Da histeria coletiva ao profundo desrespeito com a China, por Eduardo Lima Porto

Publicado em 16/03/2020 11:32
Eduardo Lima Porto é diretor da LucrodoAgro

A história recente da humanidade registra alguns episódios de pandemias, epidemias e síndromes transmissíveis de elevada gravidade, muitas delas originadas em diferentes países, cujas causas se atribuem às mais variadas razões. Porém, nenhuma situação se assemelhou a repercussão instantânea do Coronavírus, possivelmente porque antes não vivíamos na era das mídias sociais, que permitem a transmissão em massa de informações numa velocidade superior a propagação de qualquer doença altamente contagiosa.

Por participar de alguns Grupos de WhatsApp relacionados ao Agro, tenho sido bombardeado com diversos textos conspiratórios dotados de uma criatividade impressionante, mas que apesar de bem escritos, demonstram um grau de estupidez, leviandade e desconhecimento real que não mereceriam ser levados a sério. Um desses textos, cujo autor não se identifica, é o que tem sido espalhado sob o título “XEQUE-MATE”.

Muito longe de querer assumir o posto de “bastião da verdade”, me permitirei discordar frontalmente de tais argumentos, expondo uma visão diferente, que desde já submeto às críticas e a contra-argumentação saudável e respeitosa dos leitores do Noticias Agrícolas. Assim como o risco de contágio do vírus é elevado, me exponho abertamente a tomar uma grande quantidade de “porradas" e me renderei a mudança de opinião fazendo as devidas homenagens ao "vencedor" dessa análise que apresentar fundamentos inquestionáveis e passíveis de verificação.

Negocio com os chineses há quase 30 anos. Entre 2006 e 2007, passei vários meses entre Shenzhen e Shanghai, tendo visitado diversas províncias, estabelecido contatos comerciais, além de ter construído vínculos de amizade muito sólidos que mantenho até hoje. Vivenciei o pânico causado pela SARS (gripe aviária), cujos sintomas começaram no início dos anos 90 e se alastraram de maneira voraz durante o período em que estive por lá. Retornei para China em 2008 por 3 vezes, tendo ficado no País novamente mais do que a metade do ano. Esses retornos se repetiram com tempos menores de estadia, mas sempre superiores a 2 meses, nos anos de 2009, 2010, 2011 e 2014. Em 2015, estive prestes a mudar para a China para desenvolver um projeto de comercialização de soja convencional, livre de lipoxigenase, voltada para a alimentação humana. Infelizmente, por razões brasileiras, essa pretensão não se viabilizou.

Contei um pouco da minha experiência na China, unicamente para situar que ao contrário de muita gente que fala atoa do País sem nunca haver posto os pés por lá, tenho relativo conhecimento para apresentar alguns argumentos contrários em relação ao que vem sendo difundido nas mídias sociais por alguns pseudo-analistas e por determinados veículos da imprensa.

Os chineses passaram por um trauma profundo no transcurso do período de MaoTseTung, quando se estima terem morrido mais de 80 milhões de pessoas, grande parte por falta de comida e consequências derivadas do regime comunista, como trabalhos em campos de concentração, migrações forçadas e outras atrocidades, que até hoje são motivo de tabu e causam constrangimentos principalmente nos mais velhos. O temor da falta de alimentos é algo que assusta instintivamente a qualquer um por lá.

Entretanto, existe o consenso de que é preciso manter o agricultor no campo com uma renda razoável, sendo um dos grandes medos da atualidade a migração abrupta de milhões de camponeses para os centros urbanos. Para quem desconhece, o módulo típico de produção na China tocado por uma família é denominado pela medida que chamam de “MU”, que equivale a 666,66m2 ou 0,06 hectares.

Nesse sentido, em que pese o objetivo indiscutível de pagar menos pelas commodities agrícolas, os técnicos do Governo sabem muito bem que existe um limite “técnico” que não pode ser transposto, que ações predatórias junto aos países fornecedores poderiam desestimular a continuidade da produção, gerando logo a frente uma redução drástica da oferta, o que causaria como consequência direta a disparada dos preços domésticos, com pressões inflacionárias que demandariam grandes esforços orçamentários para a sua contenção. O Governo Chinês vem reduzindo há anos os programas de subsídios à produção agrícola. Qualquer inversão no quadro de abastecimento vindo do exterior implicaria na necessidade de ampliação  vigorosa dos subsídios, sem que houvesse uma contrapartida em termos de  aumentos do volume de produção e muito menos de incremento da produtividade, entre vários outros agravantes que prejudicariam muito a capacidade de gestão do Partido Comunista.

