Café: Com o fortalecimento do dólar e chuvas sobre os cafezais brasileiros preços recuaram em NY
Dúvidas dos investidores em torno da capacidade do governo federal conseguir aprovar a reforma na Previdência desanimaram o mercado financeiro esta semana. Tivemos queda no Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira e alta no dólar frente ao real. Ontem, quinta-feira, no momento de maior nervosismo, o dólar chegou a bater em R$ 3,3186, subindo 2,71%. Fechou a R$ 3,2870 em alta de 1,74%. O real liderou as quedas nos mercados globais de câmbio, considerando uma lista de 33 moedas (Valor Econômico).
Em Nova Iorque, na ICE Futures US, especuladores e fundos aproveitaram o fortalecimento do dólar frente ao real e as boas chuvas que estão caindo sobre os cafezais do sudeste brasileiro para derrubar as cotações do café. Os contratos de café caíram todos os dias e os com vencimento em março próximo acumularam queda na semana de 695 pontos.
Com a queda em Nova Iorque, os compradores de café baixaram o valor de suas ofertas e o mercado físico brasileiro travou. Tentando desestimular a resistência dos vendedores, traders aproveitaram as boas chuvas que estão caindo sobre os cafezais brasileiros para voltar a falar em safra acima de 60 milhões de sacas no próximo ano. As chuvas são boas, em algumas regiões até começam a atrapalhar, mas não farão nossa safra 2018 ser maior do que o projetado por nossos agrônomos. Se as chuvas não caíssem em novembro e dezembro a situação se tornaria catastrófica.
As chuvas, se continuarem em janeiro e fevereiro, farão com que o Brasil colha uma boa safra de ciclo alto, mas que não chegará perto dos números sonhados pelos compradores. No próximo ano-safra apenas para o consumo interno precisaremos de 22 milhões de sacas. Não teremos produção suficiente para repetirmos na exportação os números de 2016 e muito menos os de 2015. A safra de 2019 será de ciclo baixo.
Com produção menor e preços baixos, os cafeicultores brasileiros vendem aos poucos o que resta de café da safra atual. Aguardam preços que correspondam ao bom momento do consumo mundial e a conquista de novos consumidores na Ásia. Repercutiu bastante esta semana o vídeo (veja em nosso site) que mostra a nova mega cafeteria (Starbucks Reserve Roastery) da Starbucks em Xangai na China. Com 2 700 metros quadrados, é a maior loja da Starbucks em todo o mundo. A Starbucks já opera em mais de 130 cidades da China, com um número superior a três mil lojas em atividade. Atualmente inaugura uma loja a cada 15 horas, abrindo mais de uma nova unidade por dia na China.
Até dia 8, os embarques de dezembro estavam em 374.478 sacas de café arábica, 4.287 sacas de café conilon, mais 33.549 sacas de café solúvel, totalizando 412.314 sacas embarcadas, contra 748.289 sacas no mesmo dia de novembro. Até o mesmo dia 8, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em dezembro totalizavam 790.661 sacas, contra 1.373.852 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 1, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 8, caiu nos contratos para entrega em março próximo 695 pontos ou US$ 9,19 (R$ 30,29) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 1 a R$ 558,32 por saca, e hoje dia 8, a R$ 534,53 por saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em março a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 30 pontos.
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