Wall St desaba com preocupação sobre altas de juros e recessão

Publicado em 23/09/2022 17:15 e atualizado em 23/09/2022 18:39

Por David French

(Reuters) - Os principais índices de Wall Street fecharam em queda acentuada nesta sexta-feira, conforme investidores abalados continuaram a se reposicionar em meio a temores de que a política monetária agressiva do Federal Reserve levará a economia norte-americana à recessão.

O Dow Jones evitou por pouco fechar mais de 20% abaixo de seu recorde de 4 de janeiro, de 36.799,64 pontos, o que significa que o índice de blue-chips não confirmou um mercado em baixa ("bear market", em inglês) de acordo com uma definição amplamente utilizada.

Os índices S&P 500 e Nasdaq já estão em um mercado em baixa.

Os três índices sofreram fortes declínios semanais. O Nasdaq cedeu 5,03% --sua segunda semana consecutiva com perdas superiores a 5%--, com o S&P em queda de 4,77% e o Dow em baixa de 4%.

Meia dúzia de bancos centrais, entre os quais os de Estados Unidos, Reino Unido, Suécia, Suíça e Noruega, aumentaram as taxas de juros nesta semana para combater a inflação, mas foi o sinal do Fed de que espera que os juros altos durem até 2023 que pegou os mercados desprevenidos.

"Houve alguns otimistas por aí dizendo que a inflação pode estar sob controle, mas o Fed efetivamente disse a eles para sentar e calar a boca", disse David Russell, vice-presidente de inteligência de mercado do TradeStation Group.

"O Fed está tentando arrancar o band-aid, tentando conter a inflação enquanto o mercado de trabalho ainda está forte."

O índice S&P 500 fechou em queda de 1,72%, a 3.693,23 pontos. O Dow Jones caiu 1,62%, a 29.590,41 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite recuou 1,8%, a 10.867,93 pontos.

Todos os 11 principais setores do S&P recuaram, liderados por uma queda de 6,8% nas ações de energia. Os papéis relacionados a petróleo e gás foram atingidos pela baixa nos preços da commodity, em resposta a preocupações com demanda em um ambiente recessivo e de dólar mais forte.

O índice de volatilidade da CBOE, também conhecido como o indicador do medo de Wall Street, subiu para uma máxima em três meses, de 29,92.

Fonte: Reuters

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