A SINOGRAIN é a empresa estatal chinesa responsável pela formação, administração e distribuição dos estoques de alimentos essenciais, principalmente grãos como arroz, milho, soja, trigo e outros. Seus técnicos possuem a visão estratégica muito aprimorada e monitoram com grande competência o que acontece nos rincões mais distantes onde os países fornecedores produzem o que lhes interessa. Dito isso, são incabíveis as alegações que vem sendo espalhadas aos ventos do WhatsApp de que os chineses teriam fabricado o Coronavírus para comprar alimentos mais baratos. O acúmulo de grandes volumes de grãos traz um sério risco de deterioração da qualidade e contaminações por fungos patogênicos altamente perigosos, como os que geram a “aflatoxina”, por exemplo. Por outro lado, significaria a indisponibilidade de muitos bilhões de dólares em capital de giro, algo que realmente não faz o menor sentido do ponto de vista econômico-financeiro mais elementar.

Na mesma linha, considero que os estrategistas chineses são bastante inteligentes para não tomarem posições compradas gigantescas em Petróleo. Qualquer movimento dessa ordem, o que admito apenas para enriquecer o debate, desencadearia uma série de reações imprevisíveis ao redor do mundo e certamente que ajustes agressivos por parte da OPEP, sem falar nas retaliações dos países membros da OMC, justamente o clube que a China batalhou arduamente para entrar como sócio nos últimos anos.

Os chineses estão longe de serem imediatistas em seus movimentos estratégicos e, nesse sentido, podem muito bem abrir mão de vantagens efêmeras para poder conquistar posições mais duradouras em prol dos seus objetivos. Literalmente, não são como os brasileiros que se caracterizam pelas tomadas de vantagens curtas e que não se sustentam no longo prazo.

Para atingirem os supostos objetivos “malévolos”, no estilo dos imperadores raivosos descritos no Livro “A Arte da Guerra” de SunTzu, os quais têm sido propagados com enorme criatividade pelos autores anônimos das redes sociais, bastaria que o Governo Chinês,que detém uma reserva cambial gigantesca, colocasse à venda uma parte do seu estoque de títulos da dívida americana (TreasureBonds), estimado em janeiro de 2020 em USD 1,1 trilhões.Se a idéia diabólica de Xi Jimping fosse destruir a economia americana e causar conturbações nos mercados internacionais, poderia simplesmente estabelecer um desconto sobre o valor de face de apenas 10% dos T-Bonds em seu poder, fazendo vendas massivas dos títulos. Veríamos a desintegração abrupta e virulenta dos ativos no mundo inteiro, causando um efeito em cascata incontrolável e infinitamente mais pavoroso do que o Coronavírus.

Possivelmente, seria o fim do domínio do dólar como padrão monetário global.

Apesar do absurdo da hipótese aventada acima, efetivamente seria uma ação concorrencial muito mais agressiva e consistente, a qual poderia não poderia ser contra-atacada pelos opositores, pois se trataria de uma decisão soberana em matéria de política monetária.

Pensando que a intenção chinesa teria sido propositadamente criar condições desonestas que possibilitassem avançosem posições geopolíticas e econômicas, o melhor teria sido queimar uma parte das reservas cambiais, pois o custo teria sido muito menor e os resultados potenciais mais efetivos. Trata-se de um cálculo que os chineses sabem fazer muito bem. Não haveria a necessidade do sacrifício de milhares de vidas, muitos menos a paralisação do País, justamente na época mais aguardada pelo Povo que é o período das comemorações do Ano Novo, que chega a movimentar ao redor de 1 bilhão de pessoas e registra de forma retumbante todo o vigor da economia chinesa.

