A inexorável concentração da Agricultura e o extermínio de um estilo de vida, por Eduardo Lima Porto
Há meses que venho meditando sobre escrever esse Artigo.
Trata-se de uma abordagem antipática, desagradável e que quase ninguém quer encarar. Poderia dizer que é algo parecido com o famigerado “exame da próstata”. Ninguém quer saber, mas algum dia terá que fazer.
Num mundo de transformações cada vez mais rápidas ou de modificações “disruptivas”, para usar um termo muito em voga, é impossível que as consequências não atinjam em cheio a Agricultura.
O fato é que a concentração dos grandes conglomerados de insumos e das tradings irá forçar a ocorrência do mesmo movimento na produção agrícola, principalmente no cultivo de grãos como Soja e Milho.
Isso deverá ocorrer aqui no Brasil, mas também nos países que concorrem conosco.
Trata-se de um processo “darwiniano” em que a sobrevivência no setor se dará a partir do incremento da escala produtiva, da maior capacidade de gerenciamento financeiro e de obtenção de crédito, entre outros fatores.
Como dizia Charles Darwin, “a atuação da seleção natural sobre os indivíduos mantém ou melhora o grau de adaptação destes ao meio”.
Quanto mais reflito sobre isso ao olhar para um futuro não muito distante no Agro, mais me convenço de que as fazendas brasileiras, e também em outras partes do mundo, tenderão a ser cada vez maiores, o que resultará na inexorável extinção do “Colono” no perfil que conhecemos.
A produção de commodities agrícolas tem a sua base competitiva fundamentada no diferencial de custos. Nesse sentido, quanto menores forem os custos nominais de uma propriedade comparada a outra, maiores serão as chances de sobrevivência num cenário de alta concorrência.
Diferentemente de outros segmentos, os Produtores não colocam o preço no produto que vendem. O preço é determinado pelos demandantes.
Utilizando a definição de autoria do meu Amigo Liones Severo, “a Soja não tem um valor implícito em si. Ela depende essencialmente da transformação industrial, que se desdobra em dois produtos (Farelo e Óleo), cuja comportamento combinado da demanda determina o preço do grão como matéria-prima, incluíndo todo o seu custo de produção, logística e financiamento”.
O célebre Engenheiro Agrônomo Polan Lacki, também assevera que “Os Agricultores compram seus insumos no Varejo a custos elevados e vendem a produção barato no Atacado”.
Sob outro ângulo, aprendemos que o avanço da tecnologia produz efeitos deflacionários, muitas vezes traumáticos e definitivos, cuja velocidade de implantação provoca quedas estruturais nos preços, seja pela via do incremento da produtividade, seja pelo barateamento dos custos de produção. Basta olharmos para o que ocorreu no setor de informática e de telecomunicações nos últimos anos para que se evidencie a dramaticidade do cenário.
Dito isso, a conclusão não poderia ser menos aguda quando nos remetemos ao Agro.
Significa que propriedades familiares com módulos menores do que 500 hectares, perfil típico do sul do Brasil, tenderão a desaparecer rapidamente, se os proprietários não buscarem mecanismos alternativos de associação, de utilização compartilhada de máquinas, de compras de insumos em pool e outras atividades nas quais o poder de barganha possa vir a ser melhorado diante do gigantismo dos fornecedores e compradores.
Sobram realmente poucas possibilidades de sobrevivência e contra isso não existe Político, Liderança Messiânica, nem mesmo a paralisação de todos os Produtores por determinado tempo poderá obstar os efeitos dessa onda.
Lembremos que os computadores eliminaram completamente a razão de existir dos datilógrafos e de suas máquinas de escrever. A este grupo imenso de pessoas, restou tão somente a forçosa adaptação ao novo contexto laboral através do aprendizado ou simplesmente a aposentadoria.
Com os “pequenos” produtores de grãos não será diferente.
Muitos continuarão lutando bravamente por algum tempo para manterem-se à tona, mas a diferença de custos será implacável e a sociedade urbana não deverá se mostrar disposta a assumir a conta de subsídios oriundos do aumento de impostos.
