Boletim Carvalhaes: Café encerrou quarta semana de pouca atividade e poucos negócios no físico brasileiro
Sexta-feira, 6 de novembro
No pós-eleição americana, o dólar recuou forte no mercado internacional, fechando hoje no nível mais baixo em dois anos e meio. No Brasil também caiu com força frente ao real. Hoje, pelo terceiro dia consecutivo, trabalhou em acentuada queda em face ao real, fechando com perdas de 2,74%, a R$5,3930. Ontem fechou com queda de 1,91% e na quarta-feira caiu 1,89%. Na sexta-feira passada, encerrou o dia valendo R$5,7380. Em uma semana recuou 6% frente ao real.
O mercado de café encerra a quarta semana de pouca atividade e poucos negócios no físico brasileiro. Os contratos de café na ICE Futures US em Nova Iorque apresentaram um balanço positivo em todos os vencimentos e os com vencimento em dezembro próximo somaram 255 pontos de alta. A queda de 6% do dólar frente ao real transforma essa alta em perdas quando os preços são calculados em reais. Na sexta-feira passada, os contratos para dezembro na ICE fecharam valendo R$ 792,42 por saca e hoje esses contratos encerraram o pregão a R$ 762,97.
O mercado físico brasileiro permaneceu calmo, com poucos negócios fechados. Os produtores, em sua maioria, continuam aguardando a regularização das chuvas antes de decidirem o que farão com seus lotes de café. As bases oferecidas pelos compradores apenas acompanham o sobe e desce de NY e do dólar frente ao real. Não atraem os vendedores.
Os cafeicultores sabem que as perdas já são uma realidade, mas ninguém consegue enxergar com clareza a extensão dos estragos desta longa seca na produção brasileira de café em 2021, com reflexos também na safra 2022. Terão de aguardar as chuvas de verão, em dezembro, janeiro e fevereiro, para só então conseguirem dimensionar com alguma precisão qual será a extensão das perdas para a safra brasileira 2021/2022. Problemas climáticos atingem também os cafezais da América Central e do Vietnã.
Faltando apenas dois meses para o fim do ano, dificilmente o Brasil honrará os R$ 4,216 bilhões em compromissos assumidos em 2020 com organizações internacionais como a ONU, OMS, UNESCO, OIT e no caso do café, a OIC – Organização Internacional do Café. Desse montante, apenas R$ 15,4 milhões foram pagos até agora, segundo o Ministério da Economia. No caso do café, para o Brasil, como maior produtor, maior exportador, e segundo maior consumidor de café do mundo, é imprescindível sua participação na OIC.
Até dia 5, os embarques de outubro estavam em 2.776.632 sacas de café arábica, 461.423 sacas de café conillon, mais 274.829 sacas de café solúvel, totalizando 3.512.884 sacas embarcadas, contra 3.505.311 sacas no mesmo dia de setembro. Até o mesmo dia 5, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em outubro totalizavam 4.536.354 sacas, contra 4.200.117 sacas no mesmo dia do mês anterior.
Até dia 5, os embarques de novembro estavam em 83.508 sacas de café arábica, 27.876 sacas de café conillon, totalizando 111.384 sacas embarcadas, contra 64.657 sacas no mesmo dia de outubro. Até o mesmo dia 5, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em outubro totalizavam 561.772 sacas, contra 435.443 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 30, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 6, subiu nos contratos para entrega em dezembro próximo 255 pontos ou US$ 3,37 (R$18,17) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 30 a R$ 792,42 por saca, e hoje dia 6 a R$ 762,97. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em dezembro a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 100 pontos.
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