Milho: Na CBOT, mercado ainda busca reação e dá continuidade ao movimento positivo nesta 5ª feira

Publicado em 15/09/2016 08:30

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho iniciaram a sessão desta quinta-feira (15) com leves valorizações. Por volta das 8h09 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam ganhos entre 0,75 e 1,50 pontos. O contrato dezembro/16 era cotado a US$ 3,32 por bushel, enquanto o março/17 era negociado a US$ 3,43 por bushel.

O mercado ainda busca recuperar as perdas registradas no início da semana, conforme reforçam as agências internacionais. Ainda ontem, as principais posições da commodity finalizaram o dia com ligeiras altas impulsionadas por compras especulativas. Além disso, as previsões de chuvas para algumas regiões do Meio-Oeste dos EUA também voltaram ao radar dos investidores, uma vez que a colheita do cereal já iniciou em algumas localidades.

Contudo, o mercado ainda segue pressionado pelas estimativas de uma grande safra de milho no país trazidas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Paralelamente, a queda nos preços do petróleo também tem sido um fator negativo às cotações da commodity. Ainda hoje, o departamento reporta novo boletim de vendas para exportação, importante indicador de demanda.

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Milho: Clima nos EUA segue no radar dos investidores e mercado fecha 4ª feira com leve alta em Chicago

A sessão desta quarta-feira (14) foi de ligeira alta aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Ao longo do dia, as cotações da commodity testaram os dois lados da tabela, mas encerraram o dia com leves ganhos, entre 1,75 e 3,00 pontos. O contrato dezembro/16 era cotado a US$ 3,31 por bushel, enquanto o março/17 era negociado a US$ 3,42 por bushel. O maio/17 fechou o pregão a US$ 3,50 por bushel.

Segundo informações reportadas pelas agências internacionais, o pregão de hoje foi marcado pela tentativa de recuperação depois das perdas recentes registradas nos preços do cereal. Além disso, as previsões climáticas indicando chuvas para o final dessa semana também esteve no radar dos participantes do mercado.

"Chuvas abundantes são previstas em toda a região produtora no final desta semana e irá manter as preocupações de umidade para o milho e soja. E o que pode prejudicar a secagem do milho", disse Don Keeney pelo MDA Weather Services, em entrevista ao Agrimoney.com.

Em algumas regiões do Meio-Oeste, como Illinois e Iowa, os produtores já iniciaram a colheita do cereal. E, de acordo com o boletim de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) na última segunda-feira, cerca de 5% da área plantada na temporada 2016/17 já foi colhida até o momento.

Além disso, os investidores ainda aguardam o relatório de vendas para exportação, importante indicador de demanda. O boletim será reportado nesta quinta-feira (15) pelo USDA. "Os investidores aguardam um número próximo da semana anterior", afirma Bob Burgdorfer, analista e editor do portal Farm Futures. Na semana passada, o número ficou em 1.123,8 milhão de toneladas.

Produção de etanol nos EUA

Segundo dados da AIE (Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos), a produção subiu de 998 mil barris para 1,004 milhão de barris por dia na semana encerrada no dia 9 de setembro. Os estoques de etanol recuaram de 20,7 para 20,2 barris diários no mesmo período.

Petróleo

A quarta-feira também foi de queda aos preços do petróleo negociados na Bolsa de Nova York. A cotação do barril chegou a US$ 43,58, com queda de 2,94%. No caso do milho, o petróleo mais barato acaba pressionando os preços do etanol. E nos EUA parte da safra é destinada à produção de etanol, conforme ponderam os analistas.

Mercado brasileiro

Na BM&F Bovespa, as cotações futuras do milho fecharam o pregão desta quarta-feira com leves movimentações. As principais posições da commodity exibiram valorizações entre 0,26% e 0,89%. Já o setembro/16, caiu 0,21% e encerrou o dia a R$ 42,10 a saca, o novembro/16 era cotado a R$ 43,17 a saca. O março/17 finalizou o pregão a R$ 41,80 a saca.

Enquanto isso, no mercado interno brasileiro também segue com ligeiras movimentações e negócios lentos. De acordo com levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, os preços caíram 7,14% nas praças de Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, ambas em Mato Grosso, com a saca do cereal a R$ 26,00.

Em Avaré (SP), a queda foi de 5,25%, com a saca do milho a R$ 35,17. Já em Jataí (GO), o valor cedeu 2,78% e a saca finalizou o dia a R$ 35,00. Na região de Não-me-toque (RS), o preço caiu 1,19%, com a saca a R$ 41,50. Na contramão desse cenário, o valor subiu 15,14% em Assis (SP) e retomou o patamar de R$ 37,12 a saca. Em Sorriso (MT), o ganho foi de 4%, com a saca a R$ 26,00 e em Itapetininga (SP), a valorização ficou em 2,48%, com a saca a R$ 40,05. Em Paranaguá, a saca permaneceu estável em R$ 36,00.

"Temos o mercado interno parado nesse momento. Podemos observar que houve uma diminuição pela procura do cereal por parte dos compradores, que buscaram se abastecer nos últimos meses. Também temos no radar o fim da colheita da segunda safra no Brasil e a possibilidade de importação de milho dos Estados Unidos", explica o analista de mercado da Celeres Consultoria, Enilson Nogueira.

Nos oito primeiros meses do ano, as importações já somam 1,1 milhão de toneladas de milho, conforme dados do Ministério da Indústria e Comércio Exterior (MDIC). "Esse é um momento importante e, por enquanto suficiente, mas é possível que haja novas compras até o final do ano, chegando próximo de 2 milhões de toneladas", completa Nogueira.

Contudo, o analista ainda reforça que a importação tem um limitante que é o custo logístico. "Em regiões como Rio Verde (GO) e Uberlândia (MG), vemos que esse movimento é pontual ou quase inexistente. Acreditamos que a baixa disponibilidade do milho irá prevalecer e irá ditar o comportamento das cotações ", diz.

Além disso, as exportações continuam a acontecer, apesar de um ritmo abaixo do mesmo período do ano passado. No período de janeiro a dezembro de 2016, a Celeres projeta exportações próximas de 26 milhões de toneladas. "Isso irá deixar os estoques de passagem baixos, perto de 5 milhões de toneladas, em torno de 22 a 23 dias de consumo do mercado interno", ressalta Nogueira.

Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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