Portanto, me parece que as teses conspiratórias, além de serem levianas, não se sustentam minimamente diante de uma avaliação mais coerente da conjuntura. Ademais, na atualidade fala-se muito de que o Governo Chinês estaria fazendo movimentos estratégicos conhecidos como “take over” (tomadas agressivas de controle acionário), principalmente em grandes empresas de tecnologia ao redor do mundo. No entanto, os textos acusatórios não indicam que companhias seriam essas, muito menos demonstram quem seriam os adquirentes. Realmente muito estranho, não acham? Pois é!

Há muito tempo que as transações sigilosas, que escondiam o nome dos adquirentes e dos vendedores de ações, foram completamente banidas do ambiente das Bolsas de Valores. Quase todos os países são signatários dos Acordos de Prevenção à Lavagem de Dinheiro, o que obriga a qualquer um, seja quem for, a demonstrar a origem dos recursos e, em alguns casos,a fazer algo parecido como um exame de DNA. Quem sabe o que significa a sigla “KYC - KnowyourClient”, haverá de concordar comigo, ainda que seja parcialmente. Aceitar as postulações conspiratórias que estão voando pela internet significaria o mesmo que afirmar que os Estados Unidos se abriu completamente a lavar dinheiro do narcotráfico e do terrorismo internacional, o que é,definitivamente, mais do que ridículo.

Por fim, quero deixar o registro aos leitores do Noticias Agricolas que tiveram a paciência de ler esse artigo até aqui, que a economia global depende muito do fluxo comercial estabelecido com a China.

É com profundo pesar que observo no Agronegócio Brasileiro a propagação de inverdades e estupidezes ofensivas contra o nosso maior cliente.

Realmente, gostaria muito de ver o que fariam se os chineses deslocassem boa parte das compras para os países da Africa Subsaariana, que possuem condições edafoclimáticas semelhantes e até de logística melhores do que as nossas devido a maior proximidade, os quais podem tranquilamente no médio prazo e com os investimentos realizados pela China se tornarem grandes produtores e exportadores de soja, milho, carnes e o que for. De que forma lidaríamos com a perda de uma parte substancial da demanda chinesa? Cabe lembrar que a Africa reúne, segundo a FAO, ao redor de 500 milhões de hectares de “Cerrado" aptos à agricultura.

Segundo o meu “Professor” e Amigo Liones Severo, que foi o pioneiro das exportações brasileiras de soja para a China, cada navio PANAMAX equivale a cerca de 20.000 hectares plantados. Se considerarmos o volume embarcado, podemos afirmar que bem mais do que a metade da área cultivada aqui, que trouxe grande desenvolvimento e prosperidade para o interior do Brasil, principalmente para o Centro-Oeste, se deve ao fato dos chineses terem decidido melhorar o padrão alimentar do seu Povo, tendo fomentado o fornecimento de matérias primas para atender ao consumo dos rebanhos de aves, suínos e peixes criados naquelas bandas.

Pensemos nisso antes de difundir idiotices que demonstram um elevado grau de ingratidão, ignorância e total desrespeito, num momento de profunda consternação.

Acredito, sinceramente, que essa conjuntura trará enormes oportunidades para estreitar a colaboração entre os Povos e que poderemos sair dessa pandemia para um estágio superior.

Atenciosamente,

Eduardo Lima Porto
LucrodoAgro - Consultoria Agroeconômica

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Eduardo Lima Porto

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10 comentários

  • Telmo Heinen Formosa - GO

    Não concordo. Tudo começou pelo Pres. Trump que em retaliação à noticias difundidas em seus próprios país, China e Irã atribuiram para sua populaçao que o COVID-19 tinha sido espalhado pelos soldados americanos. Chamou o cornonavírus de "Vírus Chinês" e daí? Se ofenderam...

    Quem são eles para nos passar uma regulagem? Eles nem permitem WhasApp, Youtube e muito menos o Twiter em seu território e querem nos dar lição?

    A maioria do que compramos deles pode ser produzido em outros país e até no Brasil.

    Se eles quiserem deixar de comprar nossa soja, milho, proteina animal em geral, que DEIXEM!! ...Quem sabe adquirem da Venezuela e da Coréia do Norte...

    Bando de socialistas falsos que apóiam os chineses na nossa própria casa, xô, xô, xô!

