Preço do açúcar deve fazer a diferença no último trimestre do ano com dólar elevado e cenário internacional em alta. Etanol também tende a subir
A expectativa de baixa oferta no período de entressafra, reflexo da forte demanda, principalmente do etanol, tem sido um dos fatores predominantes para a alta nas cotações do açúcar na Bolsa de Nova York.
Com a alta do dólar houve um "descolamento entre o preço em real e a cotação na Bolsa de Nova York, agora estamos vendo o real se desvalorizando e a NYBOT subindo, então parece que os fundamentos finalmente estão falando mais alto que a moeda", explica o sócio-diretor da Archer Consulting, Arnaldo Luiz Corrêa.
No mercado interno o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar cristal cor Icumsa entre 130 e 180, mercado paulista fechou a R$ 53,80/saca de 50 kg, aumento de 14,2% no acumulado parcial deste mês. Com essa diferença de preço, as usinas devem aumentar a participação do açúcar no mix de produção.
Contudo, essa perspectiva de redução de oferta também deve impulsionar os preços do etanol no período de entressafra. Além disso, "a demanda nova promovida pela adequação de impostos e a competição com a gasolina, tem aumentado o consumo do etanol", fatores que serão predominantes para a elevação dos preços do hidratado, considera o sócio-diretor.
Outro fator é que o mercado também está acompanhando é a estabilização na produção de cana. Segundo Corrêa, "o consumo elevado de etanol obrigaria o país a aumentar em média 5% da produção para suprir a demanda de açúcar e hidratado", no entanto, devemos ver uma estabilidade na área cultivada na próxima temporada.