Indústria automobilística vê etanol como principal rota para descarbonização

Publicado em 11/08/2023 11:47
Montadoras e fabricantes de peças consideram que o biocombustível é o caminho mais rápido e mais barato para que o Brasil alcance sua meta de corte de emissões até 2030

O etanol se transformou no coração do processo de descarbonização da indústria automobilística brasileira. Em encontro em São Paulo, nessa quinta-feira (10/08), representantes das montadoras, autopeças e especialistas do setor se mostraram convencidos que o maior uso do biocombustível é a forma mais rápida, eficiente e barata para que o Brasil alcance suas metas de descarbonização até 2030.

A Stellantis, dona das marcas Fiat, Citroën, Jeep entre outras, tem em sua estratégia para o Brasil combinar o uso de etanol com a eletrificação de seus veículos. Segundo Antonio Filosa, presidente da companhia para América do Sul, o uso de etanol se mostra tão ou mais eficiente na redução de emissão de CO2 que os carros 100% elétricos europeus.

Dados internos da Stellantis mostram que a emissão de gases que provocam o aquecimento global foi de 60% em carros que usam gasolina. No caso de veículos europeus 100% elétricos, a emissão foi de 28%. Já nos motores flex, que usam apenas etanol, a emissão é de 26%.

“O mundo do ‘OU’ acabou. A gente vive o mundo do ‘E’. Nós vamos precisar de tudo o que estiver disponível, capaz de entregar a descarbonização”, disse Evandro Gussi, CEO da União da Indústria da Cana-de-açúcar e Bioenergia (Unica).

Para ele, a eletrificação terá um papel importante na descarbonização, porém, o jeito mais rápido e barato para retirar carbono da atmosfera é usando mais etanol nos 40 milhões de veículos flex que já rodam no Brasil. “Você não precisa fazer praticamente nada”, disse Evandro.

A opinião que o etanol deve estar no foco das discussões do setor automobilístico também é compartilhada pela indústria de autopeças. Besaliel Botelho, ex-presidente da Bosh, considera que o hidrogênio será o combustível do futuro e que o etanol é a ponte que permitirá essa evolução.

“O etanol e a biomassa, como nós temos, são as melhores contribuições para a descarbonização, para que o Brasil possa estar em suas metas até 2030 e depois em 2050”, diz Botelho.

Fonte: UNICA

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Novos dados da Índia limitam ganhos e açúcar tem apenas ajustes nesta 4ª feira
Açúcar: Mercado segue monitorando Brasil e Índia, mas se mantém no negativo
Açúcar: Tipo bruto avança com preocupação com o Brasil, mas açúcar branco recua em Londres
Orplana e Unica firmam acordo com FGV Agro para revisão do Consecana-SP
Açúcar abre estendendo baixas em Nova York e Londres