O setor agrícola mundial está mudando numa velocidade drástica nos últimos anos com o advento das tecnologias da informação, da automação e do melhoramento genético com impactos crescentes sobre os rumos da geopolítica, o que alterou substancialmente as regras do jogo para algo muito diferente daquilo que vivenciaram os nossos Pais e Avós.
A globalização é uma realidade da qual não podemos escapar e nem nos queixar, pois se trata de uma força motriz imparável. Não é possível por decreto, deixarmos de exportar ou de importar, o que nos força a obedecer às regras estabelecidas pelo condomínio mundial.
Alguém já ouviu falar da implementação da IFRS-9 e como isso deverá afetar a vida dos Agricultores a partir de Janeiro/2018?
Em rápidas palavras, o IFRS-9 é uma diretriz contábil de abrangência global que impõe uma série de obrigações às Instituições Financeiras. Entre elas, uma nova metodologia de reconhecimento dos riscos inerentes aos ativos financeiros (e as commodities agrícolas são ativos de grande liquidez negociados em Bolsa), além de mecanismos para trazer maior transparência e visibilidade no processo de aprovação de créditos.
Em princípio, o leitor mais apressado poderá perguntar: E o que isso tem haver comigo? Sou Agricultor e não Banqueiro!
Os Bancos deverão submeter os tomadores de crédito aos mesmos critérios, sejam eles empresas fornecedoras de insumos, tradings ou mesmo Agricultores.
Existe enorme dificuldade de se medir o risco na agricultura brasileira, principalmente na produção de grãos, devido ao fato da esmagadora maioria dos produtores não estarem obrigados a apresentação de demonstrações contábeis, segundo as normas técnicas internacionais.
Agricultores detém muitas vezes um patrimônio na forma de ativos e máquinas que valem dezenas de milhões de reais, movimentam somas vultosas na compra de insumos e/ou na de venda da sua produção, sem que estejam submetidos as mesmas regras que uma pequena padaria ou oficina mecânica deve estar para obter um centavo de financiamento.
Não nos enganemos, o crédito é o segundo “insumo" mais importante no Agro, perdendo somente para a água.
Será imperativo, segundo os novos dispositivos, a visualização clara sobre a forma como os recursos são utilizados na atividade agrícola, quais são os critérios para investimento, quais são as políticas de gerenciamento de riscos e estratégias de comercialização.
Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultados do Exercício e Fluxo de Caixa já são os documentos mais importantes de qualquer empresa no mundo, sejam pequenas, médias ou grandes.
Como se tudo isso fosse pouco, os nossos Políticos “maravilhosos” preparam o retorno da tributação sobre a exportação a partir da eliminação da Lei Kandir. Em breve, deverão surgir com a idéia de inserir PIS/Cofins e ICMS sobre os insumos.
A situação está muito crítica para os Produtores.
É fundamental termos consciência desse cenário e buscarmos estratégias concretas sem demagogias e nem alarmismos.
O conhecimento prévio e uma avaliação fria poderão permitir que se construam alternativas inteligentes, principalmente de proteção patrimonial.
Avaliar a possibilidade de sair do setor enquanto há tempo passará a ser uma via a ser contemplada por milhares de produtores. É preferível sair com uma boa reserva financeira que permita reconstruir a vida em outra atividade, do que literalmente perder tudo e viver das lembranças do passado.
Infelizmente, para a maioria das pessoas e eu me incluo totalmente nesse Grupo, a Agricultura não é apenas um negócio. É muito mais do que isso. É um estilo de vida, uma forma honesta de se criar os filhos sob a saudável influência do trabalho e de se construir um legado.
Muitos me chamam de “Gaúcho do Apocalipse”, mas considero que a leitura dos tempos e o compartilhamento responsável dos cenários é uma obrigação.
Prefiro estar errado nas minhas análises e até provocar a bronca de muita gente amiga, do que me manter omisso diante da gravidade do quadro apenas para continuar bacana.
