Café: Guerra comercial entre China e EUA turva ainda mais o cenário do mercado
O cenário econômico internacional ficou ainda mais confuso nesta semana em que tivemos o histórico encontro em Cingapura entre o presidente Donald Trump dos EUA e o ditador norte-coreano Kim Jong-um e a sinalização do banco central americano de que vai subir os juros quatro vezes neste ano. A perspectiva de juros mais altos nos Estados Unidos, maior economia mundial, teve como consequência a perda imediata de valor de todas as demais moedas.
No Brasil, onde nossa economia já enfrenta sérios problemas domésticos, o dólar mais forte pode provocar uma pressão inflacionária, em decorrência dos muitos insumos que são importados e cotados em dólar. O mercado já dá como certo o aumento da taxa básica de juros – a SELIC – ainda este ano.
Essa movimentação fez crescer a volatilidade do real frente à moeda americana. Ontem, apesar da intervenção recorde de US$ 5 bilhões do Banco Central, o dólar subiu 2,65% frente ao real, fechando a R$ 3,81. Hoje, sexta-feira, o Banco Central continuou intervindo forte no mercado cambial e o dólar recuou 2,05%, fechando a R$ 3,73.
O mercado de café desacelerou com a dança global das moedas ante a perspectiva de aumento imediato dos juros americanos e também, no início do próximo ano, dos juros europeus. A intensificação da guerra comercial entre China e EUA turva ainda mais o cenário econômico mundial.
No Brasil, o mercado físico de café apresentou-se praticamente travado. Nesse ambiente confuso e com grandes incertezas políticas e econômicas, os produtores de café estão retraídos, vendendo o mínimo possível. Voltaram suas atenções para a colheita da nova safra, que agora começa a deslanchar.
O número de negócios fechados continua muito baixo. Os compradores reclamam do pequeno volume de vendedores, mas suas ofertas se resumem a acompanhar o sobe e desce da ICE em Nova Iorque e do dólar frente ao real.
Lotes de café da nova safra chegam devagar ao mercado e em número menor do que era previsto pelos compradores. São em sua maioria lotes com muitos verdes e quebra no preparo entre 30 e 40%.
Em nossa opinião os cafeicultores vão continuar vendendo devagar, conforme forem precisando de caixa para cumprirem seus compromissos mais próximos.
O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil informou que no último mês de maio foram embarcadas 1.700.041 scs sacas de 60 kg de café, aproximadamente 35 % (902.547 sacas) menos que no mesmo mês de 2017 e 28 % (669.753 sacas) menos que no último mês de abril. Foram 1.419.511 sacas de café arábica e 46.488 sacas de café conilon, totalizando 1.465.999 sacas de café verde, que somadas a 233.566 sacas de solúvel e 476 sacas de torrado, totalizaram 1.700.041 sacas de café embarcadas.
Até dia 14, os embarques de maio estavam em 446.680 sacas de café arábica, mais 64.386 sacas de café solúvel, totalizando 511.066 sacas embarcadas, contra 679.637 sacas no mesmo dia de maio. Até o mesmo dia 14, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em junho totalizavam 1.148.434 sacas, contra 1.185.732 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 8, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 15, caiu nos contratos para entrega em julho próximo 205 pontos ou US$ 2,71 (R$ 10,11) por saca. Em reais, as cotações para entrega em julho próximo na ICE fecharam no dia 8 a R$ 574,64 por saca, e hoje dia 15 a R$ 568,55. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em julho a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 50 pontos.
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