Queimadas nas propriedades rurais, por Marcelo Sepulveda

Publicado em 22/08/2019 10:15

Tenho uma pergunta pra te fazer!

Você seria capaz de colocar fogo na sua empresa? Ou atear fogo no seu trabalho? Quem sabe por fogo na sua casa? Ou então por fogo no seu carro ou simplesmente queimar tudo o que você conseguiu juntar em anos de trabalho?
Não né!

Pois é, não me surpreende sua resposta, ninguém em sã consciência seria capaz de tamanha loucura!
O que me surpreende é uma galera apontar o dedo e colocar a culpa no agro ou nos fazendeiros.
Pelo contrário, 60% de tudo que está preservado no país estão dentro das fazendas.

queimadas

Fazendeiros, fazem igual na foto ai, arriscam seus equipamentos e vidas pra tentar proteger sua terra, o seu ganha pão, as suas riquezas.

Fazendeiro dorme com um olho aberto e outro fechado assustado que o fogo adentre a sua fazenda.
Fazendeiro faz aceiro durante o final das águas para que o fogo, que normalmente se inicia na beirada das rodovias não adentre as suas terras, ou para que as faíscas da fazenda vizinha não pule pra ca da cerca e propague ainda mais desastre na região.

Alguns fazendeiros tem até equipamentos para uma brigada de incêndio para combate ao fogo!

E engana você que acha que os incêndios se iniciam apenas pelas bitucas de cigarro! Fogo inícia também na latinha vazia jogada pela janela do carro, pelo marmitex de metal, por um escapamento que cai, ou por uma e qualquer outra peça metálica que cai dos veículos, e nesse calor forte e nesse tempo seco, um pedaço de metal aquecido pelo sol junto a um mato seco é o suficiente para um desastre!

tabela queimadas

No fundo, essa repercussão toda sobre os incêndios que acontecem todos os anos no Brasil talvez levante um alerta que a cidade depende mais do campo e das matas do que eles imaginam. Afinal, a seca e falta de água só se tornou um problema quando atingiu a maior cidade do país, e não durante todos os anos que afastou os sertanejos do agreste!

#oagroprotege

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Bolsonaro diz que ONGs podem estar por trás de queimadas na Amazônia

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BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira que organizações não-governamentais podem estar por trás das queimadas na Amazônia por terem perdido recursos e estarem querendo atingi-lo.

Ele não apresentou evidências das alegações e, indagado se tinha provas do que afirmava, disse que não existem planos escritos nesses casos.

“O crime existe. Isso temos que fazer o possível para que não aumente, mas nos tiramos dinheiro de ONGs, 40% ia para ONGs. Não tem mais. De modo que esse pessoal está sentindo a falta do dinheiro. Então pode, não estou afirmando, ter ação criminosa desses ongueiros para chamar atenção contra minha pessoa, contra o governo do Brasil", disse o presidente em entrevista ao sair do Palácio da Alvorada.

Em seguida, Bolsonaro afirmou que “tudo indica” que pessoas se preparam para ir à Amazônia filmar e então “tocaram fogo” na floresta.

Questionado se tinha provas ou indícios das acusações que fazia, o presidente afirmou que isso “não tem um plano escrito” e “não é assim que se faz”.

Desde o início deste ano, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que monitora os focos de queimadas no país, já detectou mais de 72 mil pontos, especialmente nos Estados do Mato Grosso, Pará, Rondônia e Amazonas. O número é 83% maior que no mesmo período de 2018 --um ano atípico por ter sido muito úmido-- e o maior dos últimos sete anos. [nL2N25G0L3]

(Por Lisandra Paraguassu)

Focos de queimadas no país batem recorde e passam de 70 mil pontos no ano

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Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O número de focos de queimadas no Brasil atingiu na última semana o recorde dos últimos sete anos, com 72.843 pontos registrados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) entre janeiro deste ano e a última segunda-feira, um número 83% maior do que no mesmo período do ano passado.

O levantamento do Inpe, feito diariamente por satélite, mostra que apenas entre o domingo e a segunda-feira, apareceram 1.346 novos focos no país. Desde a última quinta-feira, são 9.507 novos pontos de queimada.