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Telmo ... BEM VINDO !!! ... Eu, inclusive, postei uma mensagem chamando a mídia de canalha. Haja vista, que a raiva seria direcionada ao povo chinês. ... Agora o sr. nos traz a informação do motivo da mudança do nome do vírus. ... ... ... Sinceramente, fico num mato sem cachorro... ... ... Mas, diante do mau maior, sou partidário do seu ponto de vista. ... ... ... Veja que o desconhecimento nos leva a atitudes incorretas ... ... ... BOA QUARENTENA & MUITA SAÚDE !!!

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    • Bruno Arns Cruz Alta - RS

      Dois comentários de dois babacas, deveriam ter vergonha de escrever esse tipo de coisa no Notícias Agrícolas...

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    • Telmo Heinen Formosa - GO

      Estude um pouco. Você está a serviço dos globalistas, tal qual um inocente útil. Saiba que confessar sua ignorância pode causar vergonha alheia em seus amigos...

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    • Eduardo Lima Porto Porto Alegre - RS

      Prezado Senhor Telmo Heinen, talvez o sr. não me conheça, mas eu lhe acompanho há muito tempo e ao longo dos anos... muitas vezes estive de acordo com os seus comentários, que expressavam bom senso e equilíbrio. Respeitosamente, considero que dessa vez não é o que se verifica. Alguém que se dispõe a escrever um texto longo como o que escrevi, expondo um contraponto num veículo de tamanha dimensão, precisa ser um idiota se estiver baseando em "orelhadas" ou comentários do Donald Trump, cuja falta de credibilidade e de ética é escancarada (por mais que me identifique muito mais com o Partido Republicano que o Democrata nos Estados Unidos). Não sou comprador de notícias superficiais ou de propaganda política, ainda mais quando se trata de questões vindas de países distantes que possuem interesses conflitantes e que falam idiomas diferentes. Por sinal, sou fluente em 4 idiomas e não preciso de intérpretes, principalmente para entender as entrelinhas e as metáforas do inglês. Sou economista, morei em alguns países por questões profissionais, estive em mais de 60 países a trabalho e não como turista. Meu "viés" ideológico sempre foi ,desde que me conheço por gente, de DIREITA com forte identificação nos princípios da Escola Austríaca de Economia, que a sua vez, se assemelha muito ao alinhamento da Universidade de Chicago de onde é egresso o nosso Ministro da Economia - Paulo Guedes. Definitivamente, o texto que está postado não foi elaborado por um "Socialista", mas por alguém que defende há vários anos o Agronegócio brasileiro real e concreto, aquele prosperou sem golpes, sem artificialismos ou subsídios, embalado pelos bons ventos das demandas crescentes da China e pelo trabalho de milhares de agricultores. Minha manifestação é de alguém que olha para o setor e para a economia com responsabilidade. Devido a perturbação generalizada que esse momento está produzindo, e tendo muito em conta o respeito que tenho pela sua inteligência, relevarei as menções apressadas que me foram feitas de que sou um "Socialista". Sugiro que busquemos a construção de uma análise original e não baseada nas paixões políticas que, independente do viés, são facilmente manipuláveis.

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Ao ler os varios choques de opinioes desse comentario , aquele que mais me impressionou foi aquele do BRUNO ARNS-----Seu sobrenome me remeteu ao cardeal de Sao Paulo pessoa de FALA MANSA E SORRISO FALSO---Tanto ele quanto dom Helder Camara deram suporte ao terrorismo armado de Carlos Marighella treinado em Cuba com a finalidade de instalar o marxismo no Brasil---Faziam parte dessa turma o frei Betto o Frei Ivo e outros freis que neste momento nem lembro os nomes ...

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  • RICARDO MARIANO Guaira - SP

    Eduardo, Perfeito, muito bom o texto.

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  • Hildo Antônio de Moraes Júnior Jataí - GO

    Parabéns ao autor do texto, precisamos escutar mais e falar menos..., criticar um País como a China é uma injustiça, pois, como foi citado no texto, se eles pararem de comprar produtos do Brasil, pára tudo..., pois são nossos maiores consumidores.