9 comentários
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Eduardo Lima Porto Porto Alegre - RS
Prezados amigos e leitores do Noticias Agrícolas,... sinto-me lisonjeado pelas considerações e comentários registrados aqui. Reitero o agradecimento ao Noticias Agrícolas por oportunizar um espaço que permite a manifestação livre de assuntos relacionados ao Agro.
Meu objetivo era compartilhar uma visão pessoal, baseada em avaliações profissionais de diferentes aspectos, para demonstrar que as mudanças estruturais atingirão o Agro de forma contundente. A necessidade de adaptação do setor ao novo cenário de crédito que vigorará a partir de janeiro de 2018 produzirá conseqüências profundas, por isso que é importante a tomada de consciência e uma ação proativa no sentido de preservar o patrimônio. É imperativo que o Agricultor administre a sua atividade como Empresário, utilizando o que puder em termos de ferramentas de gestão com especial cuidado no que concerne a administração do fluxo de caixa. O Agricultor precisa de uma vez por todas entender que a manutenção do crédito para a atividade dependerá cada vez mais da sua demonstração da capacidade de pagamento. É muito importante fazer uma reflexão profunda sobre isso. Conheço muitos Produtores que decidiram montar Revendas Agrícolas e se deram conta de como é complicado conceder crédito para vizinhos, amigos e parentes que não se organizam corretamente, que descumprem prazos de pagamento, etc. Sugiro que façam uma reflexão honesta, colocando-se no lugar de quem empresta dinheiro ou financia a atividade com insumos. Você daria crédito a si mesmo? Quais são os pontos fortes da sua atividade para que mereça a confiança de ser financiado? Ao se fazer este tipo de perguntas, certamente que o Agricultor conseguirá reforçar pontos fortes do seu negócio e visualizar pontos fracos que poderão ser melhorados. Decisões de investimento precisam ser melhor constituídas. Temos que eliminar a cultura da aquisição por impulso, por status, por achismo e/ou pela Fé do que se Deus quiser. O dinheiro não aceita desaforo e muito menos razões mal elaboradas. Boa parte do elevado endividamento do setor está relacionado a isso. Existe enorme espaço para organização de "Sociedades de Propósito Específico", onde grupos de pequenos agricultores podem compartilhar o uso de máquinas e implementos modernos, sem a necessidade de se endividarem individualmente. Podem contratar serviços qualificados de consultoria agronômica, contábil, jurídica e de gestão sem que isso signifique a inviabilização das atividades individuais. Há um oceano de alternativas nesse aspecto para serem exploradas. Isso não depende de interferência política e nem de uma conjunção planetária específica para que dê certo. É preciso assumir a realidade e arregaçar as mangas. Esperemos cada vez menos do Estado e dos Políticos. Trabalhemos mais no sentido de construir processos colaborativos com os vizinhos. A Agricultura não precisa de subsídios, nem de subvenções ou de preços mínimos. Precisa sim que o Governo saia da frente e pare de nos trazer insegurança jurídica. Que pare de atrapalhar diariamente com a criação de impostos e taxas. Que faça o seu papel primordial que é garantir segurança, educação e saúde.victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG
Na década de 60, os camaradas moravam na fazenda e os pagamentos eram feitos por meio das chamada ORDENS, que eram aceitas nos armazéns ou mesmo na própria fazenda que supria as necessidades de compras... Os filhos estudavam nas escolas rurais que estão abandonadas à vista de todos... O chamado êxodo rural se desenvolveu mais nesta época, deixando as fazendas e escolas abandonadas ... As cidades se viram ocupadas com total descontrole ... Nunca houve uma política de controle desta situação e na realidade o governo assistiu sem agir a esta situação... Tivesse feito uma política de apoio aos produtores, o Brasil hoje seria uma potencia realmente no campo..., mas creio que os interesses da concorrência externa influíram decididamente neste desastroso êxodo...
