b]Seis mil quilômetros de ferrovias serão construídos até 2010, diz Lula[/b]

    Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=51793

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  • Luis França Alto Paraná - PR 29/07/2009 00:00

    Entregar laranja na porta da industria a R$ 3.50 é aumentar estoque em industria que não necessita de materia-prima..., isso só vai aumentar estoque de suco, gerando poucas possibilidades de recuperar preço. Sei que é dificil falar isso, pois sou citricultor, mas esta laranja deveria ir para o chão. Muito triste num pais onde a carencia por frutas de facil acesso é tão grande..., com certeza deveria ter um outro destino, em forma de suco ou em natura para as escolas carentes. Este seria o caminho, e o governo deveria ver isto com mais carinho. (Luis França).

    Comentário referente a notícia: [b]Citrus: Hamlin and westin são entregues na indústria[/b]

    Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=51734

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  • Climaco Cézar de Souza Taguatinga - DF 29/07/2009 00:00

    Parabens JB e Notícias Agrícolas, por entrevistares o brilhante Senador, amigo de confiança, Gilberto Goellner. São pessoas como ele - agricultor, humilde e "pé-no-chão" - que precisamos para orientar, conduzir e representar o agronegócio.

    Raramente, ELOGIO UM POLITICO aqui em Brasilia e após 20 anos que acompanho - de forma isenta e independente - as "entranhas do poder", mas este vale a pena. CONTUDO, ESTAMOS EXTREMAMENTE PREOCUPADOS, POIS GOELLNER ESTÁ UM POUCO DECEPCIONADO E PARECE QUE NÃO QUER MAIS SABER DE POLITICA, lembrando que politica neste País é fundamental para todos, sobretudo para os agricultores, e que precisamos dela, desde que com bons politicos.

    O BRASIL PRECISA DE NOVOS LIDERES FORTES.Temos que pedir/lutar que continue e que assuma - ou oriente mais - orgãos como a FAMATO e APROSOJA, hoje, mais importantes e lutadores para as classes agropecuárias do País do que a propria CNA -- E CALÇANDO - COMO SEMPRE - SANDALIAS DA HUMILDADE E SEM "AMBIÇÕES PESSOAIS" AO CONTRÁRIO DA RAINHA.

    Comentário referente a notícia: [b]ENTREVISTA: Confira a entrevista com Gilberto Goellner[/b]

    Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=51915

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