Wagner Rossi: Agricultura e preservação ambiental

Publicado em 08/07/2010 07:34
Por Wagner Rossi, ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O programa Agricultura de Baixo Carbono permitirá manter alta produtividade no campo, mitigando a emissão de gases de efeito estufa

Na aurora do novo século, a agricultura brasileira dá sinais de grande vitalidade e força. Alimentamos o nosso povo e o de muitas outras nações. O país bate recordes seguidos na produção de grãos e os investimentos têm sido crescentes.

Nos últimos oito anos, o governo federal quase quintuplicou os recursos para a produção agrícola e pecuária. De R$ 20,5 bilhões destinados no plano agrícola de 2002/ 2003, saltamos para R$ 100 bilhões a serem investidos na safra 2010/ 2011. Sempre buscando crescimento econômico, responsabilidade social e respeito ao meio ambiente.

Agora, ao lado do financiamento às atividades tradicionais no campo, o país dará novo salto de qualidade na produção rural, criando e ampliando mecanismos de estímulo a práticas agronômicas que compatibilizem aumento de produção, especialmente de alimentos, e respeito e preservação ambiental.

O programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), incluído no novo plano agrícola e pecuário, permitirá manter a alta produtividade no campo, mitigando a emissão de gases de efeito estufa.
As ações se somam a outros programas em curso, de impactos positivos para a conservação do meio ambiente, como os dos combustíveis renováveis etanol e biodiesel e o programa da palma de óleo (dendê), recentemente lançado.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento quer dar ao produtor as condições para fazer os investimentos necessários e incorporar as tecnologias alternativas ao longo do processo produtivo.

Neste primeiro ano, R$ 2 bilhões serão destinados para o programa ABC, além dos recursos para custeio disseminados em várias rubricas do Orçamento. O programa ABC atuará em cinco frentes: recuperação de pastagens degradadas; incentivo à formação de sistemas produtivos que integram lavoura, pecuária e florestas; expansão do plantio direto; aumento das áreas cultivadas onde se incentiva a fixação biológica de nitrogênio; e, finalmente, ampliação da área com florestas plantadas.

Toda atividade agrícola e pastoril que busque a sustentabilidade será estimulada e, nos seus desdobramentos futuros, planos de safras sucessivos deverão incluir novos incentivos.
A ideia é recuperar uma área de 15 milhões de hectares de pastos degradados com manejo adequado e adubação, o que corresponde à redução de 83 a 104 milhões de toneladas de CO2 equivalente/ano, se mantido o programa até 2020.

Outra meta é aumentar a área com o sistema de integração lavoura-pecuária-florestas em 4 milhões de hectares, reduzindo de 18 a 22 milhões de toneladas de CO2; e ampliar o uso do sistema de plantio direto em 8 milhões de hectares. Tais iniciativas vão posicionar a agricultura brasileira de pequenos a grandes produtores na vanguarda das ações de que o país precisa para atingir as metas acordadas em Copenhague.

Por isso, o ABC não deve depender de governos. Não está sendo implantado para beneficiar esta administração, até porque precisa ser mantido e ampliado pelos próximos governos. Chegamos àquele momento da história em que diferenças culturais, políticas e sociais tornam-se secundárias diante de um desafio maior.

É preciso abraçar o programa ABC, uma contribuição brasileira para reduzir as ameaças que pairam sobre a humanidade.

Bem-sucedido, ampliará a nossa produção e a segurança alimentar do país, além de conciliar objetivos produtivos com necessidades ambientais.

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Fonte:
Folha de São Paulo

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