Terras brasileiras e gestão de estrangeiros, qual o tamanho da coisa? Por José Luiz Tejon

Publicado em 27/02/2015 15:09
José Luiz Tejon Megido é Conselheiro Fiscal do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS), Dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM, Comentarista da Rede Estadão.

Terras agricultáveis viraram ouro no mercado global do agronegócio. Seus preços subiram mais do que qualquer ativo nos últimos 10 anos. Entre 2009 e 2013, a evolução média do preço das terras no Brasil foi de 94%, e muito mais no Centro Oeste, com 131% nesse período de apenas quatro anos. E temos produtores estrangeiros e empresas investindo no Brasil.

Para variar, a lentidão das governanças e decisões no Brasil faz parte da nossa cultura histórica. Uma lei de 2012, que oferece um projeto, ainda aguarda a criação de uma comissão especial para análise do texto. Coisas como a proibição de vendas de áreas superiores a 25% do território do município fazem parte do texto. Mas o tema segue, em parcerias e movimentações de grupos.
 
Grandes empresas japonesas já têm no Brasil cerca de 1% do total das áreas agricultáveis do país. O Japão estuda ainda investimentos logísticos no país. Argentinos, escapando das Kirchinices, diversificando, formam outro grupo de estrangeiros no Brasil, e muitos deles em parceria com empreendedores brasileiros.  Dentre as 20 maiores empresas do agro, 1/3 são controladas por estrangeiros, aproximadamente 1 milhão de hectares. Aspectos tributários, jurídicos e de governança são desafios.
 
Não vejo temor, nem fantasmas, na questão de companhias e produtores estrangeiros produzirem no Brasil. Estarão sujeitos as leis do país, e investindo aqui. Há muita ficção a respeito. Algo que será cada vez mais inexorável, a globalização do lado de dentro das porteiras das fazendas pelo mundo inteiro.
Sobre o CCAS

O Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS) é uma organização da Sociedade Civil, criada em 15 de abril de 2011, com domicilio, sede e foro no município de São Paulo-SP, com o objetivo precípuo de discutir temas relacionados à sustentabilidade da agricultura e se posicionar, de maneira clara, sobre o assunto.

O CCAS é uma entidade privada, de natureza associativa, sem fins econômicos, pautando suas ações na imparcialidade, ética e transparência, sempre valorizando o conhecimento científico.

Os associados do CCAS são profissionais de diferentes formações e áreas de atuação, tanto na área pública quanto privada, que comungam o objetivo comum de pugnar pela sustentabilidade da agricultura brasileira. São profissionais que se destacam por suas atividades técnico-científicas e que se dispõem a apresentar fatos concretos, lastreados em verdades científicas, para comprovar a sustentabilidade das atividades agrícolas.

A agricultura, apesar da sua importância fundamental para o país e para cada cidadão, tem sua reputação e imagem em construção, alternando percepções positivas e negativas, não condizentes com a realidade. É preciso que professores, pesquisadores e especialistas no tema apresentem e discutam suas teses, estudos e opiniões, para melhor informação da sociedade. É importante que todo o conhecimento acumulado nas Universidades e Instituições de Pesquisa seja colocado à disposição da população, para que a realidade da agricultura, em especial seu caráter de sustentabilidade, transpareça.

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CCAS

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1 comentário

  • Marcio Antonio Cezarotto Santarém - PA

    A agricultura sempre é sustentável desde que seja praticada onde o clima permita. A Amazônia é o melhor lugar do Br, pena que tenha tão pouca área agricultável em relação a sua extensão. O Pará é o exemplo, tem território equivalente a 5 Paranás e terras agricultáveis totais igual o território de SP. Mas usa menos que SC... Aqui o clima e o solo são ótimos, o relevo é que permite pouco, muito terra dobrada...

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