A evolução das foodtechs, por Mauricio Moraes e Fábio Pereira
A PwC Brasil publicou recentemente em parceria com a Liga Ventures, uma análise sobre “A evolução das startups no setor de food techs”. O levantamento foi realizado com 396 startups inseridas em 23 categorias no período de 2021 até janeiro de 2022, por meio da Startup Scanner, ferramenta da Liga Ventures com o apoio estratégico da PwC, com objetivo de dar mais visibilidade aos negócios das startups no Brasil, com a dinamicidade e atualização necessária para acompanhar os movimentos das soluções em diversos mercados e temas de aplicações, de maneira estruturada, neste caso as startups que operam no ecossistema do setor de alimentos, desde a originação até o consumo, descarte e desperdício.
O relatório identificou oxigenação de 29,90% da base no período 2021-2022, ou seja, startups que foram adicionadas à plataforma em relação à base total, contando novas startups nascidas e novas monitoradas. Esse porcentual de crescimento das startups no período analisado é sustentado pelo hábito de compra dos consumidores, que mudou drasticamente com a pandemia. Hoje, vivemos o ambiente phygital, a experiência omnichannel e a busca pela melhor conveniência nas compras. A pesquisa Global Consumer Insights - Pulse mostrou que, na prática, 35% dos consumidores no Brasil e 41% no mundo fazem compras exclusivamente online ou aumentaram a frequência, em diversas categorias.
A categoria com maior número de startups no momento da publicação, em janeiro/2022, foi de “Novos Alimentos e Bebidas”, sendo 51 startups ou 12,88% da base de startups ativas e sendo monitoradas. Esse dado, comprova a tendência da preocupação dos consumidores com o futuro de sua alimentação. Esses consumidores buscam mais transparência na cadeia de produção, sustentabilidade e saudabilidade. Ainda segundo a pesquisa Global Consumer Insights - Pulse, dentre os principais atributos de alimentos pelos quais os consumidores estão dispostos a pagar mais, 55% dos consumidores brasileiros escolhem as opções mais saudáveis como o principal estímulo - no mundo, esse número é de 53%. Dentro desse contexto, as tendências de novos alimentos, como proteínas alternativas, se conectam com as movimentações das startups.
Outra categoria que apresentou forte presença em números de startups foi “Marketplace de alimentos e delivery”. Isso pode ser explicado por um hábito dos consumidores que foi acentuado durante a pandemia, o de esperar que o varejista mantenha o nível de atendimento da experiência física no online, demandando o conhecimento das startups para gerar e entregar valor em toda a cadeia de serviços.
Em relação a evolução regionalizada em nosso país, São Paulo é o estado com maior participação em números totais de startups ativas do setor de alimentos, representando 48,74% do total. Com isso, mantendo o o estado como o principal “berço para startups no Brasil”, principalmente devido ao ambiente empreendedor mais desenvolvido.
O estudo mostra que não foi apenas o número de startups que aumentou no último ano, mas que o quadro de colaboradores também evoluiu. Durante o período de análise, as startups ativas tiveram um crescimento médio de 34,62% no número de funcionários, representando um total de 8473 novas vagas abertas no período analisado. Atualmente, o setor emprega quase 26,5 mil pessoas.
O mundo está em constantes mudanças e é necessário que as empresas consigam entender as novas perspectivas ao longo das cadeias produtivas e de consumo. Em meio a esse contexto, observa-se a importância do papel das startups de alimentos para conseguir acompanhar o dinamismo das relações atuais, criar diferenciais inovadores e capturar oportunidades em todos os elos da cadeia de valor.
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