Café: Preços na bolsa de NY e no mercado físico brasileiro não refletem a realidade
Esses números confirmam o fim de nossos estoques, a forte quebra de nossa safra de conilon e a dificuldade dos compradores em praticar preços que não refletem a situação do mercado de café no Brasil. Maior produtor (responsável por aproximadamente 38% do café consumido no mundo), maior exportador e segundo maior consumidor de café, o Brasil enfrenta sérios e sucessivos problemas climáticos para conseguir conservar e ampliar sua produção, única maneira de manter sua fatia no consumo mundial de café. Com o fim dos estoques, fato inédito, o único caminho para atender nossas necessidades de café para exportação e consumo interno, em um mercado que cresce 2% ao ano, será o de aumentarmos significativamente nossa produção. Mesmo que a atual safra venha a ser um pouco maior que a prevista pela CONAB, já não conseguiremos repetir em 2016 e no ano-safra 2016/2017 o mesmo desempenho dos últimos anos.
O significativo aumento de nossas exportações nos três últimos anos-safra ajudou a suprir as torrefações ao redor do mundo nestes anos de forte aumento do consumo mundial. Com as duas grandes secas que enfrentamos, só foi possível aumentarmos nossas exportações com o esgotamento dos estoques brasileiros. A safra que estamos colhendo não será suficiente para repetirmos os números de embarque dos últimos anos e ainda abastecer o mercado interno. Agravando o cenário, segundo nossos agrônomos, mesmo se o clima correr bem, o volume da próxima safra será menor que o da atual.
Quem conhece o mercado físico no Brasil sabe como é difícil comprar cem por cento de uma safra no mesmo ano que é produzida. Em um quadro de escassez como o que enfrentamos os preços precisam subir progressivamente para incentivar os produtores a vender toda sua produção.
Tentando justificar o patamar das cotações em Nova Iorque, descolado da realidade do mercado físico, surgem análises sobre o mercado internacional com números de produção mundial igual, pouco acima ou abaixo do consumo global. Não existindo na visão dessas análises motivos para os preços subirem já que a produção mundial estaria próxima do consumo global. Essas estimativas não são exatas e as mudanças climáticas derrubam continuamente os números de produção. Ainda hoje a OIC divulgou totais menores para a produção do México. O consumo está crescendo e os negócios no mercado físico estão longe de serem resolvidos como se resolve uma equação matemática.
O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil informou que no último mês de julho foram embarcadas 1.908.808 sacas de 60 kg de café aproximadamente 34% (970.899 sacas) menos que no mesmo mês de 2015 e 22% (538.402 sacas) menos que no último mês de junho. Foram 1.573.465 sacas de café arábica e 37.359 sacas de café conillon, totalizando 1.610.824 sacas de café verde, que somadas a 295.314 sacas de solúvel e 2.670 sacas de torrado, totalizaram 1.908.808 sacas de café embarcadas.
Até dia 11, os embarques de agosto estavam em 428.835 sacas de café arábica, 2.880 sacas de café conilon, mais 25.508 sacas de café solúvel, totalizando 457.223 sacas embarcadas, contra 361.802 sacas no mesmo dia julho. Até o mesmo dia 11, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em agosto totalizavam 1.119.694 sacas, contra 810.182 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 5, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 12, caiu nos contratos para entrega em setembro próximo 565 pontos ou US$ 7,47 (R$ 23,82) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE fecharam no dia 5 a R$ 597,35 por saca, e hoje dia 12, a R$ 577,29 por saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega setembro a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 85 pontos.
1 comentário
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victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG
Nunca refletem a realidade, principalmente se esta realidade vai resultar em benefício para o produtor...Já afirmei em comentário passado que foi censurado por este Site, que se o BRASIL produzisse um grão de café eles afirmariam que o consumo mundial atingiria meio grão...
