Audiência do JN despenca: Seria problema de forma ou de conteúdo? Ou: Dêem à direita uma chance, por Rodrigo Constantino
Muitas coisas chocam um brasileiro quando ele vai morar nos Estados Unidos, conforme tenho relatado aqui. Mas uma delas chama a atenção e merece maior destaque: a Fox News. Sintoma ou causa, o fato é que a existência de um canal de TV como a Fox, com a audiência impressionante que ela tem, é uma espécie de garantia de que os americanos não vão viver numa republiqueta bolivariana. Apesar do Obama.
Muitos consideram a CNN “moderada” ou “neutra” e a Fox enviesada, de direita. Isso já é resultado da lavagem cerebral. A CNN tem claro viés de esquerda, e a Fox, sim, tem viés conservador. Mas faz jornalismo de boa qualidade, e mais do que isso: detona com fatos e argumentos as ladainhas populistas do lado de lá, sem sonegar do telespectador o direito ao contraditório (até hoje não entendo como os esquerdistas aceitam participar das entrevistas, em que acabam invariavelmente massacrados).
Disse não saber se a Fox é causa ou efeito, pois parece um caso de simbiose. Por conta da mentalidade mais conservadora dos americanos, a Fox tem um “nicho” de quase metade da população. Mas ela também ajuda a disseminar os valores dos “pais fundadores” e, com isso, preservar essa cultura liberal-conservadora. Ela dá voz a uma multidão, e ajuda a atrair mais gente para o lado direito.
Não há nada sequer parecido no Brasil. Sim, a esquerda radical acusa a TV Globo de ser “golpista”, “ultra-conservadora” etc, mas qualquer pessoa que não se alimente de quatro ri dessa acusação. Nem vou falar das novelas, com mensagens ultra-progressistas. Falemos do “Jornal Nacional” (JN) mesmo: alguém acredita que ele tenha um viés de direita de fato? Só quem não sabe o que é direita ou nunca viu a Fox News!
A audiência do “JN” está em queda-livre. Ele já perde para a Record em três regiões do país. Pode ser algum fenômeno temporário? Pode ser um ponto fora da curva? Pode, claro. Mas também pode ser um despertar da direita brasileira que a emissora da família Marinho não se deu conta ainda. O público quer uma mensagem diferente. Está cansado do politicamente correto, do viés “progressista”, das bandeiras de esquerda.
A Globo parece crer que o problema é mais de forma que de conteúdo. Recentemente, colocou até William Bonner de pé, como se isso fosse mudar alguma coisa. Meu amigo Alexandre Borges fez uma análise dura, porém realista da situação. Ele começa lembrando que a Fox News e o WSJ são ambos de direita e possuem a maior audiência de televisão e jornal do país. “Ah, mas nos Estados Unidos é diferente”, você dirá. E ele responde:
Qual é a revista mais vendida do Brasil? VEJA. Qual é o blogueiro de política mais lido?Reinaldo Azevedo. Quem é o líder na rádio de São Paulo? Pingos nos Is, dele mesmo. De quem é o talk show que encerrou a carreira do Jô Soares? Danilo Gentili.
Qual era o partido político com mais seguidores nas redes sociais até a eleição do ano passado? Partido Novo! E o registro nem [tinha saído] ainda! Os livros de direita são campeões de venda, com destaque para “O Mínimo”, do Olavo de Carvalho com o Felipe Moura Brasil, que vendeu uma quantidade estonteante e ainda vende bem mesmo quase dois anos depois de lançado. [Acrescento humildemente o meu Esquerda Caviar a essa lista, com mais de 60 mil exemplares vendidos].
O filme mais popular do país dos últimos tempos? A história de um policial durão e incorruptível que mata traficantes e culpa o usuário pelo tráfico. Já “Babilônia” tem um resultado tão desastroso que já foi encurtada.
Os grandes jornais, pasteurizados e parecidos, vendem uma quantidade ridícula se comparada ao tamanho da população do país. Como não há uma VEJA entre os jornais, todos patinam.
Será que nenhum desses indícios, nada disso, sugere aos iluminados da Globo que o problema não é exatamente de forma, mas de conteúdo?
Não tem uma única pessoa que ao menos pense que suavizar escândalos do governo, sugerir que só falta água em São Paulo porque Alckmin quer matar os pobres, tratar Israel como terrorista e islâmicos como vítimas, jurar que todo negro americano que morre é por causa do racismo, defender maioridade penal de 18 anos, achar que as ciclofaixas do Haddad transformaram a capital paulista em Amsterdã, que Bolsonaro é a reencarnação de Hitler, que mais governo na economia é “estímulo” e que inadimplência é “ótima oportunidade para renegociar as dívidas”, não está mais funcionando? Não dá mesmo para perceber que o público está de saco cheio de tudo isso e que com Facebook, Twitter, Netflix, YouTube, Apple TV, mais de cem canais de TV por assinatura, se você não for relevante vai ser solenemente ignorado?
