Café: Em semana mais calma mercado acumulou queda de 315 pontos na bolsa de NY
O mercado de café apresentou-se mais calmo esta semana. Com a quebra na safra brasileira de café 2014 já precificada, com a colheita da safra de arábica brasileira ainda no início e sem previsão de frentes frias mais fortes neste mês de maio, as cotações do café na ICE futures US oscilaram menos e os contratos com vencimento em julho próximo em Nova Iorque acumularam na semana perda de 315 pontos.
O mercado físico brasileiro apresentou-se calmo com um volume pequeno de negócios realizados. Os compradores baixaram o valor de suas ofertas e os cafeicultores se retiraram do mercado. Apenas algumas cooperativas venderam com mais disposição. O café remanescente em mãos de produtores é pouco em relação ao tamanho da safra 2013 e pertence a cafeicultores mais capitalizados que não parecem dispostos a vender em dias de baixa.
Os exportadores brasileiros continuam embarcando com força e o mercado prevê que os embarques brasileiros em maio repitam os de abril, ultrapassando três milhões de sacas. Na ausência de um número maior de vendedores no mercado interno, usam lotes de seus estoques privados, o que derruba o volume de café em seus armazéns.
Quando se trata de café, o volume manipulado mensalmente no Brasil impressiona. Para se ter uma ideia, se embarcarmos neste mês de maio 3 milhões de sacas e somarmos nosso consumo interno médio mensal de 1,6 milhão de sacas, apenas neste mês desaparecerão de nossos estoques 4,6 milhões de sacas, o equivalente a 23 armazéns de 200 mil sacas! Quem já visitou um armazém deste tamanho lotado de sacas de café, sabe do que estamos falando. Em junho, portanto antes da nova safra entrar em volume significativo, esvaziaremos mais 22 ou 23 armazéns destes. Em apenas dois meses desaparecerão de nossos estoques café suficiente para lotar 45 grandes armazéns.
Por essa razão, é natural que operadores do exterior em visita à nossas regiões produtoras voltem impressionados com o fato de em plena entressafra ainda existirem no Brasil armazéns cheios de café. Se não existissem, não cumpriríamos nossos compromissos como maior exportador e segundo maior consumidor do mundo e os preços do café explodiriam!
Esta semana, em pleno início de colheita, o Ministério da Agricultura surpreendeu negativamente os produtores brasileiros de arábica com duas decisões. Publicou na quarta-feira, 21, no Diário Oficial da União (DOU), a Resolução nº 5, datada de 20 de maio, que aprova a "oferta de até 397.147 sacas de café dos estoques públicos". Também no dia 21, foi publicada a Portaria nº 478 do Mapa, datada de 20 de maio, que confirma o preço mínimo do café robusta em R$ 180,80 por saca – atendendo a um pleito da cafeicultura capixaba apoiado pelo CNC e pela CNA, contudo mantém o do arábica em R$ 307,00 por saca, ambos com vigência entre maio de 2014 e março de 2015.
Até o dia 22, os embarques de maio estavam em 1.457.628 sacas de café arábica, mais 83.754 sacas de café conillon somando 1.541.382 sacas de café verde, mais 89.439 sacas de café solúvel, totalizando 1.630.821 sacas embarcadas, contra 1.678.420 sacas no mesmo dia de abril. Até o dia 22 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em abril totalizavam 2.107.330 sacas, contra 2.284.058 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 16, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 23, caiu nos contratos para entrega em julho próximo, 315 pontos ou US$ 4,17 (R$ 9,27) por saca. Em reais, as cotações para entrega em julho próximo na ICE fecharam no dia 16 a R$ 541,22 por saca e hoje, dia 23 a R$ 535,13 por saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em julho, a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 55 pontos.
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