Reforma sim deveria ser feita no sistema rural do Brasil...Por exemplo seria oferecido moradia aos trabalhadores rurais que voltar pras fazendas, sem direito trabalhista e o serviço seria oferecido quando tivesse e poderiam plantar de meia como antigamente...Ao invés de ser buscado nas cidades para trabalhar ele já estaria a disposição no local...Os filhos voltariam a estudar nas escolas rurais que o governo as colocaria para funcionar...As fazendas que entrassem neste programa de retorno do trabalhador ao campo receberia um incentivo pelo número de famílias assentadas,,, Teria um plantão de assistência médica nas cidades que atenderia a comunidade em caso de chamada...A finalidade desta proposta é tentar esvaziar as cidades de mão de obra ociosa e o crescimento populacional desnecessário...Seriam criadas
linhas de ônibus para atender as novas comunidades criadas...mesmo porque mais dia menos dia teremos que tomar uma providencia que atenda a cidade e ao mesmo tempo o campo...
O crédito é oferecido pelos Bancos de acordo com a capacidade de endividamento do produtor..., diante disso concluo que existe então uma responsabilidade dupla: de quem oferece o crédito e de que o toma..., portanto a inadimplência deveria atingir os dois lados e não um somente... As jogadas dos especuladores das bolsas de valores deveriam ser levadas em conta na hora de punir os tomadores do crédito e ser questionado o porquê de não termos mais as nossas bolsas de valores funcionando... O governo que aufere lucros com o nosso trabalho tem a OBRIGAÇÃO de atender o setor (até eu que sou mais bobo queria esta política, receber o lucro e cair fora na hora de acudir) pois ele é que o entope de dividendos,,, Aceitar imposições de fora é escancarar as nossas defesas, pois nunca a concorrência virá aqui para nos ajudar, aliás o que mais temos dentro de nosso pais, é a concorrência... Não posso portanto abrir mão de uma PARCERIA com um governo que eu VOTO e que eu elejo...
ari rodrigues justi douradina - MS
Tenho medo disso, porque estou enquadrado neste modelo de viver as lembranças do passado. A agricultura tem alavancado o nosso estilo de trabalho, e sendo assim, estamos chegando ao fim da estrada, onde não vemos nada mais em nossa frete; A não ser somente olhar pelo retrovisor da vida.
Tiago Gomes Goiânia - GO
Parabéns pelo texto. Vejo na agricultura familiar em menores propriedades também a questão da sucessão familiar que de certa forma é em consequência dessas dificuldades e a suposta vida fácil da cidade grande.
Vejo produtores tristes por nenum de seus filhos quererem seguir tocando o negocio.Mas as vezes é por aí mesmo, talvez haja um pouco de apego em seguir as tradições familiares, mesmo que elas não tenham a rentabilidade desejada, em muitos casos é se desapegar e deixar que os sucessores passem a propriedade adiante. De certo modo a sucessão familiar vem sendo um problema até entre grandes produtores.Tiago, um dos grandes problemas também é discriminação ou a falta de respeito que os grandes grupos (todos ) do Agro tem com o pequeno Produtor... (Diferença de assistência , preço no insumos , comercialização ), o que se ouve dos chamados consultores destes é que não se pode perder tempo com quem produz pouco .
Edmilson esse comportamento não e' exclusivo do setor agro---Existe também na industria e serviços--
elcio sakai vianópolis - GO
Parabéns pelo texto (A inexorável concentração da Agricultura e o extermínio de um estilo de vida, por Eduardo Lima Porto), porém fico em dúvida, não acho que apenas as grandes fazendas serão rentáveis no futuro..., acho que os mais eficientes irão prevalecer, seja ele médio ou grande..., o pequeno produtor, este terá que ter outra fonte de renda, igual ao que já acontece em vários países do mundo. Hoje o arrendamento de terra pra se plantar cereais está tão caro que compensa ao pequeno arrendar, pois muito melhor ter uma renda garantida do que tentar arriscar plantando. Hoje sou um médio produtor, a União (BRASIL) está me ensinando a trabalhar, exigindo que me adeque as suas normas; depois que conseguir me adequar a estas normas terei gasto de 150 a 200 mil reais em benfeitorias pra fazenda. Acho engraçado pois me exigem tantas regras, que é uma via de mão única, pois, em troca, nunca posso exigir mais saúde, melhor logística, preço mínimo de verdade, etc.
Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR
PARABÉNS !!! Sr. Eduardo, a gestação de meses desse artigo nos premiou com uma joia rara, que não deve ser descartada nas gavetas do esquecimento....
Esse artigo deve ser relembrado todos os dias de nossas vidas.JAIRO AUGUSTO RAIZI Iracema do Oeste - PR
A mais pura das verdades do agronegócio, más, o tempo sempre nos dará a resposta, quando o homem confia apenas no seu próprio potencial e esquece que a natureza através de seu CRIADOR é muito mais sábia, surgem as consequências como venho presenciando neste inicio de ano agrícola do carro chefe do agronegócio em termos de rentabilidade para nós grandes ou pequeno agricultores, "a soja recém plantada e seus misteriosos desenvolvimento precário" . -Nem sempre tudo que investimos no capital material, sem a busca de um conhecimento sobrenatural/espiritual nos trazem bons resultados. Como dizia a REI SALOMÃO quando o criador lhe questionou, " o que querias para governar a nação", e ELE o respondeu: " APENAS SABEDORIA". ....Quando o "Mundo dos homens" buscar no seu criador sabedoria para o bom gerenciamento do "materialismo" acredito EU, ter um novo céus uma nova terra.
Renato Ferreira Dourados - MS
Minhas palavras... Já fui excluído do Sistema.
Brilhante
RENATO FERREIRA----Brasileiro nao desiste nunca ----A OTIMIZAÇAO do sistema produtivo e' um processo irreversivel mas nao sera' uma apocalipse como os cavaleiros Eduardo e Adoniran externaram-----No processo descrito pelo sr Eduardo eu enxergo varias atenuantes nao mencionadas------1) A terra se tornara' cada vez mais cara comparativamente porque o planeta e' sempre o mesmo mas a populaçao explode---Havera' um processo de fracionamento das propriedades por motivo de herança----A otimizaçao exige produtividade e muitas pastagens teoricamente aproveitaveis nao se encontram em regime pluvial adequado a alta produtividade----2)----As compras via internet vao secar as lojinhas de insumos das cidades proximas------3)---A vida no campo podera' ate ficar mais moderna MAS CONTINUARA" UM APRAZIVEL ESTILO DE VIDA--
Tudo escrito no artigo "A inexorável concentração da Agricultura e o extermínio de um estilo de vida", por Eduardo Lima Porto é a mais pura verdade. Leitura obrigatória para os agricultores. Me espanta a passividade das cooperativas. Estão sendo burras ao extremo. Eles teriam que dar meios para os médios sobreviverem. Os pequenos já foram. Os médios compram das cooperativas. quando a maioria forem grandes, este vão comprar direto das indústrias, o que de fato já acontece. A sobrevivência do cooperativismo está ligada umbilicalmente á sobrevivência dos médios produtores. Mas a diretoria jurássica e sem renovação a décadas não consegue enxergar além dos próprios interesses. Cooperativismo fajuto ajuda a enterrar o agricultor.
Parabéns ao autor, o melhor artigo que li recentemente, completo parabenizando Carlos W. Nascimento pelas suas colocações..., salvo raras exceções, Cooperativas tem muitas cabeças de porco em suas diretorias. Conheço uma estrela do cooperativismo brasileiro que faz exatamente o que foi mencionado, porém não larga da teta da viúva.
AS cooperativas são um retrato do seu associado...os políticos são um retrato do seu povo...quem elege os dirigentes da cooperativa!!!! o papa...quem elege os políticos!!!!!as galinha..os porcos..os bois por acaso..o ambiente de negócios em qualquer atividade é CADA DIA MAIS COMPETITIVO..ou você vai junto ou fica chorando saudade dos tempos do ari pistola como falam os três xirus...a roda gira..o mundo anda...sucesso no passado não garante sucesso no futuro...