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  • Gilberto Rossetto Brianorte - MT

    Muito bom artigo, profundo e esclarecedor. Após uma semana de besteira é bom ouvir alguém com o pé no chão.

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  • Alvaro Andrade Biollo Maringa - PR

    Muito boa a explicação, o resto são baboseiras escritas por quem não conhece as coisas de que fala...

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Entregamos as chaves do Brasil ao PT,, quando acordamos o pais tinha 400 mil ONGs, 17 mil sindicatos,, 149 estatais,, divida interna de 3 TRILHOES, serviços publicos falidos, e a maior corrupçao mundial ------SERA" QUE TEM COISA PIOR QUE ISSO ?????

      TEM::::::Temos gente como Ari Couto, Tiago Gomes e este estrupicio QUE AINDA DEFENDEM O PT... ---

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    • Tiago Gomes Goiânia - GO

      Por quantas vezes defendi o PT aqui sr. Meloni? Só não sou simpático ao confuso e igualmente incompetente presidente atual. Não por acaso nas eleições sugeri que votássemos em Alckimin ou em Meireles. Como aqui no fórum de discussão temos vários devotos do Bolsonarismo, onde prevalece Deus no céu e Bolsonaro na terra, qualquer critica a essa santidade presidencial faz parecer que somos petistas, comunistas, bolchevistas, etc e tal.

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    • Rafael Antonio Tauffer Passo Fundo - RS

      Cada pessoa pode criticar ou descordar de alguém, agora vc comparar os ministros desse governo com a PTzada aí já é demais.

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    • Alan Bernardes

      Tiago Gomes. Perto de tanto minions retardados, sua visão é uma luz no final do tunel.

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  • Eduardo Lima Porto Porto Alegre - RS

    O desrespeito e a ignorância sempre foram traços imutáveis do comportamento ocidental, mas no Brasil ganham maior intensidade ao se misturarem com a estupidez que se encontra increpada no DNA de alguns... Ontem, uma pseudo-liderança politica, me acusou de "comunista" por ter feito uma defesa a honra do povo chinês. Há muito tempo que me acostumei a rir de idiotas, ainda mais de quem puxou o saco do Lula/Dilma ontem e hoje lambe o chão onde o Governo Bolsonaro pisa, por haver se acostumado a parasitar a existência alheia, a não pagar as contas no vencimento e clamar por subsídios de todas as formas possíveis e imagináveis... Gente mal caráter, arrogante e burra no nosso setor, infelizmente, ainda existe e alguns conseguem arregimentar um rebanho de seguidores... O bom é que os novos ares e manifestações como as de 15/03 prometem gerar um contágio positivo que irá descontaminar o ambiente de figuras tão patogênicas... Quanto ao artigo, não fiz para agradar a ninguém e deixei exposto logo no início que estava aberto a controvérsias dirigidas com honestidade intelectual, respeito e senso do bem comum. Novamente, reitero que me renderei à mudança de opinião, se me forem apresentados argumentos sólidos, além de reconhecer publicamente e homenagear quem trouxer melhores fundamentos... É assim que crescemos... Por enquanto fica a constatação de que o Agro do Brasil sem a China não teria chegado ao nível que estamos... Como diz o meu Amigo Liones Severo, "a demanda é uma variável mais concreta do que a oferta que é uma promessa"... Nesse caso, o respeito é bom é necessário, já que conserva amigos e o fluxo de negocios tão necessários à nossa sobrevivência

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    • Alberto Maria Bento Dourados - MS

      Perfeito Eduardo, fostes de uma lucidez e de um conhecimento incrível, parabens !

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    • CESAR AUGUSTO SCHMITT Maringá - PR

      Vou me permitir discordar totalmente do Sr. Eduardo. A China não é honesta, é suja. Quantos vírus, epidemias, pandeminias vem da China??? cinco, se não me engano em menos de quinze anos. Será que tem o direito de arriscarem nossas vidas por interesses comerciais?

