Milho ajusta posições antes do boletim do USDA e encerra sessão desta 2ª feira em alta em Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho encerraram a sessão desta segunda-feira (10) em campo positivo, com valorizações de quase 2%. As principais posições da commodity ampliaram os ganhos e finalizaram o dia com altas entre 6,50 e 7,50 pontos. O vencimento maio/17 era cotado a US$ 3,67 por bushel, enquanto o julho/17 operava a US$ 3,74 por bushel. Já o setembro/17 era negociado a US$ 3,81 por bushel.
De acordo com dados da agência Reuters, os investidores voltaram à ponta compradora do mercado "antes da época em que o tempo adverso pode paralisar os trabalhos de plantio do cereal nos Estados Unidos". Inclusive, esse será o foco dos participantes do mercado, uma vez que, a semeadura do cereal já teve início.
"Os dados de plantio do grão deverão ficar próximos de 6% a 7% contra uma média de 4% para essa época do ano", disse Richard Feltes em RJ O'Brien. Com isso, as previsões climáticas também continuam no radar do mercado, mas, por enquanto, a perspectiva é de tempo aberto essa semana, o que deve favorecer o progresso dos trabalhos nos campos.
Paralelamente, os participantes do mercado ainda buscaram um melhor posicionamento antes do boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será reportado nesta terça-feira (11). Na visão do diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo de Souza, "não esperamos um relatório baixista para o milho".
"Os operadores estão se mantendo cautelosos antes do boletim do USDA. As produções de soja e milho na América do Sul certamente serão revistas a partir do relatório divulgado em março", destacou a consultoria Agritel em nota.
Ainda hoje, o departamento reportou a venda de 111.200 mil toneladas do cereal para destinos desconhecidos. O volume negociado deverá ser entregue ao longo da campanha 2016/17. Enquanto isso, os embarques semanais do cereal somaram 841,9 mil toneladas na semana encerrada no dia 23 de março.
Em torno de 716,9 mil toneladas são da safra 2016/17 e o restante, de 125 mil toneladas, da temporada 2017/18. O volume indicado ficou abaixo das perspectivas dos investidores, entre 1 milhão a 1,5 milhão de toneladas. Na semana anterior, o número ficou em 1.475,257 milhão de toneladas.
Mercado brasileiro
A semana começou com ligeiras movimentações nos preços do milho praticados no mercado interno. Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, o preço subiu 7,50% em São Gabriel do Oeste (MS), com a saca cotada a R$ 21,50 nesta segunda-feira. Em Castro (PR), o ganho ficou em 2,00%, com a saca a R$ 25,50.
Em Goiás, nas praças de Jataí e Rio Verde, os valores caíram 4,55%, com a saca a R$ 21,00. Já em Luís Eduardo Magalhães (BA), a perda foi de 3,33%, com a saca do cereal a R$ 29,00. Em Campinas (SP), a saca caiu 1,69% e fechou a segunda-feira a R$ 29,10. No Porto de Paranaguá, o valor futuro recuou 3,45%, com a saca a R$ 28,00.
No mercado brasileiro, as cotações do cereal permanecem pressionadas negativamente diante da perspectiva de uma grande safrinha e também sente os reflexos da Operação Carne Fraca, que deixou as empresas mais cautelosas nas compras. Porém, o Cepea destacou que a queda nos preços tem elevado à competitividade do produto brasileiro no mercado externo.
"Com as cotações na BM&F Bovespa próximas dos patamares da Bolsa de Chicago (CBOT), o interesse de importadores em adquirir o grão nacional vem crescendo. O número de negócios efetivados, porém, ainda é limitado pela resistência vendedora", reportou o Cepea em nota.
Por outro lado, os pesquisadores do centro ainda destacam que um aumento nas exportações poderia contribuir para enxugar o excedente de oferta no mercado doméstico. Para essa temporada, a perspectiva é que sejam embarcadas cerca de 30 milhões de toneladas.
Confira como fecharam os preços nesta segunda-feira: