Bioeconomia: modelo de produção que alia sustentabilidade e renda, por Embrapa
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) oferece em seu portal uma página temática exclusiva sobre bioeconomia. O espaço reúne todas as informações relacionadas à atuação da Empresa nessa área, incluindo projetos de pesquisa, soluções tecnológicas, vídeos, fotos, publicações científicas e notícias, entre outras. O objetivo é ajudar a sociedade a compreender melhor esse novo modelo de produção industrial que substitui os recursos fósseis e não renováveis pelos biológicos. O lançamento da página temática acontece hoje (21/10) junto com o início da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2019), cujo tema é “Bioeconomia: diversidade e riqueza para o desenvolvimento sustentável”.
O evento, que está em sua 16ª edição, abrange atividades em todo o Brasil até o dia 27/10, com o objetivo de aproximar a Ciência e Tecnologia da população. A ideia é criar uma linguagem acessível à população, por meios inovadores que estimulem a curiosidade e motivem a população a discutir as implicações sociais da Ciência, além de aprofundarem seus conhecimentos sobre o tema. A SNCT é realizada sempre no mês de outubro sob a coordenação do MCTIC, e conta com a colaboração de secretarias estaduais e municipais, agências de fomento, espaços científico-culturais, instituições de ensino e pesquisa, sociedades científicas, escolas, órgãos governamentais, empresas de base tecnológica e entidades da sociedade civil.
Bioeconomia: modelo que integra produção e sustentabilidade
A bioeconomia é um modelo de produção industrial baseado no uso de recursos biológicos. O objetivo é oferecer soluções para a sustentabilidade dos sistemas de produção com vistas à substituição de recursos fósseis e não renováveis. No Brasil, o termo é novo, mas a ciência não. Na verdade, a bioeconomia já é realidade no País desde a década de 1970, quando foi criado o Programa Nacional do Álcool (Proálcool). Graças a essa iniciativa, surgida na época para enfrentar a crise mundial do petróleo, o Brasil é hoje o segundo maior produtor mundial de etanol e o maior exportador mundial.
A principal diferença da bioeconomia atual em relação à do passado é o uso intensivo de novos conhecimentos científicos e tecnológicos, gerados a partir de áreas de ponta como a biotecnologia industrial, genômica, biologia sintética, bioinformática, química de renováveis, robótica, tecnologias de informação, nanotecnologia, entre outras. Vale destacar também que o potencial da bioeconomia não se restringe à produção de bioenergia.
Em um país megabiodiverso como o Brasil, dono da maior biodiversidade de flora e fauna do planeta - com mais de 100 mil espécies animais e cerca de 45 mil vegetais conhecidas – é premente investir em um modelo econômico baseado no uso sustentável de recursos naturais. Quando bem caracterizados e racionalmente explorados, esses recursos podem contribuir de forma efetiva para alavancar a bioeconomia nacional.
Tendências da bioeconomia no Brasil e no mundo
Segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), a bioeconomia movimenta no mercado mundial cerca de 2 trilhões de euros e gera cerca de 22 milhões de empregos. Além disso, as atividades do setor estão no cerne de pelo menos metade dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, desde a segurança alimentar até a garantia de acesso à energia e saúde.
Outro aspecto a ser ressaltado é a capacidade de integrar agricultura e indústria, tornando-as parte do mesmo processo no desenvolvimento econômico. No Brasil, a bioeconomia tem potencial real para utilizar e aprimorar toda a multifuncionalidade da agricultura em prol da produção de alimentos, fibra, energia, prestação de serviços ambientais e ecossistêmicos, química verde e novos insumos. A tendência é buscar soluções inovadoras e sustentáveis, que assegurem ao mesmo tempo a biodiversidade e a proteção ambiental.
Adicionalmente, a competência em bioenergia, agricultura e biotecnologia faz do Brasil um dos protagonistas no cenário da bioeconomia em nível mundial. Uma das tendências mais fortes hoje no País é a utilização de biomassa integral ou residual como matéria-prima para desenvolvimento de diversos bioprodutos com potencial de uso em diferentes setores da economia. A expectativa é reduzir a dependência de recursos de fontes fósseis e o impacto sobre a biodiversidade e o meio ambiente.
Quer saber mais? Consulte a página temática sobre bioeconomia no Portal da Embrapa.
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