Milho recua na B3 nesta 3ªfeira em reflexo a retirada da TEC de importação

Publicado em 20/04/2021 16:40
Chicago dispara apoiado em demanda aquecida e clima frio nos EUA

A terça-feira (20) chega ao fim com os preços do milho subindo no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações apenas em Amambaí/MS. 

Já as valorizações apareceram nas praças de Não-Me-Toque/RS, Panambi/RS, Rondonópolis/MT, Primavera do Leste/MT, Alto Garças/MT, Itiquira/MT, Rio Verde/GO, Brasília/DF, Dourados/MS, Oeste da Bahia, Cândido Mota/SP e Campinas/SP. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira 

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “o mercado físico teve indicadores estáveis entre o final da semana anterior e o início desta. Os negócios estão calmos, com o produtor cadenciando as vendas e o consumidor receoso em prejudicar as margens neste momento delicado. O dólar tem sido um ponto de atenção olhando para a paridade de exportação adiante”. 

A consultoria SAFRAS & Mercado apontou que, a colheita da safra de verão 2020/21 no Brasil de milho atingia 78,6% da área estimada de 4,353 milhões de hectares até sexta-feira (16). 

Os trabalhos de colheita atingem 94,3% no Rio Grande do Sul, 90,4% em Santa Catarina, 94,7% no Paraná, 90,5% em São Paulo, 72,3% em Mato Grosso do Sul, 58,9% em Goiás/Distrito Federal, 46,8% em Minas Gerais e 67% em Mato Grosso.       

No mesmo período do ano passado, a colheita atingia 76,6% da área estimada de 4,119 milhões de hectares da safra verão 2019/20. A média de colheita nos últimos cinco anos para o período é de 79,6%. 

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B3 

Os preços futuros do milho diminuíram a força e devolveram ganhos nesta terça-feira recuando na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registraram movimentações negativas entre 0,10% e 1,07% ao final do dia. 

O vencimento maio/21 foi cotado à R$ 102,49 com desvalorização de 1,07%, o julho/21 valeu R$ 99,20 com baixa de 0,42%, o setembro/21 foi negociado por R$ 95,05 com perda de 0,21% e o novembro/21 teve valor de R$ 95,80 com queda de 0,10%. 

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 liquidou posições nesta terça-feira após o anúncio do governo brasileiro retirando a TEC de importação de milho oriundo de fora do Mercosul.  

“Um movimento de grandes consumidores pode trazer dois ou três navios e isso já é suficiente para esfriar todo o ânimo do mercado. Mesmo assim, não há espaço para despencar as cotações porque o milho importado não chega barato”, diz. 

Outro ponto de sustentação das cotações é a atual situação da safrinha brasileira. “Paraná, Santa Catarina, sul do Mato Grosso do Sul e partes de Goiás, Minas Gerais e São Paulo são regiões que estão sofrendo com a seca e o potencial da safrinha já perdeu 15 milhões de toneladas”, pontua Brandalizze. 

O analista ainda destaca que, aparentemente, o milho nacional já chegou onde poderia chegar. 

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Mercado Externo 

Já Bolsa de Chicago (CBOT) disparou nesta terça-feira para os preços internacionais do milho futuro. As principais cotações registraram movimentações positivas entre 8,25 e 14,50 pontos ao final do dia. 

O vencimento maio/21 foi cotado à US$ 6,06 com valorização de 14,50 pontos, o julho/21 valeu US$ 5,92 com ganho de 11,50 pontos, o setembro/21 foi negociado por US$ 5,47 com alta de 9,75 pontos e o dezembro/21 teve valor de US$ 5,28 com elevação de 8,25 pontos. 

Esses índices representaram ganhos, com relação ao fechamento da última segunda-feira, de 2,36% para o maio/21, de 2,07% para o julho/21, de 1,86% para o setembro/21 e de 1,54% para dezembro/21.  

Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho nos Estados Unidos atingiram seu nível mais alto em quase oito anos na terça-feira já que o aperto na oferta apoiou os mercados à vista e atraiu compras especulativas. 

A publicação destaca ainda que, preocupações com as condições de seca restringindo a produção de milho no Brasil e o tempo frio retardando a germinação da safra de 2021 dos EUA deram suporte. 

“Isso certamente está aparecendo nos mercados à vista, com a base que continua subindo como um sinal de aperto na oferta. Você vê isso nos spreads hoje”, disse Terry Linn, analista da Linn & Associates. 

“O relatório de progresso da safra do USDA mostrou o plantio de milho 8% concluído, bem na média de cinco anos de 8%. No entanto, espero que o ritmo de plantio fique abaixo do normal na próxima semana”, destaca Al Kluis da Kluis Advisors.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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