Enquanto o jornalismo brasileiro não voltar a fazer jornalismo, âncoras vão andar, correr, pedalar, plantar bananeira, mas a população vai continuar buscando informação nas redes sociais e esperando que um dia ela seja lembrada pelos especialistas.
Se o JN continuar com o mesmo tratamento pasteurizado, edulcorado e politicamente correto do noticiário, Mark Zuckerberg vai ficar cada dia mais rico e rindo à toa.
“Pare de reclamar e vá trabalhar, o povo é de direita.”
O povo é de direita. Pesquisas apontam o viés mais conservador da população brasileira. Mas nada disso é representado nem na política, nem na mídia. Há um claro abismo entre o que a maioria pensa e quer e o que os políticos e jornalistas pensam e mostram. Quem vai preencher essa lacuna? Onde está a Fox News brasileira?
Entendo que remar contra a maré vermelha, especialmente num país como o Brasil, cujo governo controla metade do PIB e leis arbitrárias, não é fácil. Mas quem conseguir atender a essa demanda reprimida estará não só fazendo muito pelo país, como terá excelente retorno financeiro.
Crônica de um afogamento: O caso de Dilma
Rogério Werneck faz em sua coluna de hoje no GLOBO uma analogia entre a situação da presidente Dilma e um afogamento típico, lembrando que a luta desesperada do governo para impedir o impeachment parece o ato irracional fruto do pânico de um afogado:
A reação instintiva de quem está prestes a se afogar é mobilizar todas as forças que lhe restam para manter a cabeça fora d’água. No sôfrego afã de continuar a respirar, tudo mais perde importância.
É esse estertor de afogado, aflitivo e desesperado, que vem à mente, quando se analisa a agoniada atuação da presidente Dilma nas últimas semanas. O Planalto está integralmente mobilizado pelo único propósito de evitar o impeachment. Todo o resto foi deixado de lado. Nada mais importa. E no vale-tudo que se instalou, parece não haver limites aos meios de que o governo possa lançar mão para evitar que o mandato da presidente seja abreviado.
É bem sabido, no entanto, que, quando o risco de afogamento promete ser prolongado, entrar em pânico pode ser fatal. É importante manter a calma, saber poupar forças para resistir por mais tempo e conceber plano de jogo menos imediatista, que torne a sobrevivência mais provável.
Mesmo se Eduardo Cunha se afogar antes de detonar o impeachment, não há garantias de que ele será evitado. A coisa já tomou corpo e a pressão popular será crescente, à medida que a crise econômica arraste para o pântano todos, inclusive aqueles pendurados hoje em “programas sociais”.
Se Dilma escutar Lula e der uma guinada à esquerda populista, ou se Joaquim Levy não suportar mais ficar sob tanto fogo “amigo”, a permanência da presidente no poder poderá ser encurtada também.
Em suma, Dilma se afoga no tsunami que ela mesma ajudou a criar, com todos os estímulos de liquidez que injetou na economia, causando esse grave quadro de estagflação. Há algumas boias em que ela pode se agarrar para ganhar tempo, mas dificilmente terá fôlego para suportar mais três anos assim. Se, por algum “milagre”, ela conseguir, quem não resistirá será o Brasil mesmo, que afundará em seu lugar.
Duplipensar e a distorção de conceitos: Armas esquerdistas na estratégia de confundir
A vitória dos “liberais” no Canadá, que são, na verdade, de esquerda, levantou a velha questão dos conceitos. Um texto de Alexandre Borges publicado aqui dá o tom da coisa: os socialistas, sabendo que o termo está cada vez mais desgastado, tentam usurpar o bom e velho termo “liberal”. Não podemos deixar! Segue um trecho do capítulo “Duplipensar” do meu Esquerda Caviar, que fala justamente disso:
Palavras e expressões fazem diferença na cultura de um povo. Mas mesmo os americanos não ficaram livres das manipulações de conceitos. A esquerda lá foi tão eficiente que usurpou até mesmo o termo “liberal”, que passou a ser associado a políticas claramente antiliberais, que pregam sempre maior intervenção estatal na vida dos indivíduos.
O líder do Partido Socialista americano, Norman M. Thomas, em um discurso de campanha em 1948, declarou que o povo americano jamais adotaria o sistema socialista de forma consciente. Mas, sob o nome “liberalismo”, encamparia cada fragmento do programa socialista até que um dia a nação seria socialista sem saber como aconteceu. Quando vemos que Obama se diz um “liberal”, temos de reconhecer a capacidade profética do líder socialista.
No Brasil, o termo perdeu totalmente seu sentido, e nossos males sempre foram jogados na conta do tal “neoliberalismo”. Porém, como disse Roberto Campos, o “Brasil está tão distante do liberalismo – novo ou velho – como o planeta Terra da constelação da Ursa Maior!” Só mesmo no Brasil que um partido de esquerda como o PSDB pode ser rotulado de neoliberal.