      Passou da hora de dar um basta nisso.., ou até quando ficaremos de cabeça baixa dizendo "sim senhol". O Sr. Eduardo não me parece ser um produtor, não sente na carne os problemas que encontramos quando China ou Russia ou União Europeia aprontam alguma "molecagem". E não me parece ser gaúcho. E se for gaúcho devo lembrar-lhe de uma pequena frase no hino do Rio Grande: "Povo sem virtude acaba sendo escravo". Moro no Paraná, mas sou gaúcho das missões e colorado. Não me curvo diante de poderio econômico.

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    • Carlos William Nascimento Campo Mourão - PR

      Segundo a CNN , o presidente Xi Jinping fez um discurso interno ao partido comunista no dia 07/01, admitindo a existência do SARS-CoV -2 . Publicamente ele somente admitiu em 20/01. Nestes 13 dias, o PC chinês organizou dois banquetes populares, com mais de 40 mil famílias em cada um, em Hubei, na tentativa de quebrar um recorde mundial, e mostrar normalidade. Além do mais, segundo os próprios oficias chineses, o primeiro caso de Covid foi constatado em 19/11. Por dois meses o governo tentou esconder o problema.

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    • Carlos William Nascimento Campo Mourão - PR

      Não estou dizendo que este virus foi fabricado deliberadamente, mas muitas evidências mostram que o PC Chinês tentou abafar o caso. Lembram de Chernobil? quando a União Soviética admitiu a explosão do reator, a nuvem radioativa já estava na Alemanha. E assim como o Politburo russo, o governo Chinês é uma ditadura.

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    • Eduardo Lima Porto Porto Alegre - RS

      Prezado Sr. Cesar Augusto Schmitt, não me cabe tentar convencer-lhe de que os seus conceitos estão equivocados, pois não pretendo sustentar o bastião de dono da verdade. Nunca foi do meu perfil esse tipo de postura. Unicamente, antes de me expor gratuitamente e de forma pública com uma manifestação a partir de um artigo num veículo que possui mais de 130.000 visualizações diárias, a prudência me exige o cuidado de não ser leviano e de falar com conhecimento de causa, amparado em dados irrefutáveis. É dessa forma que procuro me posicionar.

      Quanto a impressão que lhe causei de não ser Produtor, posso dizer-lhe que o sr. está errado. Venho de família de produtores dos dois lados, participei como sócio de parcerias no cultivo de soja, milho e arroz e financiei a vários produtores com capital próprio durante anos, cobrindo uma área de alguns milhares de hectares. Através do meu conhecimento e relacionamento na China, em conjunto com o Noticias Agrícolas, contribuí decisivamente para que os Produtores Rurais do Brasil deixassem de pagar a tarifa antidumping do Glifosato, o que permitiu nos últimos 10 anos uma economia de superior a USD 5 bilhões. Me parece que os benefícios dessa economia o sr deva sentir, mesmo não sabendo de onde vem e/ou quem foi o responsável. Não cobrei um centavo por isso. Conheço muito bem as dores verdadeiras dos Produtores Rurais e há vários anos faço trabalhos "voluntários" para o setor, simplesmente por acreditar no valioso empreendedorismo e honestidade de muitos. Não apoio malandragens setoriais e muito menos a políticos emprenhadores de orelhas.

      Ao não lhe parecer gaúcho, novamente o sr se equivoca, pois sou gaúcho do tipo "pêlo duro" com a árvore genealógica concentrada na fronteira do Rio Grande do Sul. Meus descendentes guerrearam na Revolução Farroupilha pela Independência do Rio Grande e meu avô paterno lutou na Revolução de 1930. Por ser dessa estirpe peleadora, nunca tive medo de controvérsia, principalmente quando a causa vale a pena e o inimigo não é pequeno. Do meu lado gauchesco, a virtude está em brigar pelo que é certo, contra a ignorância, as injustiças e a ingratidão. Eu não me curvo diante do "poderio econômico" de quem quer que seja, talvez seja esse o nosso ponto de concordância, já que imagino que o Senhor - como eu - seja daqueles que paga 100% das contas à vista e não se financia com terceiros. Por isso, que me sinto tranquilo em chamar de sem vergonhas aqueles que acusam levianamente os chineses sem apresentarem provas cabais. Como gaúcho legítimo, de descendência sem cruza, não peço favor a ninguém e nem me vitimizo. Na minha família, crescemos com o sentimento de gratidão e respeito por quem nos ajudou. O mesmo carrego na minha vida profissional em relação aos meus clientes e aos clientes dos meus clientes, e assim, sucessivamente, mesmo aqueles que estão distantes como os chineses que se encontram no destino final.

