Café: Nas bases atuais o produtor brasileiro só vende quando precisa honrar compromissos assumidos
O mercado continua sofrendo com as fortes e rápidas oscilações nos preços dos contratos de café negociados na ICE Futures US em Nova Iorque. O “sobe e desce” foi intenso em todos os pregões da semana. Para exemplificar, ontem, no período da tarde, os contratos de café com vencimento em maio próximo na ICE trabalharam com alta próxima aos 200 pontos e fecharam com ganhos de 195 pontos. Hoje, desde a abertura, trabalharam no campo negativo e fecharam com perdas de 175 pontos. No balanço da semana, entre altas e baixas, os contratos para maio tiveram alta acumulada de 120 pontos.
O mercado físico brasileiro apresentou um volume maior de negócios fechados, mas ainda menor do que o necessário. Esses negócios foram realizados principalmente nas horas em que coincidia Nova Iorque em alta com o dólar subindo frente ao real. Os cafeicultores consideram baixas as bases de preço oferecidas pelos compradores e vendem apenas o necessário para fazer frente aos compromissos mais próximos.
Os dados sobre as exportações brasileiras de café em fevereiro, divulgados ontem pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, indicam um preço médio por saca exportada em fevereiro último de US$ 159 ante um preço médio de US$ 176 nas exportações de fevereiro de 2017. Essa queda ajuda a compreender a resistência do cafeicultor em vender o que resta de sua safra. Estamos em uma safra de ciclo baixo, onde o cafeicultor colheu um volume menor de café e viu seus custos crescerem.
Em razão das vendas para o exterior terem sido feitas em preços baixos, recebem ofertas bem piores nesta safra de ciclo baixo do que tiveram um ano atrás, quando estavam vendendo uma safra de ciclo alto. É natural a resistência, o cafeicultor sente que os estoques brasileiros são baixos e que vender nas bases atuais não cobre suas despesas. Acaba só vendendo quando precisa de “caixa” para honrar compromissos assumidos.
Registramos aqui, que na última quarta-feira, dia 28, o Supremo Tribunal Federal encerrou o julgamento sobre a constitucionalidade do Código Florestal de 2012. Por maioria de votos o STF reconheceu a ampla concordância do Código com a Constituição Brasileira. É uma importante vitória para todos os brasileiros. O agronegócio é o principal indutor de nossa economia e os números agora divulgados sobre o PIB brasileiro em 2017 confirmam esse protagonismo. Um ponto a ser realçado é que a lei 12.651/2012 foi celebrada na Conferência do Clima em Paris como fiadora dos compromissos brasileiros para as metas de redução das emissões de carbono (OESP de hoje).
O encerramento do julgamento coloca um ponto final nas discussões sobre a aplicação do Código Florestal de 2012, trazendo mais segurança e tranquilidade para que nossos agricultores, em especial os pequenos produtores familiares, possam investir e desenvolver a produção nacional de alimentos e produtos agropecuários em geral.
Até dia 28, os embarques de fevereiro estavam em 1.863.093 sacas de café arábica, 15.897 sacas de café conillon, mais 189.341 sacas de café solúvel, totalizando 2.068.331 sacas embarcadas, contra 1.772.680 sacas no mesmo dia 31 de janeiro. Até o mesmo dia 28, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em fevereiro totalizavam 2.594.353 sacas, contra 2.454.775 sacas no mesmo dia 31 do mês anterior.
Até dia 1, os embarques de março estavam em 759 sacas de café arábica, mais 2.504 sacas de café solúvel, totalizando 3.263 sacas embarcadas. Até o mesmo dia 1, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em março totalizavam 77.105 sacas, contra 32.201 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 23, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 2, subiu nos contratos para entrega em maio próximo 120 pontos ou US$ 1,59 (R$ 5,18) por saca. Em reais, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam no dia 23 a R$ 518,22 por saca, e hoje dia 2, a R$ 525,94 por saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em maio a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 175 pontos.
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