Açúcar: Com temores com oferta e financeiro, NY fecha semana com alta acumulada de 2,49%
As cotações futuras do açúcar encerraram esta sexta-feira (11) com valorização nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado teve suporte nesta reta final de semana das perspectivas de oferta restrita globalmente, além do financeiro.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve valorização de 1,59%, cotado a 24,33 cents/lb, com máxima em 24,42 cents/lb e mínima de 23,72 cents/lb. Em Londres, a alta no dia foi de 0,88%, a US$ 697,10 a tonelada.
Na semana, o principal vencimento no terminal norte-americano acumulou salto de 2,49%.
A Organização Internacional do Açúcar (ISO, em inglês) projetou um declínio na produção global de açúcar em 2023/24 de 1,2% em comparação ao ciclo anterior, para 174,80 milhões de toneladas, e um déficit de 2,12 milhões de t.
Apesar de expectativas de boa safra 2023/24 no Centro-Sul do Brasil, outras origens produtoras enfrentaram impactos do clima.
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) trouxe nesta quinta-feira (10) que a produção de açúcar de 3,68 milhões de toneladas na segunda quinzena de julho, o que representa um aumento de 11,29% ante o mesmo período do ano anterior.
No financeiro, o mercado teve suporte da alta leve do petróleo no cenário internacional. As oscilações do óleo impactam diretamente na decisão de produção das usinas. Já o dólar, que impacta nas exportações, tinha alta sobre o real nesta sexta-feira.
Uma pesquisa da Reuters, com 11 traders e analistas, divulgada nesta sexta-feira aponta que os preços do açúcar devem terminar o ano de 2023 bem acima dos níveis do ano passado e próximo dos atuais patamares.
Leia mais:
+ Preços do açúcar bruto terminarão 2023 bem acima dos níveis do ano passado, aponta pesquisa
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar no físico tiveram altas nos últimos dias com melhora na liquidez. "Maiores volumes do açúcar cristal branco foram negociados para pronta-entrega nos últimos dias, inclusive do tipo Icumsa 150, elevando a liquidez e favorecendo os preços", disse em nota o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP).
No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, ficou a R$ 134,60 a saca de 50 kg com alta de 0,87%.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 152,61 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 24,56 c/lb e alta de 1,03%.