Recentemente, talvez por perceber os ventos de mudança e o declínio da esquerda, chamuscada pelo desgaste no poder, parte da imprensa começou a tentar criar no país a mesma dicotomia entre liberal e conservador existente nos Estados Unidos. A Folha, quando fez uma reportagem sobre uma pesquisa que mostrava que o brasileiro é conservador, colocou a bandeira do desarmamento como coisa de liberal. Não! Desarmar inocentes não é uma bandeira liberal, até porque os liberais respeitam o direito individual de legítima defesa.
Mas a esquerda caviar adora rótulos sem sentido. Enquanto posa de moderada, costuma atacar seus oponentes como “extremistas”. O primeiro passo daqueles que pretendem confundir os indivíduos com seus vagos termos é jogar tudo no mesmo saco, chamando o conjunto todo de “extremismo” e pregando um “caminho do meio”. A técnica é conhecida.
Se alguém escutar uma pessoa afirmando ser igualmente contrária à peste bubônica, ao estupro e aos sermões de sua sogra, não restará dúvida de que o objeto do seu verdadeiro ódio seja a sogra, e eliminá-la parecerá o real objetivo de sua colocação. Afinal, não seria razoável considerar como males iguais as três coisas, por mais chato que fosse o sermão da sogra.
Da mesma maneira, quando alguém repete que condena igualmente o comunismo, o nazismo e o capitalismo, não resta dúvida de que o alvo verdadeiro seja o capitalismo. O comunismo carrega nas costas algo como 100 milhões de defuntos, enquanto o nazismo tantos outros milhões. Ambos são totalitários, depositam no estado todo o poder, partem para fins coletivistas, transformando os indivíduos em meios sacrificáveis, e incitam o ódio do preconceito, seja de classe ou de raça.
Em outras palavras, tanto o comunismo como o nazismo, similares em inúmeros aspectos, são absolutamente opostos ao capitalismo liberal, que prega a liberdade individual, entendendo que cada indivíduo é um fim em si. Enquanto o comunismo e o nazismo trouxeram apenas desgraça, miséria, terror e morte, o capitalismo trouxe o progresso para os povos e retirou centenas de milhões da pobreza, o estado natural da humanidade.
Mas os “moderados” jogam tudo no mesmo saco, sem separar o joio do trigo, e alegam que são “neutros” ou isentos de ideologias, com o único intuito de obliterar o verdadeiro significado do termo “capitalismo” e manchá-lo com as más companhias. A tática deu certo, claro, pois vemos que os capitalistas morrem de medo de serem acusados de radicais só por defender o capitalismo, infinitamente superior aos demais. Ayn Rand tentou reagir a esse perigo: “A melhor prova do colapso de um movimento intelectual é o dia em que ele não tem nada mais a oferecer como um ideal último além da demanda por moderação”.
Portanto, caros leitores, muito cuidado com os conceitos, com as palavras, com os termos utilizados. É do interesse da esquerda operar num ambiente de confusão conceitual, de termos vagos, onde ela pode simplesmente se apropriar, quando julgar necessário, dos conceitos diametralmente opostos ao que ela realmente defende.
Liberalismo não pode ser confundido com esquerdismo. O liberalismo foca no indivíduo; a esquerda pretende usá-lo como um meio sacrificável, como um peão num tabuleiro de xadrez. Esquerda e liberalismo são como água e óleo: não se misturam.
SIM, LULA, A CULPA É DO PT E SUA PRINCIPALMENTE!
O ex-presidente Lula, também conhecido como Pixuleco 171, talvez seja o sujeito mais indecente que o Brasil já teve. Lula é capaz de jogar na fritura seu amigo empresário que dividia escritório com seus filhos e tinha acesso livre ao Planalto, privilégio concedido apenas à então primeira-dama Marise, só para não afundar junto. Nelson Rodrigues não poderia ter imaginado uma personagem tão canalha assim, fazendo seu famoso Palhares, “aquele que não respeita nem a cunhada”, parecer um santo.
Pois bem: Lula resolveu voltar a abusar de todo o seu cinismo – e da paciência dos brasileiros – ao reclamar do “clima de ódio” reinante no país, e questionar, de forma retórica, se o PT tem culpa disso mesmo. Ele acha que não. Ele acha que a culpa é das “elites” que não suportam o tanto que seu partido fez pelos pobres. Sério, o homem insiste nessa narrativa patética, como diz o jornal:
Então Lula quer mesmo saber quem fomentou o ódio no país, quem insistiu num discurso que segregava a população o tempo todo, quem convocou militantes para agressões em adversários, tratados como inimigos mortais? Vamos ajudar a fraca memória do ex-presidente:
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