Aplicativo é a solução da lavoura?, por Rodrigo Capella
O momento agora é de balanço no nosso agronegócio. Nos últimos três anos, foram várias as empresas que lançaram aplicativos, dos mais diferentes formatos, com os mais diferentes objetivos.
Informações gerais sobre importação e exportação, identificação de pragas, dicas de pulverização, manejo de rebanho e dados sobre o mercado de nutrição vegetal, entre várias outras iniciativas.
Por conta desta diversidade e também de questões estruturais, como qualidade do sinal de Internet, algumas perguntas têm sido recorrentes nas reuniões de marketing das empresas de agronegócio: a) o lançamento do aplicativo foi uma estratégica assertiva? b) o produtor rural tem utilizado a ferramenta com frequência?, ou ainda c) o conteúdo enfatizado na plataforma tem sido relevante?
Apesar dos esforços, estas perguntas não têm respostas fáceis. Muitos dos elementos que as compõe são subjetivos, de estruturação tardia. Sobram, então, sensações, expectativas e possibilidades de mensuração, muitas delas com base em longas conversas no campo.
De um produtor de leite, ouvi, recentemente: “Uso somente o Zap Zap e já está de bom tamanho. Por que eu quero tanto aplicativo? Vou fazer o que com eles”.
O desabafo deste pecuarista está em sintonia com um estudo realizado pela Associação Brasileira de Marketing Rural & Agronegócio e pela Informa Economics que revela a utilização de WhatsApp por 96% dos produtores brasileiros.
Já um produtor de soja me disse que consegue utilizar no máximo cinco aplicativos. “Não acesso mais do que isso. Eu entro no meu banco e os outros quatro aplicativos eu uso quando preciso”.
Estes dois depoimentos nos revelam uma realidade interessante: sim, o produtor está mais conectado. No entanto, utiliza e continuará utilizando a tecnologia de acordo com as suas necessidades, não deixando a tecnologia criar novas necessidades.
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