Boi: Essa safra vem ou não vem? por Lygia Pimentel
Estamos em um período de impasse.
Ao mesmo tempo que observamos o consumo retrair, resultado dos desastres em cadeia cometidos pela política econômica adotada pelo governo, a oferta de animais não parece contribuir para que o mercado tome um rumo mais claro. Será?
Há dificuldade de agregar valor à carne no varejo, já que inflação e desemprego corroem o poder de compra do brasileiro, que acaba encontrando alívio nos preços mais baixos da carne de frango. Em outras palavras, a carne bovina está pouco competitiva frente a proteínas mais baratas e acaba perdendo espaço à mesa.
Pelo lado da oferta, após uma forte estiagem e atraso de chuvas, a safra começou apenas em março, o que significa que houve pouco tempo disponível para que o gado ganhasse peso a pasto. Como a temporada de confinamento ainda não começou, o frigorífico ficou preso entre uma oferta pequena e um consumo miúdo.
Observe como não tem sido fácil driblar a margem ruim nos últimos tempos:
Gráfico 1 - Evolução da diferença entre o equivalente físico e a arroba em São Paulo
Fonte: Cepea/Agrifatto
Gráfico 2 - Evolução do volume exportado (mi ton) e faturamento (mi R$) de carne bovina
Fonte: Secex/MDIC/Agrifatto
Assim sendo, a indústria frigorífica encontrou alívio apenas através de um pesado ajuste produtivo. Melhor prejuízo pequeno do que prejuízo grande. Falhas e pulos compõem as escalas de abate. Férias coletivas e paralização de plantas começam a pipocar nos noticiários e isso melhorou recentemente a margem da venda de carne no atacado. Observe novamente o gráfico 1.
China e Rússia estão parecem estar dispostos a retomar os antigos volume de carne embarcada. Por sinal, na semana do dia 18 de maio o primeiro ministro chinês estará novamente no Brasil para reforçar a relação de colaboração comercial mútua entre os países. A expectativa é que a situação das exportações de carne bovina para o país asiático seja resolvida.
Mas a situação no mercado interno continua nebulosa.
E juntando a isso a onda de frio que chega e o fato de estarmos em maio, me parece que a oferta pode mostrar certa melhora. Em primeiro lugar porque a estação de monta não foi tão boa assim. Com a seca, as taxas de prenhez caem e as fêmeas devem ser descartadas agora, antes que termine a campanha de vacinação contra a febre aftosa. Em segundo lugar, a partir do momento que parar de chover o frio potencializará o prejuízo às pastagens, o que forçará o pecuarista que tem boi a pasto a embarcar esse animal, caso não queira enfrentar uma seca com o pasto cheio.
Agora é esperar para ver. A questão é que em termos práticos, poucos podem esperar para ver, afinal de contas, o que está em jogo é o resultado financeiro do ano.
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