Imagens de Roraima mostram o Estado coberto por fumaça escura. O Estado do Amazonas decretou situação de emergência na região sul e na zona metropolitana de Manaus por causa das queimadas. E o Acre instituiu estado de alerta ambiental a partir da última sexta-feira.

Desde janeiro, Mato Grosso foi o Estado que mais acumulou focos de incêndio, com 13.682 pontos, um aumento de 87% em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, os focos vêm aumentando no Pará e no Amazonas.

O primeiro registrou mais de 7 mil pontos de queimada neste mês de agosto e o segundo, 5,3 mil. Apenas nos últimos cinco dias apareceram 478 novos focos no Pará.

Dos 10 municípios com maior número de registros este mês, quatro são no Pará, inclusive os campeões, Altamira e São Félix do Xingu, e Novo Progresso, onde fazendeiros da região marcaram os dias 10 e 11 de agosto como o "dia do fogo", em que iriam iniciar as queimadas.

Os dados do Inpe mostram, nesses dias, um aumento de 300% nos focos de incêndio em Novo Progresso e de 743% na região de Altamira.

O "dia do fogo" foi revelado pelo jornal "Folha do Progresso" que, ao conversar com fazendeiros da região, teria ouvido que eles precisavam "mostrar ao presidente (Jair Bolsonaro) que querem trabalhar e o único jeito é derrubando".

Questionado sobre o aumento das queimadas, o presidente Jair Bolsonaro reclamou de estar "sendo acusado de ser Nero", comparando-se ao imperador romano que teria posto fogo em Roma.

"Era o capitão motosserra e agora o Nero, tocando fogo na Amazônia. É época de queimada por lá", disse em entrevista ao sair do Palácio da Alvorada na manhã desta terça-feira.

"O pessoal pedindo aí pra eu botar o Exército pra combater... Alguém sabe o tamanho da Amazônia? A distância dos pelotões de fronteira, entre um pelotão de fronteira, é 200 quilômetros! Um dos mais perto... Vai botar quantas pessoas pra apagar fogo na Amazônia, meu Deus do céu? É época de queimada, o que aproveitam no momento?", reclamou.

Apesar do início da seca nas Regiões Norte e Centro-Oeste do país, a quantidade de focos de incêndio não é considerada pelo Inpe como de origem natural.

O pesquisador Alberto Setzer, coordenador do grupo de monitoramento de queimadas do Inpe explica que não há nada de anormal no clima deste ano. Na região amazônica, a previsão de chuvas neste trimestre está um pouco abaixo da média, mas nada anormal.

"Todos os anos há alterações. Não é nada fora do padrão", garantiu. "É comum se ouvir dizer que clima causou as queimadas. Não é bem assim. A seca cria condições favoráveis ao uso do fogo e à propagação, mas quando se inicia o fogo é a ação humana, seja de propósito, seja por descuido."

Em 2018, o Brasil como um todo teve 39.759 focos de queimadas, mas o número foi o mais baixo dos últimos cinco anos. Setzer explica que o ano passado foi especialmente chuvoso, o que ajudou a reduzir os números.

O recorde anterior nos últimos sete anos havia sido em 2016, com 66.622. Mas desde 2014 os números, com apenas essa exceção, têm ficado acima de 50 mil focos no período até agosto.

Os dados das queimadas se somam às demais más notícias para o Meio Ambiente. Dados do próprio Inpe, do sistema de alertas em tempo real Deter, mostram um aumento de quase 50% nos dados de desmatamento entre agosto de 2019 e o último mês de julho, e cresceu 67% apenas nos sete primeiros meses deste ano.

Questionado sobre o aumento no desmatamento, Bolsonaro disse estar esperando os "novos números".

"Tô esperando, tô esperando as próximas rodadas de números, que não serão números feitos, que vão aparecer sem responsabilidade para mostrar pra vocês, tá?", disse. "Ninguém vai esconder nada, não. Queremos é responsabilidade, se os números forem alarmantes eu vou tomar conhecimento na frente de vocês."

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Por:
Marcelo Sepulveda
Fonte:
Reuters

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