Vazio sanitário da soja: Enquanto o Paraguai planta o Brasil espera, por Valdir Edemar Fries
A pesquisa agropecuária tem evoluído e proporcionado benefícios científicos e tecnológicos para garantir a defesa sanitária vegetal, já os meteorologistas nos indicam previsões cada vez mais precisas para planejarmos nossa safra com menor risco de perdas de produção.
Muito temos discutido em relação ao vazio sanitário da soja, que tem o objetivo de neutralizar a proliferação do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática, principal doença das plantas de soja.
Mesmo com a implantação do vazio sanitário e todo controle químico que se aplica nas lavouras, continuamos registrando focos de ferrugem asiática, isto tem levado produtores, pesquisadores e Instituições a um debate constante em relação ao vazio sanitário, e a busca por novas moléculas para um controle fitossanitário mais efetivo da doença.
Sabemos, segundo a pesquisa nos informa, que os esporos do fungo Phakopsora pachyrhizi tem a capacidade de sobreviver no ar por um período de 55 dias, e para quebrar este ciclo, recomendações técnicas e diretrizes estabelecidas pelos pesquisadores, levaram o Poder Institucional a determinar um vazio sanitário por um período minimo, e para se ter maior garantia, tanto no Brasil como no Paraguay autoridades definiram em Lei um vazio sanitário de 90 dias, que acaba por garantir a defesa sanitária.
Se de um lado temos os 90 dias de vazio sanitário estabelecido em Lei em diversos Estado Brasileiro, por outro lado temos um longo período de cultivo, e dado a dimensão territorial do zoneamento econômico ecológico do cultivo das lavouras de soja, este período de inicio e final do vazio sanitário é regionalizado. Em determinadas regiões o período do vazio inicia em 1 de junho, portanto tem seu vazio sanitário definido entre os dias 1 de junho a 30 de agosto, outras regiões tem inicio em 15 de junho e até mesmo com inicio no dia 30 de junho e final em 30 de setembro, o que nos garante os 60 dias de vazio sanitário por completo nos meses de julho e agosto.
O Paraguai, País vizinho que faz fronteira com os Estados do Paraná e do Mato Grosso do Sul, o SENAVE – Serviço Nacional de Calidade Y de Semillas através da resolução 071 de 11 de fevereiro de 2011 determina o vazio sanitário naquele País entre os dias 1 de junho a 30 de agosto, com isto os produtores do País vizinho, do outro lado das margens do rio Paraná, a soja já esta sendo plantada desde o dia 28 de agosto, segundo podemos confirmar por imagens publicadas no site NOTICIAS AGRÍCOLAS https://www.noticiasagricolas.com.br/imagens-do-dia/#.V81dx_krLcs
nício do plantio de soja na Estância Bom Sucesso, em Salto Del Guairá (PY), do produtor Rui Carlos Ferri – FONTE – SITE https://www.noticiasagricolas.com.br/
Já no Estado do Paraná, a Portaria 193/2015 altera o período do vazio sanitário, e ao contrário de demais Estados da Federação e de Países vizinhos, no Paraná, a Lei estabelece que o vazio sanitário se inicie em 15 de maio até 15 de setembro, ou seja, inicia 30 dias antes, o que leva ao Estado do Paraná um período de 120 dias de vazio sanitário.
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A PESQUISA, O ZONEAMENTO ECONÔMICO E ECOLÓGICO, O CLIMA E O VAZIO SANITÁRIO.
A pesquisa tem desenvolvido novas cultivares, o clima de cada ano, segundo meteorologistas, se altera em decorrência da temperatura dos oceanos.
Se na safra 2015/2016 tivemos a influencia do El’ninho, neste ano agrícola, para a safra 2016/2017, os meteorologistas estão caracterizando a instalação do La’ninha, e já preveem falta de chuvas para o sul do Brasil no decorrer do mês de janeiro de 2017.
Ou seja, a depender da data de plantio, as lavouras de soja podem sofrer severas perdas de produtividade em virtude da falta de umidade no solo, em contra ponto, o final do mês de agosto e o inicio deste mês de setembro a América do Sul esta sendo beneficiada com excelentes precipitações pluviométrica e clima favorável para a implantação das lavouras, seja para o plantio das lavouras de milho e ou de soja, como já esta acontecendo no Paraguai.
O Paraná já iniciou seu plantio de milho, e enquanto espera o final do período do vazio sanitário definido em Lei, o vizinho País, o Paraguai, logo após as margens do Rio Paraná já tem áreas de lavoura com sua SOJA emergida, sem riscos e ou de consequentes perdas de produção que a falta de chuvas possam a vir provocar na lavoura caso se concretize as previsões climáticas divulgada pelos meteorologistas (períodos seco em janeiro 2017)..
Se de um lado temos a pesquisa afirmando que os esporos do fungo Phakopsora pachyrhizi tem a capacidade de sobreviver no ar por um período de 55 dias, para quebrar este ciclo, temos no PARANÁ um vazio sanitário estabelecido de 120 dias sem qualquer flexibilização legal, o que nos leva a depender do clima de cada safra, sofrer severas consequências, uma vez que a Lei do vazio sanitário nos impedem de flexibilizar e adequar a época de plantio de acordo com as previsões climáticas, mesmo que todas as previsões nos indiquem que podemos sofrer consequências de perdas de produção dado aos fatores climáticos do evento La’ninha que deve provocar falta de chuvas em janeiro 2017, e podem levar a frustração de safra, a depender da data do plantio…
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