Adoniran Antunes de Oliveira Campo Mourão - PR
Como sempre amigo Eduardo, fostes com o dedo na ferida. Infelizmente no Brasil, a Agricultura tem mais um inimigo desde sempre: o governo, com sua sede em arrecadar mais, e acho que quem paga mais impostos no Brasil é o produtor rural, e agora se os políticos gravarem a produção e os insumos necessários com Pis/ICMS e outros penduricalhos, tenho a coragem de dizer, que serão a guilhotina final no pescoço do agricultor. Será que está gente Beócia e ladravaz não vêem que ainda o que salva a pátria é justamente o Agro?
Para prorrogar a vida dos pequenos e médios agricultores a solução é a união entre eles; seja por meio de pequenas cooperativas ou sociedades locais (10,...15... quem sabe 30 agricultores). Ninguém precisa vender suas propriedades, basta que transformem em cotas de acordo com o numero de hectares e cultivarem em conjunto, como se fosse um todo.
No meu ponto de vista, o artigo não traz nada de apocaliptico, e sim retrata uma realidade vivenciada há décadas em nosso país. Segundo o IBGE, em 1950 no Paraná, 75,3% da população residiam na zona rural, já no ultimo censo de 2010, este percentual caiu para 14,67%. Portanto êxodo rural e concentração de propriedade são questões que não são nenhuma novidade. Os motivos são muitos: mecanização, politicas públicas, sucessão familiar, rentabilidade, etc... não vou tratar disto neste comentário, porem cabe salientar que o raciocinio do autor é válido em se tratando de commodities agrícolas, mas é bom lembrar que o agro é muito mais que isso. O pequeno produtor que insistir no cultivo de lavoura extensiva está fadado a deixar a atividade (aliás, grande parte já o fez), e os médios são "a bola da vez". Para os agricultores de plantão, é premente conhecer o tamanho de seu negócio frente ao segmento em que está inserido, e, dentro do vasto leque de oportunidades presente no agro, procurar uma atividade que seja viável para a sua região e sua propriedade.
Parabéns pelo artigo!
pessoal, vejo que muitos aqui não tem a percepção do que realmente ocorre na Amazônia, a característica da maioria dos que desmatam irregularmente na Amazônia. Na maioria dos casos não são pessoas que de fato representam o agro correto e que quer ganhar dinheiro honestamente.
Dos trabalhos que já fiz lá, Pará, Rondônia afora o que mais vi foram grileiros profissionais com capangas e tudo invadindo gleba federais e até áreas privadas para desmatar sem o menor controle, documentos esquentados, etc, coisa pesada.
Me assusta um pouco quando pessoas do agronegocio sério, indiretamente defendem essas pessoas, acaba sendo um tiro no pé do próprio setor.
Sim, é óbvio que desse montante vai ter algumas injustiças, mas pode ter certeza que é excessao e ainda a tempo de defesa para inclusive demonstrar que quem desmatou foram outros .
Lembrando que menos de 3% das multas por crimes ambientais são pagas no Brasil, a impunidade existe em todas as áreas.
Gilberto , aqui na sua terra natal e de seus amigos temos um modelo desta sua opinião que são os Condôminios de Armazenagem de Grãos , em uma área de cultivo do Município de 45.000 hactares já estão sendo armazenados aproximadamente 20.000 hact nestes condomínios , agregando valor ao produto . Neste processo temos grandes , médios e pequenos produtores .
É preciso aumentar este sistema para outras atividades .
E este Siena não prejudica ninguém .
Edmilson....o que você coloca e a forma de os pequenos e médios comprarem e venderem melhor....fácil de fazer!!!!!! NÃO....lembras da historia dos burrinhos amarrados em uma corda de 10 metros...os cochos de ração a 15 metros..e os dois querem comer ao mesmo tempo...ora quando aprendem a comerem juntos ..primeiro num cocho depois outro em fica resolvido..assim é a vida..quando os vizinhos deixam de lado as verdades próprias e organizam o que você citou todos GANHAM....
Tiago Gomes neste comentário o assunto e concentração da agricultura no segmento de grãos NÃO TEM NADA A VER COM MULTAS DO IBAMA---