Dinamicidade x Falta de Cultura x Acomodação, por Flávio França Junior

Publicado em 03/10/2014 18:05 e atualizado em 05/03/2020 08:45
Flávio Roberto de França Junior é Analista de Mercado, Consultor em Agribusiness e Diretor da França Junior Consultoria

Nessa última semana recebi inúmeras manifestações de apoio ao meu texto da semana que passou, aos quais eu tentei agradecer individualmente, e o faço agora coletivamente. Amigos produtores, de empresas de insumos, de empresas compradoras de grãos, e de vários outros segmentos. E essa gama variada de pessoas que refletiram e se manifestaram (ou não) sobre minhas considerações a respeito da boa e dá má análise de mercado, me trouxeram a esperança de estar efetivamente contribuindo para o debate, cujo objetivo sempre foi, e sempre será, o amadurecimento, o crescimento e a qualificação do agribusiness brasileiro.

E tendo em mente esse pano de fundo, gostaria de compartilhar outra reflexão. A difícil discussão sobre as diferenças entre os diversos tipos de pessoas, ou empresas, no que diz respeito à dinamicidade, à falta de cultura, que também pode ser considerada como ignorância, e à acomodação. Por definição, dinamicidade é a feição mutável de uma pessoa, ainda que baseada na tradição. Aquele que permite variações, mudanças, busca do aprimoramento. Já a falta de cultura, também associada ao termo ignorância, é a falta de conhecimento, falta de sabedoria, ou falta de instrução sobre determinado tema. Em outras palavras, a pessoa ignorante, no sentido lato da palavra, é aquela que ainda não recebeu instrução ou conhecimento sobre o assunto. E por último temos a acomodação, onde uma pessoa acomodada pode ser definida como uma pessoa quieta, satisfeita, sem grandes ambições. Ou seja, viver na linha do “deixa a vida me levar, vida leva eu...”.

Tenho a certeza de que vocês conhecem pessoas de cada um desses tipos. E conhecem também empresas cujos líderes têm esses perfis. E aí a associação é inevitável, ou seja, quando encontramos uma empresa onde seus líderes são dinâmicos, podemos dizer que essa é uma empresa dinâmica.

Se não tem cultura de mercado, podemos dizer que essa é uma empresa sem cultura. Assim como podemos definir empresas que são acomodadas. Nada contra ninguém, pois cada pessoa ou empresa tem um perfil diferente. E nesses meus quase 30 anos de mercado, e em especial no meu recente périplo por esse Brasil afora no processo de reposicionamento de mercado com a França Junior Consultoria, tenho tido surpresas positivas e negativas sobre esse aspecto. 

Mas o fato é que, apesar da incrível evolução de dinamicidade que o nosso setor vivencia nos últimos anos, e do grande salto qualitativo de nossas lideranças e empresas, ainda é possível encontrar “empresas ignorantes”, ou “empresas acomodadas”. No primeiro caso, ainda é possível encontrar solução. Ou seja, uma empresa que não tem cultura de mercado, por exemplo, se for dinâmica, pode correr atrás, buscar ajuda e eliminar seu desconhecimento. Felizmente, a grande maioria das empresas do agribusiness brasileiro pode ser colocada no lado positivo dessa balança, ou seja, ou já são empresas dinâmicas e evoluídas, ou estão a caminho de ser, ou estão interessadas em se tornar uma.

A preocupação fica por conta daquelas pessoas ou empresas acomodadas. Neste caso o futuro pode ser complicado e bastante incerto, mesmo que aparentemente observe relativo sucesso no momento. Então, cabe a todos nós, em nossa vida pessoal e em nossas empresas, fazermos constantemente essa reflexão: em quais desses três espectros eu me qualifico? Sou dinâmico, sou ignorante, ou sou acomodado? Minha empresa é “dinâmica”, é “ignorante” ou é “acomodada”? O simples fato de fazermos essa reflexão pessoal ou coletivamente, pode nos trazer respostas surpreendentes e fazer a diferença em termos de sobrevivência nesse competitivo e exigente mundo corporativo em que vivemos. 

Um “agroabraço” a todos!!!

www.francajunior.com.br e francajunior@francajunior.com.br 

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Fonte:
França Junior Consultoria

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1 comentário

  • Telmo Heinen Formosa - GO

    Parabéns Flavio Roberto pela abordagem do tema, especialmente sobre IGNORÂNCIA cujo termo não é tão pejorativo como propugnado por muitos. Significa em ultimo caso que a pessoa "não sabe o que deveria saber" para opinar sobre algo. Se "não sabe" e não quiser passar por ignorante, basta não opinar sobre aquilo. O simples fato de fazer uma reflexão realmente pode nos trazer respostas surpreendentes. O Setor Rural brasileiro concentra elevado numero de pessoas dinâmicas, ao contrario das cidades onde predominam IGNORANTES, acomodados e principalmente "inocentes úteis".

    Pense nisto dia 05 de outubro de 2014!

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