O sr. Victor Angelo é amigo do NA de longa data. Já publicou centenas de posts aqui neste espaço, sem nunca ter sido censurado, nem contestado. Provavelmente alguma falha deve ter acontecido para que ele, sem nos dar chance de defesa, imputar-nos a pecha de censores. Jamais fariamos isso, sr. Victor. Lutamos com muita dificuldade pelo direito dos agricultores terem voz e vez. O sr. Victor continuará sempre sendo bem bem-vindo aqui em nossa casa...
Eh! Tem gente que diz que o NA é do FRIBOI !!!... PARABÉNS AO NA !!! Que não deixa que narrativas equivocadas ganhem corpo.
João Batista, fico honrado com sua intervenção, coisa que não vi nesta jornada de comentários...Acho natural censura porque as vezes expressamos equivocadamente certos raciocínios, mas também é natural críticas feitas pelos comentaristas, na maioria das vezes com intuito de ajudar este Site que vimos crescer e que de uma certa forma parece que um pouco nos pertence...Abraços ao amigo João Batista e continue sempre com seu VAMOS EM FRENTE...
É se o NA for da Friboi, que é do grupo JBS, estamos fritos, por que essa empresa é do Lulinha, quer dizer nossa voz é igual a risco na água...!
O canal rural e NA são os únicos canais de comunicação que deu a oportunidade de expressarmos as nossas lutas e nossos ideais, dores, angústia, sofrimento, enfim e muito mais pelo Brasil adentro, através dele chegamos cada vez mais longe e mais alto, defendemos uma agricultura e pecuária de qualidade e sobrevivência, não podemos trabalhar de graça, não podemos trocar 6 pó meia dúzia, dependemos de nosso resultado para questão de sobrevivência, nossa ,da família e do povo brasileiro, não somos produtores de alimentos somente para nós é sim para o Brasil é o mundo,
Alguns dias atrás vi um vídeo do João Batista de mais ou menos 10 minutos, com muita dificuldade, porque minha internet é na fazenda onde moro, fraca demais , mas com toda dificuldade consegui ver o fim do vídeo, que nosso amigo falava, "temos que trabalhar, muito mais dioturnamente, porque temos muito serviço a fazer, só com trabalho intenso conseguimos vencer, trabalho até 2 horas da manhã e pego 6 horas da manhã todos os dias, só assim consigo fazer chegar a voz do produtor em todos os locais, sociedade, canais de comunicação, midia e etc..., nem que temos que morrer, mas não vamos parar esse canal, é de vocês", ouvindo essa mensagem do João a minha vontade de mudança que já era grande, triplicou..., não acredito que o canal rural e o NA seja desses vagabundos que afundou nosso país, vocês não me conhece, nunca me viram, nem imaginam como sou, mas o João me conhece pessoalmente, tive esse grande privilégio, ele sabe com a experiência que tem , qual a minha linha de raciocínio, sabe que ela é reta , da verdade, de saber escutar, de aprender, de carácter, de respeitar as opiniões de nossos amigos e amigas produtores, não sou dou dono da verdade, quem sou eu para isso, só Deus na sua infinita sabedoria, nunca fui candidato a nada, mas tenho uma certeza, odeio a palavra INJUSTIÇA, essa forma de governar no Brasil parte desse princípio, de prejudicar todas as pessoas que trabalham nesse país, que são muitos, uma minoria manda é desmanda, e a maioria paga pelos erros desses medíocres que não sabem nem o que falam, muito menos administrar um país desse tamanho com tantas riquezas como o nosso, o Brasil é nosso do povo brasileiro, não desses deferibatas sem noção que estão por governando sem saber o rumo para onde se vai, temos um setor forte, só não sabemos usar essa força, porque não temos simplesmente união e humildade para escutar e juntarmos forças contra tudo contra todos
Desculpe -me os erros ortográficos e meus comentários saírem separados e porque estou escrevendo de um celular e o campo de escrita é muito pequeno, abraço...!