Insistir em métodos de produção pouco eficientes é perverso com os mais carentes, por Prof. Aluizio Borem
Em meio à atual crise energética global, pode ser útil olhar para como as sociedades passadas lidaram com problemas semelhantes. É quase esquecido que o mundo no final do século XIX estava à beira da escassez de alimentos, à medida que a população crescia segundo uma progressão geométrica. A solução era encontrar maneiras de aumentar a produtividade agrícola.
Ao contrário de hoje, a sociedade daquela respondeu investiu na ciência, e logo os resultados apareceram. A chave para resolver o problema foi a produção de fertilizantes nitrogenados através da síntese de amônia.
A Comunidade Europeia está em uma cruzada silenciosa contra o uso de fertilizantes e em especial contra os nitrogenados. Os rendimentos da agricultura orgânica, que não usa fertilizantes nitrogenados, são, em média, 30% a 40% menores do que os da agricultura convencional. Assim, seria impossível alimentar o mundo usando apenas métodos orgânicos. Apesar disso, a Alemanha quer que 30% da sua produção agrícola venha a agricultura orgânica, em um momento em que muitos alemães não podem mais se dar ao luxo de comprar alimentos orgânicos devido aos elevados preços.
Enfraquecer a própria produção de alimentos em um momento de crise é uma política suicida.
Na agricultura sempre deve existir lugar para os vários tipos de produção de alimentos: convencional, orgânica, hidropônica, regenerativa, etc para que menos pratos fiquem vazios diariamente.
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