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    • CESAR AUGUSTO SCHMITT Maringá - PR

      Woah.....palavras ao vento..........sabedoria do povo navajo.

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    • Nevile Miotto Seberi - RS

      Nós, gaúchos, estamos mais prá "charruas"...

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  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    PARABÉNS !!! ... São textos como esse que nos ajudam a enxergar o mundo corretamente. ... Obrigado por me ajudar a entender melhor a realidade.

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  • Neves Terriani Laera

    Após mais de 45 anos de experiência profissional como Engenheiro Agrônomo, vejo com clareza que, apesar dos interesses financeiros envolvidos em toda e qualquer negociação, é precipitado estabelecer culpa aos chineses pela situação atual. Também é evidente que é necessário a adoção de mudanças significativas nos hábitos alimentares de populações tradicionais. Já era previsto que as pandemias surgiriam na China a qualquer momento da História. Portanto, o mundo deve esperar por outros eventos similares no futuro próximo.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Estamos contidos no mesmo grupo de risco. ... Sou da turma de 1974 e, já amassei muito barro desde então. ... ... ... Mas, vendo de onde surgiu todas as mutações do coronavírus, desde a Gripe asiática de 1957, Gripe de Hong Kong de 1968, agora o CODIV-19. TODOS originários do continente asiático !!! ... ... Fico a matutar ... POR QUE ??? ... Será que a Asia é uma fábrica de mutação de vírus ???

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    • Luiz Ribeiro Villela São Paulo - SP

      A duvida expressada é mais do que válida. Seria um excesso de coincidencias para não ser questão de absoluto desleixo ou não ser proposital.

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      E ainda esqueceu de mencionar a Peste Bubonica que dizimou 50 milhoes de europeus quando a populaçao era de 250 milhoes...

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      E ainda Sr. Meloni, em 2018 mais de 70.000 casos de tuberculose no Brasil, ainda em 2018 morreram 1 milhão e 700 mil pessoas de tuberculose no mundo.

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  • Leder vianney batista São Paulo - SP

    Eu concordo totalmente com o Eduardo Lima Porto! Circulou recentemente um texto esdrúxulo pela internet dizendo que os chineses teriam comprado por USD 20 bi , 30% das ações das empresas ocidentais e outras com unidades na China. (Apple, Samsung, etc). Quem escreveu esta bobagem não tem a mínima ideia da dimensão de valor desses mercados. USD 20 bi por 30% das ações dessas empresas? Faz me rir !

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    • Liones Severo Porto Alegre - RS

      Parabéns Eduardo Porto, pelo rigor literário e o vigor do conteúdo. É comum países com alta densidade demográfica estarem mais expostos a surtos de contaminações. Meus netos quando viveram em Xangai sempre estavam com algum tipo de infecção; a vantagem era que o atendimento médico hospitalar superava os melhores hospitais brasileiros, usando o Moinhos de Vento e Hospital Mãe de Deus, no comparativo... Sobre os preço da soja, os chineses e/o resto do mundo não precisam criar artimanhas para comprar a soja brasileira com preços competitivos (?) porque essa soja é vendida invariavelmente com us$ 20,00 p/ton, pelo menos, abaixo da paridade internacional.... Especificamente sobre os chineses, bastaria ficarem sem comprar a soja na colheita por 3 ou 4 meses e a tomariam pela metade do preço. Este ano, embora os preços recordes em reais, tem sido a pior média de vendas do últimos anos, no comparativo dos extremos dos preços, sem contar que estamos perdendo um período de ouro para valorizar a soja, na constatação de ser os únicos ofertantes do produto em escala, e a considerarmos que uma das melhores referências para a formação do preço pelo comprador, começa no balcão do açougue chinês, onde os preços das carnes tiveram altas espetaculares.

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  • Gustavo Ribeiro Rocha Chavaglia Ituverava - SP

    Artigo excelente e oportuno, frente a enxurrada de fakes e achismos de muitos ....

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